Daqui a exatamente um ano começará a esgrima em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. No total, 96 atletas competirão em 16 provas, oito no masculino e oito no feminino, em busca de um lugar no pódio mais desejado do esporte. Grande destaque do Brasil, o campeão paralímpico na categoria B da espada masculina em Londres-2012, Jovane Guissone, tentará buscar sua segunda medalha paralímpica, que lhe escapou por pouco há quatro anos no Rio de Janeiro.
Diferentemente de outras modalidades, a esgrima em cadeira de rodas ainda não possui nenhum atleta 100% garantido nos Jogos. As vagas virão após o fechamento do ranking mundial, algo que ocorrerá apenas em maio de 2021.
+ Andrew Parsons vê paradesporto de alto rendimento excludente
No entanto, pelos resultados ao longo do ciclo e pela atual posição no ranking, é muito provável que Jovane Guissone participe de sua terceira Paralimpíada no Japão. O Olimpíada Todo Dia preparou um mini-guia com as principais conquistas do medalhista de ouro paralímpico nesse ciclo e os principais adversários que enfrentará. Confira!
Rio-2016: batendo na trave
Por muito pouco, Jovane Guissone não teve a chance de defender o título paralímpico nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro há quatro anos ou ao menos brigar por uma medalha. Na ocasião, o esgrimista chegou aos Jogos recém-tratado de uma ruptura de grau quatro no braço direito, longe de sua melhor forma.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NOINSTAGRAM E NO FACEBOOK
Mesmo assim, se classificou em segundo lugar na fase de grupos e enfrentou o ucraniano Oleg Naumenko, terceiro colocado da outra chave, nas quartas de final. Em um confronto muito equilibrado, o brasileiro acabou caindo por 15 a 12, não se classificou para a briga de medalhas e terminou na sétima colocação.
Ciclo olímpico: a trave, outra vez
De 2016 para cá, o medalhista paralímpico manteve a regularidade e os bons resultados, sempre competindo na elite da esgrima mundial. Nas duas principais, no entanto, Jovane Guissone repetiu a “batida na trave” da Rio-2016.
No Mundial de 2017, disputado em Roma, na Itália, o gaúcho de 37 anos teve bom desempenho na fase de grupos, terminando na 7ª colocação geral. Na fase final, venceu as oitavas de final com autoridade e se classificou para as quartas. Ao enfrentar o britânico Dimitri Coutiya, um dos melhores do mundo, acabou caindo e terminou em 5º lugar.
Dois anos mais tarde, no Mundial da Coreia do Sul, Jovane Guissone novamente caiu nas quartas. O esgrimista venceu quatro de seis jogos na fase de grupos, fechando novamente na 11ª colocação. Na fase eliminatória, venceu com autoridade a 1ª rodada e as oitavas de final, chegando às quartas e ficando a um triunfo de disputa por medalhas.
O adversário foi um velho conhecido: Oleg Naumenko, algoz da Rio-2016. Em novo combate disputado, o gaúcho caiu e terminou em 7º lugar, mesma posição alcançada na Rio-2016.
Regularidade e resultados expressivos
Jovane Guissone pode não ter medalhado nas duas principais competições da esgrima em cadeira de roda nesse último ciclo paralímpico, mas obteve grandes resultados, sempre figurando entre os primeiros.
Em 2019, Sua regularidade lhe rendeu a terceira colocação no ranking mundial da categoria B da espada. Ao final do ano, Guissone foi premiado com o Prêmio Brasil Paralímpico como o melhor atleta da esgrima em cadeira de rodas do país.
Guissone começou 2020 inspirado. Antes da modalidade parar devido à pandemia, o gaúcho tinha vencido a etapa de Eger (Hungria) da Copa do Mundo.
O bom desempenho mostra que o gaúcho teria condições de chegar em Tóquio e quebrar a barreira das quartas de final que tem lhe atrapalhado nas últimas grandes competições.
Rivais
Jovane Guissone terá vida dura na competição da espada nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A espada B segue muito competitiva.
O britânico Dimitri Coutya é o grande favorito para vencer a medalha de ouro. Atual bicampeão mundial, o algoz de Guissone em 2017 é o líder do ranking e o grande nome da modalidade.
O chinês Daoliang Hu, vice-campeão mundial em 2019 e 4º colocado no ranking, o ucraniano Oleg Naumenko, duas vezes algoz de Guissone e medalhista de bronze na Rio-2016 e no Mundial 2019, o bielorrusso Andrei Pranevich e o iraquiano Ammar Ali, ouro e prata no Rio há quatro anos, e o francês Yanick Ifebe, bronze no Mundial 2017, devem brigar por medalhas junto com o brasileiro.
Outros esgrimistas de países como Polônia, Rússia e Hungria também devem dar trabalho ao campeão paralímpico na espada de 2012. França e China também possuem grandes atletas além dos citados anteriormente.