A judoca Rafaela Silva revelou nesta sexta-feira (20) ter sido flagrada em exame que detectou doping, realizado durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, onde ela foi campeã. A atleta da categoria Leve, até 57 quilos, é atual campeã olímpica e foi a primeira brasileira campeã mundial de judô, em 2013, no Rio.
+ INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL DO YOUTUBE
“Dei positivo para a substância fenoterol. Estou aqui para falar. Não tomo remédio, não tomo bebida alcoolica, só tomo gel de carboidrato quando passa nos intervalos da luta. Não pego garrafinha de ninguém. Sempre tive muito cuidado. Estou na mira, no alvo do grupo da Wada desde 2009 e 2010. Sempre fiz meus testes, sempre cumpri a programação. Fiquei sabendo há um tempo, mas como o Flávio colocou aqui, não tinha nada concreto ainda, o resultado dos exames. Já competi depois, fiz outro exame e deu negativo”, disse Rafaela Silva, em coletiva.
O fenoterol tem efeito broncodilatador e costuma ser usada em tratamento de doenças respiratórias, como a asma.
A atleta deu a sua versão do ocorrido. “Sempre tive muito cuidado por ser atleta, por não querer passar por um momento como esse. Mas nunca imaginaria que pegaria uma criança de seis meses no colo que faz uso dessa substância e numa brincadeira, num ato de sempre ter esse costume de brincar com meu sobrinho, minha sobrinha, que hoje tem 14 anos, eu sempre dou meu nariz para as crianças brincarem chupando como se fosse uma mamadeira. E uma dessas crianças que eu brinquei fez uso dessa substância e pode ser como entrou no meu corpo”.
“Nenhuma atleta se prepara para passar por um momento como esse. Não faço uso de nada. Já fiz o teste, vi que estou limpa, continuei competindo. É seguir treinando, competindo, e provar minha inocência”, acrescentou.
Logo depois do Pan, em setembro, a brasileira conquistou a medalha de bronze no Mundial de Tóquio. Lá ela também passou por um exame antidoping, que deu negativo. O exame do Pan foi em 9 de agosto e o do Mundial aconteceu no dia 29 do mesmo mês.
De acordo com Bichara Neto, advogado que representará Rafaela Silva, ainda não houve qualquer tipo de suspensão preventiva e que a medida não é obrigatória. Acrescentou que o caso pode gerar uma suspensão de até dois anos para a atleta e que ainda não há uma definição a respeito do que vai acontecer com o ouro de Lima.
Diante disso, Rafaela Silva disse que não pretende mudar sua programação de competições no ano, que envolve o Grand Slam de Brasília, o Mundial Militar e o World Masters.
Flávio Canto, judoca e coordenador do Instituto Reação, onde Rafaela Silva treina, também estava ao lado da atleta na coletiva, realizada no Auditório Vera Janacópolus, na Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro.
É o segundo caso de doping na seleção brasileira de judô em aproximadamente um ano. Jéssica Pereira, da categoria Meio Leve, até 52 quilos, testou positivo para furosemida, um diurético, em teste realizado em setembro de 2018, fora de competição. O anúncio foi realizado no final de janeiro deste ano.
Confira na íntegra a nota oficial da CBJ:
“NOTA OFICIAL – Rafaela Silva
A Confederação Brasileira de Judô vai acompanhar de perto o andamento do processo legal referente ao resultado analítico adverso revelado pela judoca Rafaela Silva em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 20. Rafaela é uma das maiores judocas do Brasil, exemplo de superação dentro e fora dos tatames. A CBJ prestará o apoio que lhe cabe e que for necessário para a resolução do caso.”
*com informações do globoesporte.com