Ainda falta pouco mais de um ano para o início da Olimpíada de Tóquio, adiada para o ano que vem em razão da pandemia do coronavírus. Mesmo assim, segue forte a pressão para que o COI (Comitê Olímpico Internacional) reveja a proibição aos atletas de fazerem protestos na Olimpíada. Na prática, o que se pede é o fim da Regra 50.
Esta regra, que integra a Carta Olímpica, proíbe que se faça qualquer tipo de demonstração política ou religiosa nas arenas olímpicas, sob pena de punições.
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No último sábado (27), uma carta assinada pela comissão de atletas do comitê olímpico e paralímpico americano foi bastante direta em seu recado aos cartolas que comandam o esporte olímpico. “Os atletas não serão mais silenciados”, dizia um dos trechos da carta.
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O documento contou com uma assinatura de peso. John Carlos, punido na Olimpíada da Cidade do México-1968 ao lado de Tommie Smith, no pódio da prova dos 200 metros por protesto contra a violência aos negros nos Estados Unidos, colocou seu nome na carta.
Ele e Smith foram expulsos da Vila Olímpica na ocasião, mas não chegaram a perder suas medalhas.
A pressão contra a Regra 50 para autorizar protestos em Tóquio é consequência das manifestações pelo assassinato do segurança George Floyd pela polícia de Minneapolis (EUA).
Até mesmo o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, admitiu que o COI irá escutar a comissão de atletas da entidade sobre a questão dos protestos de atletas.
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“O COI e o Comitê Paraolímpico Internacional não podem continuar no caminho de punir ou remover atletas que defendem o que acreditam. Especialmente quando essas crenças exemplificam os objetivos do olimpismo. Em vez disso, os administradores esportivos devem começar a tarefa para reformular as futuras formas de expressão dos atletas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, diz outro trecho da carta.
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Após avisar que não toleraria qualquer tipo de protestos em Tóquio-2020, o COI começa a ver crescer uma onda a favor da liberdade de expressão. Um caminho que parece sem volta, felizmente.