O advogado Alberto Murray, candidato à eleição para presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), participou de uma live realizada no Instagram do Olimpíada Todo Dia na noite deste domingo (26). Durante a transmissão, o ex-presidente do Conselho de Ética do COB, cargo que ocupava até o início desse ano, deu mais detalhes do projeto de mandato.
Segundo Alberto Murray, o principal foco baseia-se na ruptura do que ele chama de modelo olímpico vigente no COB desde a presidência de Carlos Arthur Nuzman. Nuzman esteve à frente da entidade entre 1995 e 2017, quando acabou sendo preso acusado de corrupção.
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“Eu acho que tudo na vida tem um ponto de saturação. Este modelo olímpico que o Brasil possui se prestou a ter esgotou com o Rio 2016. Parece fácil falar agora depois que tudo tem acontecido recentemente, mas dez anos antes eu já dizia que tudo se encerraria em 2016. Sem falar nos escândalos que começamos ver depois disso e que acabou sendo encerrado da pior maneira que poderia ser com o nosso líder olímpico sendo preso. Atualmente passamos por um momento de transição. Mas agora precisamos ter um rompimento absoluto com esse movimento antigo”, declarou.
“Isso significa a liberdade do diálogo, saber que é possível o contraponto, e ter a noção de que o contraponto não é uma coisa ruim, mas sim uma visão diferente de algum tema, precisamos também dar maior autonomia para as Federações e buscar valorizar os atletas”, completou.
Confira a transmissão completa
Ver essa foto no InstagramConfira a entrevista com @murraypresidente, candidato à presidente do Comitê Olímpico do Brasil
Federações fortalecidas
Ainda segundo Alberto Murray, um dos pontos prioritários em sua campanha será o fortalecimento e a entrega de liberdade maior para as confederações de cada modalidade esportiva.
“Se você duvidar que as federações não têm a condição de realizar um bom trabalho nem valeria à pena mantê-las. Mas eu pessoalmente acho que elas têm essa condição. Com essas federações tendo liberdade e autonomia financeira, caberá aos seus órgãos internos de controle para manter uma boa administração sobre a modalidade. O COB não pode substituir a confederação nas atribuições, ele deve auxiliar e contribuir, mas nunca substituir nesse processo administrativo”, garantiu.
Neto de Sylvio de Magalhães Padilha, presidente do COB entre 1963 e 1990, Murray garante ainda que pretende sempre manter-se próximo aos atletas em sua gestão, dando a eles mais autônima na participação nas decisões da entidade.
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Atletas
“Não existe esporte sem atleta. A minha proposta é de que a Comissão de Atletas tenha um orçamento próprio, para que ela possa realizar as suas atividades sem a necessidade de depender do COB. Hoje temos uma Comissão boa, que precisa sempre participar das decisões e isso será fundamental caso eu seja eleito”, completou.
Candidato de oposição, Alberto Murray ainda não sabe quem será o seu concorrente no pleito. Isso porque o COB, atualmente comandado por Paulo Wanderley Teixeira, disse que no momento o foco está na estratégia da preparação brasileira para a Olimpíada em 2021. A eleição está marcada para o mês de novembro deste ano.