A semana termina finalmente com boas notícias no esporte olímpico. Após quase cem dias de pandemia do coronavírus, algumas competições já retornaram na Europa. Pudemos acompanhar disputas no basquete, hipismo e badminton, inclusive com a presença de atletas brasileiros. Estes sinais positivos contrastam com declarações contraditórias e nada otimistas dos organizadores dos Jogos de Tóquio, que receberá em 2021 a edição adiada da Olimpíada.
Este verdadeiro “ioiô” nas manifestações oficiais das pessoas ligadas à organização de Tóquio-2020 aumentam a sensação de incerteza sobre a realização dos Jogos Olímpicos.
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O primeiro sinal de maior cautela veio bem longe do Japão, há um mês. Em uma entrevista para a BBC, Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), admitiu pela primeira vez que não existe um “plano B” para a Olimpíada. Ou os Jogos acontecerão no ano que vem, ou serão cancelados. Para alguém que relutou até o último minuto com o adiamento para 2021, em razão da pandemia, é uma mudança e tanto.
Mas as contradições que realmente preocupam estão dentro do Japão. Na última segunda-feira (16), um dos integrantes do comitê organizador acenou com a possibilidade de um novo adiamento!
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Segundo Haruyuki Takahashi, deveria ser considerada a hipótese de prorrogar os Jogos se for necessário. Ele defende esta tese já calculando os problemas que a economia japonesa enfrentará no pós-pandemia.
A ideia foi rebatida um dia depois pela governadora de Tóquio, Yuriko Koike. Em plena campanha eleitoral para o comando da capital do Japão, ela foi categórica ao dizer que não existe possibilidade de novo adiamento, indo na mesma linha do que afirmou Thomas Bach há 30 dias. “Há muitos temas a resolver. Por exemplo, evitar que o coronavírus volte a entrar no Japão ou como disponibilizar a Vila Olímpica”, afirmou.
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Este por sinal é um ponto que tira o sono dos organizadores. Cerca de 25% das acomodações foram vendidas como apartamentos residenciais. O comitê organizador quebra a cabeça para conseguir convencer os compradores a esperar mais um ano para então tomar posse dos imóveis.
Com tantas incertezas no ar, pode-se comemorar o lado cheio do copo com o retorno das competições pela Europa. Mas, a incerteza sobre todos os detalhes para a realização dos Jogos de Tóquio em 2021 e a falta de sintonia entre os organizadores deixa um grande ponto de interrogação na cabeça de todos.