Medalhista sul-americano, pan-americano e mundial no nado borboleta, Léo de Deus quer ir ao Japão buscar a medalha olímpica que lhe falta na natação. Em uma live realizada nesta segunda (18), o nadador do Mato Grosso do Sul conversou sobre a rivalidade com o japonês Daiya Seto, a rotina no período de quarentena social por causa da pandemia do novo coronavírus e sobre a importância de se manter focado para conseguir subir no pódio na Olimpíada, o seu maior objetivo de vida.
Léo de Deus não terá tarefa fácil para conseguir realizar seu sonho, entretanto. Precisará bater grandes adversários, incluindo um japonês que já lhe deu bastante trabalho no passado.
“Estou com Daiya Seto ‘engasgado’. Ele já me venceu duas vezes no Pan-Pacífico, em 2014 e 2018”, diz o atleta, referindo-se ao atual vice-campeão mundial nos 200 metros borboleta.
Léo de Deus lembrou as duas vezes em que levou a medalha de prata nos 200 metros borboleta em uma das mais importantes competições da natação disputada apenas em anos em que não haja realização de Jogos Olímpicos ou Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos. Nas duas ocasiões, o brasileiro só ficou atrás de Seito.
Léo de Deus relembra a conquista da medalha de prata nos Jogos Pan-Pacíficos de 2018; Brasileiro perdeu apenas para o japonês Daiya Seto
Evolução
O nadador possui duas participações olímpicas. Na sua estreia, em Londres-2012, acabou não avançando para as semifinais. Quatro anos mais tarde, na Rio-2016, foi muito bem nas eliminatórias, nadou os 200 m borboleta para 1min55seg98, quebrou o recorde brasileiro na prova e avançou para as semifinais com o nono melhor tempo (O japonês Daiya Seto foi o oitavo). Na parte da tarde, acabou não repetindo o desempenho e terminou na 13ª colocação. Se tivesse cravado o mesmo tempo das eliminatórias, teria ido a grande final como o sexto melhor.
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No ciclo olímpico de Tóquio, Léo de Deus seguiu evoluindo. No Campeonato Mundial de 2019, disputado em Gwangju, na Coreia do Sul, cravou 1min55seg71 na semifinal, indo para a decisão com o quatro melhor tempo e a frente do sul-africano Chad Le Clos, campeão olímpico da prova em Londres-2012. Na final, terminou em sétimo lugar. Seito ficou com a prata.
Treinos
Atualmente com 29 anos, o sul-mato-grossense mantém uma rígida rotina de treinos para buscar a medalha na Olimpíada. O trabalho tem o foco em três frentes: treino na água, trabalho físico e cuidado com a alimentação. Mesmo com a quarentena, Léo de Deus não perdeu a intensidade em sua preparação.
“Estava no melhor da minha forma e do nada acabou tudo. Preciso me reinventar e buscar o lado bom das coisas. Estou nadando em casa, na piscina do condomínio. Eles liberaram para nadar e a água está gelada demais. Mas não posso parar. Não dá para manter a preparação 100% que vinha fazendo antes dessa quarentena. Mas o importante é se manter o mais próximo possível do topo”, revela o atleta.
Seletiva Olímpica
Léo de Deus lutaria pela vaga olímpica na seletiva única para a Olimpíada de Tóquio, o Troféu Brasil. A competição estava marcada para ocorrer entre os dias 21 e 27 de junho no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, mas foi cancelada por conta da pandemia e ainda aguarda a definição de uma nova data.
O sistema é o mesmo adotado por potências da modalidade como Estados Unidos, Austrália e França. Ao todo, na Olimpíada de Tóquio, serão 17 eventos para os homens, 17 para mulheres e um misto (o revezamento 4×100 m medley).