A brasileira Chloé Calmon conquistou a medalha de ouro no longboard dos Jogos Pan-Americanos de Lima neste domingo (4), último dia de competições do surfe. Um pouco antes, Nicole Pacelli levou o bronze no Surfe SUP. Assim, o Brasil fecha a modalidade com quatro medalhas, sendo duas de ouro.
Chloé Calmon enfrentou na final a peruana Maria Fernanda Reyes e toda a torcida que lotou as arquibancadas de Punta Rocas para prestigiar os atletas da casa. Eles estiveram nas seis finais do dia. Até o presidente do Peru, Martín Vizcarra, veio prestigiar as disputas.
Chloé usou toda a sua experiência para escolher as ondas certas. Garantiu a vitória logo nas duas primeiras que pegou. Ambas foram melhores do que a nota mais alta da rival. Primeiro fez 7.33 e depois 8.03, somando 15,36 no final. Reyes surfou sete ondas e conseguiu 5,83 na primeira e 6,93 na quarta, fechando com 12,76.
“Nos últimos dois dias confesso que eu perdi um pouco do meu foco. Comecei a pensar nas medalhas e conforme foi chegando a reta final eu senti um pouco a pressão. Daí eu me isolei de tudo, comecei a fazer as minhas mentalizações de mais uma bateria sendo executada de maneira perfeita e entrei na água com essa estégia”, disse Chloé, já com a medalha no peito. “Demorei até mais tempo para pegar a onda do que a Maria Fernanda, mas mantive a minha estratégia e não me deixei abalar por ela”, acrescentou.
Ela comentou também como foi competir contra uma atleta da casa em um evento repleto de torcedores. “A cada onda que ela pegava a arquibancada vinha abaixo, mas eu consegui me blindar e só focava em dois pontos. Um verde e amarelo no meio da arqiuibancada, que eram meus pais, e na área dos atletas um ponto verde, que era o Time Brasil torcendo por mim”, diz.
Nicole Pacelli
Nicole Pacelli foi a primeira a entrar na água na repescagem do Surfe SUP contra Isabella Gomez. Ela fez uma disputa acirrada com a colombiana, definida nos últimos dois minutos da bateria.
A brasileira, atrás na pontuação, conseguiu pegar uma boa onda e marcar 6,23 para tomar a liderança da bateria. Entretanto, na onda seguinte a colombiana marcou um 6,77 e recuperou a ponta. Faltavam segundos e não deu tempo para mais nada. No final, Isabella Gomez ficou com 14,10 contra 11,56 de Nicole Pacelli.
“Minha bateria foi difícil, contra uma das melhores do mundo. Ela é a minha principal adversária no circuito mundial. Já fizemos várias baterias juntas. Eu tinha ganhado dela no round anterior e aí a gente acabou se encontrando de novo. Eu peguei uma onda que eu achei que foi muito boa e ela ficou precisando de uma nota pequena. Ela estava no fundo, acabou vindo uma onda e ela conseguiu virar”, disse.
“O mar é muito imprevisível, ele que escolhe o vencedor. Podia não ter vindo onda e eu podia ter passado e aí ela que ia estar com o sentimento que eu estou agora. Eu saio um pouco frustrada da água, porque a gente sempre acha que podia ter feito melhor, podia ter feito uma manobra melhor. Mas agora eu comecei a pensar que é primeira vez na história que o SUP surfe participa de um ciclo olímpico e de eu ter conseguido a primeira medalha para o Brasil e fiquei muito feliz. Daí essa frustração passou”.
Brasil faz história no surfe
O Brasil fez história no surfe dos Jogos Pan-Americanos. Na sexta (2) Lena Ribeiro venceu na SUP Race e conquistou a primeira medalha de ouro na história de Jogos Pan-Americanos.
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Logo depois da prova dela, Vinnicius Martins conquistou a prata no naipe masculino da mesma modalidade.