Neste retorno a conta-gotas das modalidades olímpicas, cuja tendência é aumentar gradativamente nas próximas semanas, poucos casos tiveram mais sucesso do que a volta das partidas da NBA, a liga profissional de basquete dos Estados Unidos. O restante da temporada regular recomeçou no último dia 30 de julho e até agora tem sido um exemplo de sucesso nos procedimentos de controle sobre a pandemia do coronavírus.
Vou além: acredito que muitos dirigentes e gestores de várias modalidades deveriam beber na fonte do que a NBA vem apresentando com muita eficiência até agora.
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Vamos por partes. É claro que se trata de um exemplo muito específico e de uma liga milionária, com uma estrutura de marketing impecável. Em termos de promoção de produto esportivo, vejo poucos chegarem perto do que os executivos da NBA fazem há anos. É um sucesso global e merecido, dentro e fora das quadras.
É bom lembrar que a NBA foi a primeira das grandes ligas esportivas a paralisar as atividades quando começaram a aparecer os primeiros casos de coronavírus entre seus integrantes. Foi antes da própria OMS decretar estado de pandemia global pela Convid-19. MUITO antes do COI (Comitê Olímpico Internacional) aceitar os fatos e decretar o adiamento da Olimpíada de Tóquio para 2021.
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Para o seu retorno, a NBA resolveu literalmente se fechar numa bolha. Isolou todas as 22 equipes que seguem na competição no complexo da Disney, na Florida. Todos os jogos numa única sede. Criou um protocolo rigoroso, com testagens semanais dos atletas, que precisam seguir regras rígidas. Dizem que o brasileiro Bruno Caboclo chegou a ter que passar por uma quarentena, apenas por deixar o hotel por algumas horas.
O resultado deste zelo rigoroso é nenhum caso positivo de Covid foi registrado desde a retomada.
Mesmo sem ter o mesmo dinheiro e estrutura da NBA, outras modalidades e ligas deveriam se inspirar nos americanos. A começar pelo nosso quintal.
Problemas brasileiros
A primeira rodada do Campeonato Brasileiro de futebol, no último final de semana, foi um exemplo de como as coisas podem dar errado sem um planejamento cuidadoso. Jogos adiados por causa de vários exames positivos, laboratórios errando na realização de exames, demora na CBF para tomar decisões, enfim, um desastre.
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Em proporções bem menores, a Superliga de vôlei e o NBB do basquete masculino, as maiores ligas nacionais de modalidades olímpicas, projetam retomar suas competições ainda em 2020. Em que condições, ninguém sabe ainda. Pelas distâncias entre as cidades participantes e com as condições da pandemia em diferentes estágios em todo o país, não é exagero prever situações semelhantes nestas modalidades com o que houve no futebol no último final de semana.
Um modelo brasileiro da bolha da NBA, guardadas todas as proporções, pode sim ser uma solução para evitar esse apagão de competições no nosso esporte.