David Moura deposita muita confiança de que pode conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas não acredita que vai chegar a Paris-2024. Em entrevista feita durante uma live no Instagram do Olimpíada Todo Dia, o judoca de 32 anos revelou que deve deixar os tatames antes de completar o ciclo para o evento europeu.
“Esse adiamento de Tóquio mudou bastante coisa, mas eu não vejo me continuar até 2024. Seria mais um ciclo olímpico. Eu estaria com quase 37 anos em 2024. Não é nem pelo físico, mas chega um ponto que a gente percebe que já está bom”, disse, destacando que não é uma decisão definitiva.
“Eu nem acho muito saudável ficar pensando que depois dos Jogos Olímpicos vou parar. É Tóquio-2021, e depois a gente senta e conversa. O atleta vive o ciclo olímpico e esse ainda não acabou. Tudo muda. Digamos que eu alcance meu grande objetivo, que é ser campeão olímpico. Mais um ciclo como campeão olímpico é diferente de mais um ciclo buscando…enfim, ainda não vou bater o martelo”, acrescentou.
Paris-2024
Vice-campeão mundial da categoria acima de 100 kg em 2017, David Moura crê que pode bater o francês Teddy Riner e conquistar o sonhado ouro olímpico em Tóquio. Ele ainda projeta a disputa de mais um Mundial, mas ressalta que Paris-2024 é algo fora do horizonte.
“Meu plano é de conquistar o ouro olímpico em Tóquio e talvez lutar mais um Mundial. Um ciclo olímpico é muito desgastante, a gente abre mão de muita coisa. E, querendo ou não, quando estamos se dedicando 100% ao judô, estamos deixando de se dedicar a outras coisas. Não quero bater o martelo, mas não conte muito comigo em 2024”, disse.
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Ainda assim, David Moura pode ajudar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 de alguma maneira. O judoca coordena unidades do Instituto Reação em Cuiabá e ficaria realizado se algum dos garotos que ajuda conseguir chegar o evento europeu.
“São cinco atletas que treinam e vivem aqui em busca do sonho deles. Seria muito legal ver eles lá. Eu me sentiria dentro de Paris 2024 se um deles estivesse representando o Brasil”, afirmou.
Maior conquista
David Moura já foi vice-campeão mundial, representou a seleção brasileira em diversas competições internacionais e conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, mas aponta o Instituto Reação como sua maior conquista na carreira profissional.
“Eu tinha uma ilusão de que alguns resultados me trariam um preenchimento que o Instituto Reação me trouxe. Quando a gente trouxe o Reação e houve essa possibilidade trabalhar com essas crianças carentes, percebi em mim um preenchimento que nenhum resultado ainda me trouxe, então minha maior conquista como judoca profissionalmente é esse trabalho que eu estou conseguindo fazer pela minha cidade, pelo meu estado”, afirmou.
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Aos 32 anos, David Moura sabe qu o fim da carreira como atleta está próximo, mas vê no Instituto Reação a oportunidade de seguir ajudando o judô brasileiro e a sociedade como um todo.
“O Reação coroou um sentido para todo esse sofrimento, todo o treinamento e essa busca por resultado. Para mim, isso é como se fosse uma continuação da minha carreira. Eu vou encerrar minha carreira como competidor, mas vou estar sempre envolvido com o judô e trabalhando com essas crianças para possibilitar que elas sejam campeões onde elas quiserem ser”, finalizou.