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Parapan 2019

Daniel Dias: o cara do Parapan e a missão de inspirar

Dono de 27 medalhas de ouro em Parapan-Americanos, Daniel Dias chega em Lima 2019 com o objetivo de melhorar marcas e, quem sabe, ampliar coleção. Assista!

Daniel Dias já chega nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 como o cara. E, também, não é para menos, quebra recordes atrás de recordes e é dono de vinte e sete medalhas de ouro na competição. Número que pode – e vai, aumentar na edição peruana, uma vez que o brasileiro disputará cinco provas individuais na piscina. Muita coisa mudou desde que começou a competir, claro, mas Daniel chega hoje à quarta edição dos Jogos com algo que permanece igual: o sorriso e a alegria. Assista ao vídeo!

“O Daniel chega feliz. Realizado de estar aqui em mais uma grande competição, o quarto Parapan-Americano. Poxa, eu fui na abertura sexta (23), me vem a memória aí tanta coisa. Tanta coisa passou, 2007 vivendo o Rio, vai pra Guadalajara em 2011, depois Toronto 2015, e aí: ‘o que esperar de Lima’? Poxa, a gente via a alegria nos olhos dos organizadores, voluntários, de todo mundo que estava lá. Então, assim, o Daniel chega muito feliz, na melhor forma física, vamos buscar dar o melhor aí a cada mergulho, mesmo porque a gente tem o Mundial, pós Pan, então eu estou muito feliz de estar aqui”, contou em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.

As cinco provas que Daniel compete em Lima 2019 são: 50m, 100m, 200m livre; 50m borboleta e 50m costa. Com 27 ouros na coleção, a meta passa a ser diferente: “A gente pode, claro, aumentar a coleção dessas medalhas, mas meu objetivo aqui é estar melhorando minhas marcas e buscando melhorar meus tempos.”

Para se ter ideia do feito de Daniel Dias: no Pan o maior medalhista é Thiago Pereira – com 23 medalhas, dessas quatro pratas e quatro bronzes. O brasileiro é o líder absoluto no quadro de medalhas considerando que pode chegar até 32. É quase impossível citar cada uma de todas elas (oito na Rio 2007, onze em Guadalajara 2011 e oito em Toronto 2015). Não tem favorita, mas tem uma mais especial: “É difícil você falar de tantas medalhas, mas a primeira em 2007, quando você ganha a sua primeira medalha em Jogos e, ainda, foi no Rio, onde meus pais puderam estar acompanhando, vibrando comigo ali, foi muito especial naquele momento ali”.

Daniel com as medalhas da edição do Rio 2007. Foto: Divulgação

Daniel com as medalhas de Guadalajara 2011 – Foto: Fotocom

Na edição de Toronto 2015. Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB

 

 

 

 

 

 

 

 

Vale ressaltar que o Parapan é um caminho muito importante visando o maior sonho de Daniel Dias: Tóquio 2020. “O caminho é importantíssimo, esse ano é fundamental. A gente já vem pensando em Tóquio. Já é um ciclo pensando, mas esse ano é um ano importante por ter o Pan e por ter já também o Mundial. Então a gente sabe das duas competições, sabe da importância das duas competições, a gente espera que Brasil vá muito bem. Aqui no Parapan e no Mundial, pra que a gente possa abrir o máximo de vagas possíveis para o Brasil e chegar muito forte lá.”

O vencedor dentro das piscinas pode não ter mudado, mas tantos anos de carreira trazem muita coisa além de medalhas na bagagem: “Hoje eu sou casado, tenho três filhos, o bacana de tudo isso é que eu ainda sinto o friozinho na barriga. Estava conversando com os meninos no treino e falei: ‘cara, que legal, amanhã (sábado -25) que começa. Uma alegria, vamos nos divertir, vamos curtir isso aqui. Ter isso ainda me alegra muito, me deixa muito contente, mas ao mesmo tempo a gente aprende a lidar com essas emoções. Ser mais maduro ajuda e eu, hoje, me vejo num papel de ajudar esses meninos aí, essas meninas, que estão vindo pela primeira vez, que são muito jovens, a justamente curtir essa grande competição e aproveitar para dar o melhor.”

Inspirar

 

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Daniel Dias começou a nadar depois de ter visto pela televisão Clodoaldo Silva, na Olimpíada de 2004, conseguiu se destacar e nadar ao lado do companheiro, conquistou medalhas e se tornou amigo. Atualmente, Daniel é muito consciente de sua importância na modalidade e no esporte paralímpico, principalmente, na missão de inspirar os mais jovens. E, até, aconselhar.

“(Meu conselho) é justamente de sorrir. Vai entrar na prova: ‘sorria. Divirta-se’. Porque, sinceramente, aqui não tem mais tem mais o que fazer de todo o treinamento não tem o que mudar mais. O que tinha que fazer já fez e, agora, é o melhor momento. É competir, é diversão, é onde você almejou e sonhou estar. Então o que eu procuro passar é justamente isso. ‘Quantos queriam estar aqui?’ Você tem o privilegio de estar aqui, então vai lá e divirta-se. Dê o seu melhor.”

A missão de inspirar pessoas é muito forte, já que o nadador paralímpico tem até um projeto para iniciação na modalidade que carrega seu nome. Mas o papo de inspirar pessoas no Instituto Daniel Dias fica para o nosso podcast que sai em breve: OTDnoParapan – aguarde.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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