Yane Marques fez história no pentatlo moderno brasileiro. A pernambucana é dona de duas medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Pan-Americanos, sendo inclusive a grande vencedora entre todos os tempos no naipe feminino. Com o bronze na Olimpíada de Londres 2012, também se tornou a segunda representante das Américas a garantir um lugar no pódio do maior evento esportivo do planeta. Em conversa exclusiva com o Olimpíada Todo Dia, ela relembrou as campanhas vitoriosas no Pan e a opção pela aposentadoria, além de detalhar os novos projetos de vida.
“São três. São três Jogos Pan-Americanos na minha carreira. O primeiro no Rio, em 2007, que eu ganhei e classifiquei para a Olimpíada de Pequim. Em 2011, em Guadalajara, uma competição maravilhosa. E a última que foi em Toronto 2015, também com classificação para Londres, também fui medalha de ouro. Eu só tenho boas lembranças dos Jogos Pan-Americanos. É um evento que vem envelopado muito parecido com a Olimpíada por acontecer só a cada quatro anos e ter essa exigência de classificação. É uma prova muito forte. No caso da minha modalidade, o pentatlo moderno, ela dá cinco vagas de classificação para os Jogos de Tóquio. É a prova mais importante da temporada pré-olímpica para quem é pentatleta. Lógico, outros esportes não classificam para a Olimpíada, mas são da mesma forma muito importantes. Só lembranças boas de Jogos Pan-Americanos. A energia, a alegria dos atletas. É uma Olimpíada numa proporção um pouquinho menor. Eu acho que é o sonho de todos os atletas das Américas: primeiro participar do Pan, depois participar de uma Olimpíada”, comentou.
Apesar de não colaborar efetivamente como atleta, Yane segue representando o Brasil. Em Lima, em parceria com o COB, mantém funções de interação através das redes sociais e contribui com experiência para a nova geração de esportistas brasileiros. “Eu planejei a minha aposentadoria para depois da Olimpíada do Rio. Eu tive um mês depois o Mundial Militar e encerrei a minha história como atleta profissional. Atleta a gente vai ser sempre. Eu continuo ativa, eu continuo treinando, eu continuo envolvida nesse universo. Só que agora eu vivo o esporte de maneiras diferentes. Eu estou secretária executiva de esportes na Prefeitura de Recife, recebi o convite do Comitê Olímpico do Brasil para estar aqui em Lima como uma atleta que viveu o que esses meninos estão competindo e trazer um olhar de atleta muito próprio, muito particular para quem acompanha a gente nas redes sociais. Está sendo uma experiência incrível, estou aprendendo muito todos os dias, estou me desafiando. Está sendo muito bom”.
+PENTATLO MODERNO NOS JOGOS PAN-AMERICANOS DE LIMA
Das rotinas de treinamentos às obrigações administrativas, mas sem esquecer o amor por cada modalidade. Contribuindo politicamente com o esporte em Recife, Yane Marques encara os compromissos atuais com seriedade e confiança. “É um universo totalmente diferente do que a gente está acostumado a viver nas pistas, dos treinos, das competições. Mas eu acredito muito que a política precisa de pessoas técnicas em lugares técnicos. Eu sou uma pessoa que viveu 20 anos o esporte e hoje cuida do esporte na minha cidade. Eu acho que faz muito sentido. Não teve um histórico com político, um histórico de família. É uma contribuição muito técnica, de uma pessoa muito apaixonada por esporte e muito crente que o esporte, de verdade, pode mudar a vida das pessoas. Eu vejo dessa maneira. Como um ponto muito positivo. A política do Brasil carece disso. Quando eu encerrei a minha carreira como atleta, eu estava pronta para viver novos desafios. Estar como secretária hoje é um super desafio. Estar hoje em Lima acompanhando o Pan como digital influencer é outro super desafio. Eu estou sempre pronta para aprender”.
“A medalha desse ano eu já ganhei. A experiência está sendo muito rica. Viver novas experiências, viver novos aprendizados, de fazer bons contatos, de conhecer mais gente, de aproximar com os atletas. Essa é a minha medalha, é muito bom. Eu já chego com a garantia de sair com a medalha”, complementou.