Ana Marcela continua trabalhando com o objetivo de surpreender suas adversárias visando a conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Bastante visada pelas rivais, a atleta da maratona aquática foi bicampeã mundial, em Gwangju-2019, nas provas de 5 km e 25 km, e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no mesmo ano, na distância de 10 km.
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“Realmente ainda não encaixou os 10 km perfeitos em Jogos Olímpicos. Em 2008, minha primeira Olimpíada, tinha 16 anos e cheguei à Vila olhando Kobe Bryant, Michael Phelps e César Cielo, campeão olímpico. Não tive amparo para chegar com outra cabeça. Em 2012, infelizmente, não me classifiquei e, em 2016, tive problema no percurso, mas detesto dar desculpas e não foi dia para disputar uma medalha”, disse Ana Marcela, em live no Instagram do Olimpíada Todo Dia .
Estratégias pensando em Tóquio
A prova de 10 km é a única da maratona aquática no programa olímpico e, nesta distância, Ana Marcela tem três medalhas em Mundiais: bronze, em Kazan-2015 e Budapeste-2017, e prata, em Barcelona-2013. Em Gwangju-2019, a nadadora terminou na quinta posição, o suficiente para garantir vaga em Tóquio, competição em que espera conseguir encaixar sua melhor prova. Para isso, traça estratégias com seu técnico Fernando Possenti.
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“No Mundial consegui a vaga, mas fiquei em quinto lugar. Já analisei a prova com o Fernando umas duas vezes e conseguimos ver que para onde eu ia todo mundo ia. Não ter vencido nos trouxe uma forma diferente de pensar”, disse.
“Cada prova estou nadando de um jeito justamente para elas não saberem o que farei quando chegar em Tóquio. Se ainda não veio, é porque virá no momento certo e acho que ano que vem será esse momento”, completou a atleta.
Ponto de referência
Dos cinco títulos mundiais de Ana Marcela, quatro foram conquistados na prova de 25 km, sua distância predileta. Além de Gwangju-2019, a nadadora foi medalha de ouro em Xangai-2011, Kazan-2015 e Budapeste-2017. E os resultados expressivos que obteve recentemente fez com que a atleta se transformasse em alvo para suas adversárias. Ela já sentiu isso na pele no Campeonato Mundial de 2019.
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“Quando você tem muitos resultados bons em sequência acaba virando ponto de referência. E no Mundial foi isso que aconteceu comigo. Todo mundo sabia que onde a Ana Marcela estava daria coisa boa. Nos 10 km fiquei na quinta posição porque não consegui fazer o final de prova que estou acostumada. Tive um pequeno erro na parte decisiva e fiquei encaixotada no meio do pelotão”, contou.
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“Todo mundo sabe que o final de prova é o mais importante, mas em uma disputa de duas horas é preciso estar atenta para não deixar ninguém escapar, mas, ao mesmo tempo, saber o que fazer, ter paciência e estar muito bem concentrada para não perder o foco um segundo sequer, já que Olimpíada é de quatro em quatro anos e ganha quem estiver mais bem treinado tanto nos aspectos físicos quanto mentais”, destacou Ana Marcela.
Recordes na carreira
Ana Marcela tem aumentado sua lista de recordes. Após as conquistas em Gwangju-2019, ela se tornou a mulher com mais medalhas no Mundial de Esportes Aquáticos. Em águas abertas, a atleta tem 11 pódios, com cinco ouros, duas pratas e quatro bronzes, superando a holandesa Edith Van Dijk, que tem nove. A nadadora é também a única mulher tetracampeã mundial de uma prova, no caso, a de 25 km.
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A atleta é também a única mulher tricampeã mundial seguida dos 25km e a única a ganhar medalha nos cinco mundiais disputados na década. Ela é também a mulher com mais medalhas em Mundiais de esportes olímpicos, seguida pela nadadora Etiene Medeiros, com oito, e a judoca Mayra Aguiar, com seis. E é, igualmente, a única mulher que esteve em Pequim-2008, primeira vez do esporte em Olimpíada, que estará em Tóquio.
Ana Marcela está no Hall da Fama de águas abertas e, aos 28 anos, é a atleta mais vezes eleita a melhor do mundo pela FINA (Federação Internacional de Natação), sendo escolhida a melhor nadadora seis vezes: 2010, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019. Ela lidera também em conquistas do Circuito Mundial, já que venceu quatro vezes e é a primeira com mais vitórias do Circuito Mundial, com 23 medalhas de ouro.
Confiança no treinador
Ana Marcela divide seu sucesso com seu treinador Fernando Possenti. Neste período de quarentena, a atleta tem treinado na piscina de seu condomínio com a supervisão do técnico. “Primeira coisa de tudo é acreditar no trabalho e depois vem o respeito”, contou.
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“Acredito muito naquilo que ele propõe e faço o máximo que posso para conseguir colocar em prática nos treinos o que ele fala. Ele me passa confiança nos treinamentos e na competição olho para ele e sei o que fazer. A cada treino é uma competição, por isso, chego na água convicta do tenho que fazer”, concluiu a nadadora.