Dois dos maiores nomes da história do vôlei nacional estão de volta. As campeãs olímpicas Mari e Paula Pequeno deixaram as quadras e agora vão jogar vôlei de praia de olho nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
Mas outro nome de destaque do vôlei também tem a ver com essa história. “A Jaqueline me chamou para treinar vôlei de praia e eu acabei gostando do esporte. Ela preferiu continuar na quadra e meses depois eu convidei a Paula para jogar comigo, mas pra valer”, explicou Mari, medalha de ouro em Pequim 2008.
Embora os fundamentos do vôlei praticado na quadra e na areia sejam os mesmos, a adaptação à nova modalidade deve ser o principal desafio do novo projeto. “O tipo de toque, de manchete, o jeito que a gente se desloca. É tudo muito diferente do que a gente estava acostumada”, detalhou Mari, que não joga profissionalmente há aproximadamente dois anos.
Por outro lado, ela está em ritmo de treino há mais tempo do que Paula. A melhor jogadora das Olimpíadas de Pequim deu uma pausa da carreira e chegou a participar do Power Couple Brasil, programa exibido pela Record TV. Ela admite que nesse meio tempo chegou a se aposentar do esporte.
Eu já pensei em me distanciar do esporte. Ter participado de um reality show justamente para abrir possibilidades para novos ramos, novas profissões. Mas eu me senti muito engajada em abraçar um novo projeto com a Mari.
Até o fim do ano, o trabalho da dupla será focado em recuperar a forma física adequada para o vôlei de praia. Jogos oficiais só devem ser disputados em meados de 2020.
Paula, ouro em Pequim 2008 e Londres 2012, declarou que a iniciativa da dupla é atrair mais atenção ao vôlei de praia. Segundo ela, esta é uma oportunidade para que a modalidade seja vista por mais pessoas e que atraia novos patrocinadores.
Ela destacou também que está sendo bem recebida por atletas consagrados da areia. Ricardo, ouro em Atenas 2004, e Ângela Lavalle, bronze no Pan de Lima 2019, foram os primeiros a dar boas-vindas. “Todo mundo está querendo ajudar e me chamando para treinar. Ninguém me chama mais para um churrasco, só para treinar”, brincou.
As atletas terão mais de 40 anos quando chegarem as Olimpíadas de 2024, mas acreditam que este não é um obstáculo dos mais difíceis. “Na quadra, realmente a idade pesa muito por conta do desgaste das articulações. Já na areia, a questão é mais muscular e quanto a isso a gente está tranquilíssima. Até os 44 anos dá para jogar tranquilamente se a gente quiser”, afirmou Mari, que logo foi interrompida por Paula: “Ah, meu Deus, calma. Se controla!”, exclamou aos risos.
TÓQUIO 2020
As duplas para os Jogos Olímpicos de Tóquio já foram definidas. Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE), Ágatha/Duda (PR/SE), Alison/Álvaro Filho (ES/PB) e Evandro/Bruno Schmidt (RJ/DF) conquistaram vagas antecipadas para a competição.
Na última semana, o calendário de eventos do Circuito Mundial 2020 foi divulgado pela Federação Internacional de Voleibol (Fivb), e com apenas mais um torneio válido, as duplas não podem mais ser alcançadas pelos demais concorrentes.