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Atletismo

Relembre 5 medalhas surpreendentes do Brasil

Melhor performance da carreira, modalidade sem apoio, chamado de última hora: confira medalhas inesperadas do Brasil na história dos Jogos Olímpicos

Com Thiago Braz e Rogério Sampaio, relembre medalhas surpreendentes do Brasil em Jogos Olímpicos
Thiago Braz foi medalha de ouro na Rio 2016 com direito a recorde olímpico (Foto: Divulgação/COB)

Imprevisível, o esporte é uma caixinha de surpresas. E o Brasil já foi agraciado por isso. Das 129 vezes que o país subiu ao pódio dos Jogos Olímpicos, várias foram inesperadas e, diante desse cenário, o Olimpíada Todo Dia lista cinco medalhas brasileiras surpreendentes no principal evento esportivo do mundo.

Bronze do basquete masculino em Londres 1948

Basquete masculino do Brasil foi bronze em Londres 1948 (Foto: Acervo CBB)

Vindo de um suado vice-campeonato no Sul-Americano de basquete masculino em 1947, onde perdeu para Argentina e Uruguai, principais equipes do continente, e longe de criar uma liga nacional, o Brasil chegou desacreditado para os Jogos Olímpicos de Londres, realizado no ano seguinte.

Presente no Grupo A, o Brasil fez uma primeira fase impecável, vencendo todas as partidas. Hungria, Uruguai, Canadá, Grã-Bretanha e Itália foram as equipes batidas. Nas quartas de final, deixou a Tchecolosváquia pelo caminho, país que só havia perdido para os Estados Unidos, potência da modalidade já na época. Nas semifinais, porém, parou na França.

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Na disputa pelo bronze, a seleção brasileira venceu partida acirrada contra o México por cinco pontos de diferença. O triunfo levou o Brasil à primeira medalha em modalidades coletivas na história dos Jogos Olímpicos.

Ouro de Rogério Sampaio em Barcelona 1992

Rogério Sampaio foi ouro em Barcelona 1992 (Foto: Reprodução)

Rogério Sampaio quase não praticou judô competitivamente no ciclo olímpico para os Jogos de Barcelona em 1992. Três anos antes do evento espanhol, o paulista da Baixada Santista aderiu ao boicote junto de outros atletas, entre eles Aurélio Miguel, campeão olímpico em Seul 1988, e disse que só voltaria a competir se Joaquim Mamede, à época presidente da Confederação Brasileira de Judô, aceitasse as reivindicações dos judocas.

O movimento durou até o começo de 1992 e Rogério Sampaio fez a preparação para os Jogos Olímpicos de Barcelona em pouco mais de seis meses, apenas em solo brasileiro. Com o físico longe das melhores condições, o judoca ainda precisou lidar com o lado psicológico, já que em 1991 perdeu o irmão Ricardo, que se suicidou.

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Fora das competições internacionais por três anos e vindo de uma perda familiar, Rogério Sampaio chegou à Espanha longe de ser um dos indicados à conquista da medalha. Mas dentro do tatame tudo foi diferente. Tranquilo, sem nada a perder, o paulista venceu as três primeiras lutas por ippon, umas delas diante do então campeão dos Jogos Pan-Americanos, o argentino Francisco Morales.

Confiante, a improvável busca pela medalha se tornou um sonho próximo para Rogério Sampaio, que teria pela frente seu maior desafio, o alemão Udo-Gunter Quellmalz, atual campeão mundial. Em uma luta dura, decidida por uma punição, o brasileiro levou a melhor. Após bater o principal favorito, Rogério Sampaio transbordou em motivação, dominou o húngaro Jozsef Csak na final e trouxe o ouro para o Brasil na categoria meio-leve (até 65kg) dos Jogos Olímpicos de Barcelona.

Prata de Carlos Honorato em Sydney 2000

Carlos Honorato foi prata em Sydney 2000 (Foto: Divulgação/CBJ)

Após perder a seletiva nacional, Carlos Honorato iria para os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, como reserva da equipe de judô. Mas, faltando um mês para o evento, o judoca foi informado de que Edelmar “Branco” Zanol, o dono da vaga, estava cortado por conta de uma fratura na costela. Caberia ao paulistano representar o Brasil na categoria médio (até 90 kg).

