O COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Organizador de Tóquio 2020 anunciaram novidades nesta sexta-feira (17) para a Olimpíada e Paralímpiada, adiadas para o ano que vem devido à pandemia de coronavírus. Através de uma reunião virtual entre as autoridades, seguida de uma coletiva de imprensa com o presidente Thomas Bach, eles abordaram assuntos como a confirmação dos locais de competição, da agenda dos Jogos e portões fechados.
Principais destaques
Arenas e agenda confirmadas
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 confirmou que todos os locais de competição, a Vila Olímpica e as instalações de imprensa estarão disponíveis para uso em 2021. Ao todo, a Olimpíada de Tóquio deve contar com 42 locações diferentes.
O maior desafio foi assegurar a disponibilidade da Vila Olímpica, porque cerca de 25% dos 4 mil apartamentos construídos já havia sido vendido, com a entregra prevista para após as Paralímpiadas. Com o adiamento, esta entrega aos proprietários acontecerá quase um ano depois da previsão inicial.
Além disso, com os locais de competição assegurados, o Comitê pôde confirmar também a agenda de eventos. A base prevista para 2020 será mantida, com alguns pequenos reajustes.
Assim, a Olimpíada de Tóquio começara com o softball e futebol em 21 de julho de 2021, dois dias antes da cerimônia de abertura. Os primeiros eventos valendo medalha acontecerão no dia 24, com tiro com arco, ciclismo, esgrima, judô, taekwondo e levantamento de peso.
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O COI destaca também o Super Sábado, dia 7 de agosto, um antes da Cerimônia de Encerramento. Serão 34 finais, o maior número em um único dia dos Jogos. E as principais atrações incluirão as finais do basquete, do futebol e do vôlei masculinos. E vale ressaltar que a cerimônia de premiação na maratona feminina será realizada pela primeira vez na história olímpica na Cerimônia de Encerramento.
Ingressos
O COI confirmou ainda que os ingressos comprados para 2020 serão válidos em 2021. E aqueles que não puderem ou não quiserem ir a Olimpíada no ano que vem, poderá solicar reembolso. O processo de solicitação será aberto durante o outono do hemisfério norte (primavera no hemisfério sul).
O COI reafirmou, também, que a prioridade segue sendo encontrar uma maneira segura de realizar a Olimpíada em meio à pandemia de coronavírus. No entanto, fazer o maior evento esportivo do mundo sem público não parece ser uma opção.
“Os Jogos Olímpicos com portões fechadas são claramente algo que não queremos. Portanto, estamos trabalhando para uma solução, que por um lado salvaguarde a saúde de todos os participantes e por outro lado também reflita o espírito olímpico”, pontuou o presidente do COI, Thomas Bach.
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Sobre a possibilidade de ter um número menor de torcedores em Tóquio-2020, Bach disse: “Em muitos países, você nem sabe como será o dia de amanhã…. Nós não podemos ter uma solução hoje. Mas é um cenário possível, com as restrições de viagem, mas e muito cedo para sabe. E de novo, não é o que queremos.
“Estamos trabalhando bem e se tudo ocorrer da forma correta, estes serão o primeiro grande evento mundial depois da pandemia. Milhões de pessoas ao redor do globo vão se juntar para esses Jogos. Podemos, então, transformar esses Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 em uma celebração sem precedentes de união e solidariedade da humanidade, tornando-os um símbolo de resiliência e esperança. Serão únicos para o mundo todo”, completou.
Protestos
O direito de manifestação dos atletas durante os Jogos foi pauta mais uma vez. A Regra 50 da Carta Olímpica diz que “não será permitida nenhuma demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial nas arenas olímpicas, instalações e outras áreas”, cabendo punição para que descumprir a regra. No entanto, essa premissa vem recebendo fortes críticas de atletas e entidades ao redor do mundo, o que obrigou o COI a rever tal regra.
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“Solidariedade e não discriminação estão em nosso DNA. Portanto, agradecemos a todos os atletas que apoiam esses valores se expressando ou que estão ajudando os outros se engajando em suas comunidades. Sobre a discussão da Regra 50, é importante enfatizar que os atletas já têm várias oportunidades de expressar suas opiniões também durante os Jogos Olímpicos: coletivas de imprensa, zonas mistas, mídias sociais, entrevistas, reuniões de equipe e outros. A regra 50 trata apenas do campo de jogo e das cerimônias”, disse Thomas Bach.
“Para conciliar os valores da liberdade de expressão e respeito um pelo outro, a Comissão de Atletas do COI iniciou um diálogo entre os atletas sobre como eles podem expressar ainda melhor seu apoio aos Valores Olímpicos de maneira digna e não-divisória”.