A brasileira Maria Portela ficou com a medalha de prata do Grand Slam da Rússia, neste sábado. O resultado marca recuperação, pois ela havia caído nas estreias dos Slams anteriores, Paris e Dusseldorf. Além disso, volta ao pódio dessa classe de torneio após um ano, já que o último havia sido o ouro justamente nos tatames russos.
O Grand Slam é o terceiro torneio da FIJ em relevância, ficando atás somente do mundial e do Masters. Esses dois últimos ocorrem apenas uma vez ao ano.
Cada Slam dá mil pontos no ranking mundial para o campeão e mais 700 para o vice, então tem bastante peso na corrida por Tóquio 2020. Quem conquista o bronze soma 500 e, por outro lado, quem perder a luta do bronze recebe 360. Por fim, dá 260 para os sétimos e, pela ordem, 160, 120 e 100.
Campanha de Maria Portela
Maria Portela (70kg) perdeu a final para a francesa Marie Eve Gahie, cabeça-de-chave número 1 do torneio e atual vice-campeã mundial (veja a chave da categoria).
Nas quartas, derrotou a britânica Sally Conway (assista abaixo), bronze no Rio2016 e campeã em Dusseldorf este ano. A brasileira dominou a luta do começo ao fim. Marcou um waza-ari ainda no primeiro minuto e, logo depois, quase matou a luta com um belo ashi-waza. Conway foi projetada, mas conseguiu virar de frente antes de cair. Além disso, por mais de uma vez foi eficiente no solo e quase conseguiu aplicar o osaekomi na britânica.
[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=76bWN5m7EXA[/embedyt]
Logo depois, em uma luta bem travada contra Shiho Tanaka, venceu no hansoku-make após a japonesa cometer um erro quando ambas já tinham duas punições.
Eduardo Barbosa tem melhor resultado em Slams
Eduardo Barbosa (73kg) também fez boa campanha na Rússia, a melhor dele em um Grand Slam. Saiu com o quinto lugar após disputar, e perder, a medalha de bronze para Behruzi Khojazoda, do Tajiquistão. A luta foi parelha, com o brasileiro tendo chances de vencer. Acabou sofrendo um waza-ari “chorado” no golden score.
Foi a primeira medalha daquele país em Grand Slams.
Antes, Barbosa passou pelo marroquino Ahmed El Meziati na estreia e por Ishen Amanov, do Quirguistão, logo a seguir. As quartas-de final foram contra o russo Evgenii Prokopchuk, credenciado por ter eliminado nada menos que Lasha Shavdatuashvili na primeira rodada. O georgiano, além de primeiro cabeça-de-chave do torneio, foi campeão olímpico em Londres12 e bronze no Rio16.
O brasileiro bateu Prokopchuk em pouco mais de um minuto de luta com um tai-o-toshi perfeito.
Na semifinal parou na poderosa ashi-waza do campeão olímpico Fábio Basile. Fez uma luta parelha contra o italiano, que, reconheçamos, foi melhor.
Yudy, Castilhos, Contini e Quadros
Nos 63kg o Brasil não passou da primeira luta. Aléxia Castilhos perdeu para a cazaque Iolanta Berdybekova por dois waza-aris, consequentemente um ippon. Ketleyn Quadros foi derrotada por uma chave de braço aplicada pela russa Valentina Kostenko.
Foi o terceiro Grand Slam de Quadros no ano e ela só ganhou uma luta, em Dusseldorf. Nunca é demais lembrar que ela é a primeira brasileira a ganhar uma medalha olímpica individual, em Pequim 2008.
Eduardo Yudy venceu uma, na segunda rodada, e parou nas oitavas diante do holandês Frank de Wit, primeiro cabeça-de-chave e bronze no Masters de Guangzhou no ano passado. Já Contini perdeu para Baktur Rysmambetov, do Quirguistão, na primeira luta.
Sexta e domingo no Grand Slam da Rússia
Na sexta-feira, primeiro dia do torneio, o Brasil lutou com Eric Takabatake e Phelipe Pelim (60kg), Daniel Cargnin (66kg), além de Nathália Brígida (48kg), Sarah Menezes e Eleudis Valentim (52kg) e Rafaela Silva (57kg).
No domingo tem Mayra Aguiar e Samanta Soares (78kg) e Beatriz Souza e Maria Suelen Altheman (+78kg). No masculino, Eduardo Bettoni (90kg) e Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini (100kg) e Rafael Silva e David Moura (+100kg).
O Planeta Ippon disponibiliza a transmissão ao vivo em vídeo do bloco final. Além disso, traz informações sobre tudo o que acontece na competição. Acompanhe.