A pressão de atletas e entidades do paradesporto deu resultado. Após anunciar o US Open de tênis sem o torneio em cadeira de rodas, a organização do evento voltou atrás e decidiu que os cadeirantes irão competir no Grand Slam dos Estados Unidos.
A competição de tênis em cadeira de rodas será realizada de 10 a 13 de setembro, no tradicional complexo de Nova York. O US Open terá as disputas de simples e duplas nos dois naipes, bem como a competição de Quad, que é destinada a atletas com deficiência nos membros superiores.
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Os tenistas em CR seguirão os mesmos protocolos de saúde e segurança dos atletas que competirão na versão tradicional do Grand Slam. A entrada dos cadeirantes no complexo está permitida a partir do dia 7 de setembro.
Por hora, a ITF (Federação Internacional de Tênis) está avaliando se o torneio irá contar pontos para a corrida paralímpica.
Curvando-se
A decisão de realizar o torneio em CR só veio depois de muita pressão, já que a ideia original era não realizar a competição. Contudo, em nota oficial divulgada em uma rede social, a organização do US Open alegou que a decisão veio após “múltiplas reuniões virtuais com um grupo de cadeirantes e com a ITF.”
Antes do anúncio da realização do torneio, em depoimento ao site do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), o presidente da entidade, Andrew Parsons, pediu que os organizadores reconsiderassem a decisão.
O presidente do Conselho de Atletas, Chelsey Gottel, alegou que não tinha havido consulta aos atletas por parte da organização. “Isso parece um retrocesso”, disse o dirigente.
Os finalistas da edição 2019 da chave de cadeirantes do US Open, o australiano Dylan Alcott e o britânico Andrew Lapthorne, também tinham se manifestado.
“Não digam que estou em maior risco por ter uma deficiência. Isso não faz de mim um doente. Estou melhor e mais saudável que quase todos que estão lendo isso agora”, afirmou Alcott. Por sua vez, Lapthorne não escondeu sua revolta “Se isso não mudar, não sei o que dizer a não ser que é discriminação”