Certeiro nos golpes, Carlos Honorato ganhou as duas primeiras lutas, contra o indonésio Krisna Bayuk e o espanhol Fernando Gonzalez, por ippon. Na sequência, superou o japonês Yoshida Hidehiko, atual campeão mundial e medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona 1992. O asiático foi se defender de um contragolpe do brasileiro e deslocou o cotovelo, deixando a competição por contusão.

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A luta mais difícil até aquele momento foi a semifinal. Diante do francês Frederic DemontFaucon, Carlos Honorato fez um combate estudado e tenso, mas venceu por pontos. Com a medalha garantida, o paulista enfrentou o holandês Mark Huizinga e sucumbiu. Apesar de entrar nas Olimpíadas de Tóquio sem grandes resultados no cenário internacional, o brasileiro era conhecido do europeu, que fez sua preparação para o evento justamente no Brasil.

De qualquer modo, Carlos Honorato entrou na história do judô brasileiro ao se tornar o primeiro atleta negro medalhista olímpico.

Prata do futebol feminino em Atenas 2004

Com Marta e Cristiane, Brasil foi prata em Atenas (Foto: Divulgação/COI)

Como os homens não haviam conquistado a vaga, o futebol brasileiro seria representado nos Jogos Olímpicos de Atenas exclusivamente pelas mulheres. Na Grécia, a equipe comandada por René Simões buscava deixar para trás a desconfiança de dois quarto lugares consecutivos.

Mais do que conseguir a inédita medalha, as brasileiras buscavam visibilidade, já que muitas jogadoras sequer tinham clubes, contratos ou apoio. A liga nacional, inclusive, estava longe de ser criada e o próximo encontro da seleção seria apenas para o Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007. Enquanto isso, Suécia, Estados Unidos e Alemanha já tinham campeonatos consolidados e figuravam entre as favoritas.

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Na primeira fase, o Brasil goleou a Grécia, venceu a Austrália e perdeu para as americanas, avançando com a segunda colocação. Nas quartas de final, fez 5 a 0 no México. Em seguida, na semi, uma revanche diante da Suécia, que havia eliminado o Brasil na Copa do Mundo dos Estados Unidos, um ano antes. O troco veio pelo placar mínimo e a seleção brasileira, enfim, garantiu a inédita medalha no futebol feminino.

Mesmo sem apoio financeiro e uma liga nacional, o Brasil fez um jogo duro na final diante dos Estados Unidos, equipe bicampeã mundial e atual vice olímpica. A derrota por 2 a 1 veio apenas na prorrogação. Fora de campo, o futebol feminino brasileiro passou a receber maior auxílio desde aquela campanha surpreendente da prata nos Jogos Olímpicos de Atenas

Ouro do Thiago Braz na Rio 2016

Thiago Braz foi ouro nos Jogos do Rio de Janeiro (Foto: Francisco Medeiros/ME)

Medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2010 e campeão mundial júnior em 2012, Thiago Braz despontou para o salto com vara com uma das grandes promessas da década. Desde que entrou nas principais competições adultas, em 2013, porém, o brasileiro, sem resultados expressivos, não conseguiu corresponder às expectativas. Até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Visto como um azarão na disputa do atletismo, Thiago Braz precisou de duas tentativas nos 5,75m, mas seguiu na competição, saltou 5,93m, sua melhor merca da carreira, e começou um duelo direto. Com todos os concorrentes ficando pelo caminho, o brasileiro e o francês Renaud Lavillenie, recordista mundial indoor e atual campeão olímpico, se enfrentavam pelo ouro.

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Na sequência, Renaud Lavillenie saltou 5,98m, quebrou o recorde olímpico e deixou Thiago Braz pressionado. O brasileiro resolveu contragolpear e subiu o sarrafo para 6,03m, 10 centímetros a mais que sua melhor performance. Empurrado pelo Engenhão lotado, o paulista de Marília conseguiu em sua segunda chance e assumiu as rédeas do confronto.

Após desperdiçar duas tentativas nos 6,03, Renaud Lavillenie aumentou o sarrafo para 6,08m e fez sua última cartada. Sem êxito, o francês ouviu as vaias se tornarem gritos entusiasmados para comemorar o ouro, com direito a recorde olímpico, de Thiago Braz no salto com vara dos Jogos Olímpicos do Rio Janeiro.

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