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Tóquio 2020

Etiene Medeiros acredita em Tóquio como respiro de esperança

A nadadora tem dúvidas sobre a viabilidade da Olimpíada em 2021 e está impactada com as consequências causadas pela pandemia de coronavírus

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Tetracampeã mundial, Etiene Medeiros está impactada com os efeitos do coronavírus (COB/Divulgação)

Etiene Medeiros é um dos principais nomes da natação brasileira. Especialista em provas de velocidade, a nadadora é tetracampeã mundial e todas as suas conquistas foram no nado costas e em disputas de 50 m, sendo uma delas em revezamento. A atleta tem dúvidas se os Jogos Olímpicos de Tóquio irão realmente acontecer em 2021 e continua impactada com os efeitos causados pela pandemia de coronavírus.

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“Temos que ter consciência que a Olimpíada no próximo ano, se acontecer, será um respiro de esperança para a humanidade. Será muito diferente. Não será nivelado igualmente. Sou uma pessoa sensível em relação a essa questão do coletivo e para mim não está sendo fácil. Antes de atletas, somos humanos e fiquei impactada e, ainda estou, com essa questão de pessoas morrendo”, afirmou Etiene Medeiros ao Instagram das Dibradoras.

Na mesma live, Etiene Medeiros revelou que passou por um processo com sua psicóloga para não “pirar” ao ver a humanidade sofrendo devido ao coronavírus. Assim que entrou em isolamento social, a nadadora se trancou em casa por duas semanas e, quando foi noticiado o adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021, literalmente jogou tudo para o ar.

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“Eu fiquei quase duas semanas sem treinar nada. Eu precisava daquele tempo. Quando disseram que teria mais um ano pela frente foi desesperador. Mas estava consciente porque não tinha condições. O vírus está aí e ninguém o conhece e sabe para onde ir. As pessoas estão morrendo. Você não podia sair de casa para nada porque poderia ser infectada. A mente ainda está confusa”, destacou a nadadora.

Discordância em relação à CBDA

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Além de impactada pelo coronavírus, Etiene Medeiros discorda do formato em busca de uma vaga olímpica (COB/Divulgação)

A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) confirmou que haverá somente uma seletiva olímpica para os atletas conquistarem suas vagas aos Jogos de Tóquio. Antes do adiamento da competição, o evento decisivo estava marcado para o Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em abril de 2020. Etiene Medeiros discorda do modelo definido para tentar o índice para a Olimpíada.  

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“Estava a um mês do classificatório quando saiu a notícia do adiamento. Já era uma fase bem difícil porque a nossa Confederação colocou só uma chance para conseguir o índice olímpico e não sou a favor disso. Você tinha um ano para Tóquio e só tinha uma caída na água para conseguir o índice olímpico? Eu não era a favor disso e ainda não sou caso os Jogos aconteçam no próximo ano”, ressaltou a nadadora.  

“Estou em um processo e penso da seguinte forma: como posso dar meu máximo no dia de hoje. Penso em um dia de cada vez. A gente viu que não tem o poder sobre as coisas. Tóquio é uma cidade que amo. Jogos Olímpicos são uma coisa que ainda estão muito na minha mente, seja um ciclo ou mais dois. Eu não quero parar de nadar agora, mas os atletas têm que entender que passamos por uma situação difícil”, disse Etiene Medeiros.

Positividade

A atleta disputou os Jogos Olímpicos Rio-2016 e chegou na final da prova dos 50 m livres, terminando na oitava posição com a marca de 24s69. A campeã olímpica foi a dinamarquesa Pernille Blume, com 24s07. Na edição brasileira da Olimpíada, Etiene Medeiros nadou também os 100 m livres e costas e o revezamento 4×100 m livres. A nadadora reforçou pedido de consciência no combate ao coronavírus.

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“Estamos em uma situação que eu posso morrer e um amigo meu pode morrer. Não temos a noção de como esse vírus vai reagir em mim, no meu técnico ou em qualquer outra pessoa. O atleta respira resiliência, força de vontade e trabalho duro, mas também é humano. Sou uma pessoa com esperança, positividade e fé e peço a Deus todos os dias por uma vacina”, concluiu.    

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