A judoca Gabriela Chibana, do Pinheiros e da seleção brasileira, estava na frente na briga por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio antes que a competição fosse adiada para 2021 por causa da pandemia do coronavírus. A peso ligeiro (categoria até 48 kg), disputava a classificação com Nathália Brígida. Mas o foco de Gabriela nunca foi somente o esporte. A atleta de elite revelou sua segunda paixão: a enfermagem. A esportista completou sua formação acadêmica no Centro Universitário São Camilo e destacou que sua modalidade contribuiu para a conclusão do curso.
“O judô tem muitos valores e um deles é o Jita Kyoei, benefício mútuo. Ele me ensinou que, mesmo sendo um esporte individual, a gente precisa do outro para aprender e desenvolver. E na enfermagem não é diferente”, explicou Gabriela.
“É uma profissão formada por uma equipe que precisa agir em conjunto em prol do paciente. O judô me ensinou ainda a ter coragem de enfrentar desafios e durante a faculdade pude passar por diferentes áreas como, por exemplo, a UTI e obstetrícia, e diferentes procedimentos de enfermagem. Tive receios e anseios, como tudo que é novo. Mas, o judô me proporcionou coragem e calma para enfrentar todos eles”, completou a atleta.
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Gabriela Chibana conta que sua mãe teve participação na procura por uma formação acadêmica. A correria dos estágios médicos e dos estudos só pôde ser superada por causa de sua coragem, calma e disciplina, virtudes adquiridas no dojô. Sobre a profissão, a judoca já tem uma área de preferência de atuação.
“Gosto muito da área de Urgência e Emergência. Eu não sabia que curso exercer e minha mãe sugeriu várias profissões. Prestei enfermagem na Santa Casa, e passei, comecei o curso como algo novo. E comecei a gostar e me interessar cada vez mais na área. Por conta das viagens e competições do judô, tive que trancar a Santa Casa e iniciei na São Camilo, que tinha mais flexibilidade por conta da minha rotina esportiva”, declarou.
Dicas para conciliar carreiras
Com calendário sempre cheio de competições, a judoca enfrentou desafios para finalizar sua formação. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso, a atleta escolheu como tema a reemergência de doenças ocasionadas pela hesitação vacinal. Ciente das dificuldades, Gabriela deu dicas de como fazer para conciliar as duas coisas.
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“Como sabemos, a carreira de atleta é temporária e precisamos sempre pensar no futuro. Esses foram os ensinamentos dos meus pais: sempre continuar estudando. Se isso é seu objetivo, mantenha-se focada. Vai ser difícil voltar dos treinos e ter que estudar entre um treino e outro, ou acordar de manhã para ir ao estágio antes dos treinos. Mas, lembre-se que você não precisa estar 100% motivado todos os dias, mas, sim, sempre 100% disciplinado com objetivo claro. Outra dica é que eu enxergava na faculdade uma oportunidade de convivência com outras pessoas, fora do ambiente de esporte. Era uma realidade nova que me acrescentava com outras informações todos os dias”, aconselhou Gabriela.