Há pouco mais de dois anos, a vida de Edwarda Dias, a Duda, e Rogério Júnior mudou para melhor. Em mais um dia que apenas parecia ser como todos os outros, eles se conheceram no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Ela treinava com a seleção de vôlei sentado. E ele competia no primeiro Campeonato Brasileiro de parabadminton no CT. Foi assim que o esporte uniu Duda e Rogério, dentro e fora das quadras.
Dois meses depois, eles já estavam namorando. Mas além de Rogério e através dele, Edwarda acabou descobrindo uma outra paixão: o parabadminton. Não à toa, hoje ela se dedica às duas modalidades, ao vôlei sentado e ao parabadminton. E assim, Duda e Rogério dividem as quadras, nas duplas mistas, e também a vida.
+Um amor, duas modalidades e uma atleta: A história de Edwarda Dias
“Como foi o esporte que uniu a gente, ele é a base do nosso relacionamento. O esporte é tudo para gente. A gente treina junto, joga junto, vive junto. E jogar dupla é isso, é entrosamento. Então como a gente já é um casal fora de quadra, dentro isso só agrega”, contou Duda em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
“O esporte nos uniu e ele é a nossa alegria. E com ele na nossas vidas, estamos realizando grandes sonhos”, completou Rogério, que é o número um do parabadminton brasileiro.
Admiração mútua
No último dia 1º de junho, Edwarda Dias e Rogério Júnior completaram dois anos de namoro. Dois anos de cumplicidade, amor e admiração um pelo outro.
“O que mais gosto na Duda é a determinação que tem para tudo. Uma verdadeira mulher guerreira, que não teme nada, enfrenta todas as dificuldades de peito aberto. Isso me ganhou. Ela é muito importante na minha vida. Sempre me mostra os melhores caminhos, me traz paz em dias ruins… É meu verdadeiro porto seguro”, se derreteu Rogério.
“Gosto muito da força de vontade, a determinação dele. Ele é ‘ligado nos 220’ e admiro muito isso. Tem ânimo para tudo, quando tem que resolver alguma coisa, resolve ali, na hora. E a presença um na vida do outro, a forma como a gente se trata, se cuida. Hoje a gente é o melhor amigo um do outro. Tudo que eu for fazer, eu quero a companhia dele, e tudo que ele for fazer, ele quer a minha. E é muito legal ver também o tanto que a gente evoluiu junto”, concordou Duda.
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Futuros campeões?
Apesar do pouco tempo no parabadminton, Edwarda Dias já assumiu a liderança do ranking nacional. Ambos fazem parte da classe SL4, para pessoas com deficiência nos membros inferiores que andam, e competem juntos pelo Sesi, já colecionando medalhas. E dividir as quadras tem seu lado bom e seu lado ruim. Mas Duda garante que eles nunca brigaram por uma derrota ou algo relacionado ao esporte.
“O lado bom é a força, o apoio… Se ele não está bem, eu vou lá e ajudo como posso. E o contrário também. Mas tem o lado ruim, que é o da cobrança, ter liberdade para cobrar o parceiro. Então como a gente é um casal, não tem muito freio na língua. Ele tem que ter compreensão, porque eu não treino a modalidade diariamente e isso pesa muito. Mas eu sou muito positiva. E toda a bagagem do vôlei sentado me ensinou a lidar com isso e com as derrotas. Então quando a gente perde, eu sempre tento enfatizar os pontos positivos, porque a gente não deve se apegar ao erro”.
E a parceria é tanta, que Duda já escolheu qual será seu futuro no próximo ciclo paralímpico. Isso porque, desde Atlanta-1996, o IPC (Comitê Paralímpico Internacional) proibiu que um mesmo atleta dispute a mesma edição de uma Paralimpíada por duas modalidades. Assim, Duda vai a Tóquio-2020 competir no vôlei sentado, em busca de sua segunda medalha em Jogos Paralímpicos (foi bronze na Rio-2016), mas vai migrar para o parabadminton no ciclo de Paris-2024.
Assim, com a vantagem se serem parceiros dentro e fora das quadras, quem sabe Edwarda Dias e Rogério Júnior vão escrever seus nomes na história dos Jogos Paralímpicos? “A gente vai ter grandes chances de trazer uma medalha em Paris-2024”, finaliza Duda.