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Paralimpíada Todo Dia

O Parapan com gostinho de estreia para Verônica Hipólito

Depois de todos os contratempos que teve na temporada, Veronica Hipólito fala em gosto de estreia para os Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019. Assista ao vídeo!

Com apenas 23 anos, Verônica Hipólito chega para sua segunda participação em Jogos Parapan-Americanos com quatro medalhas na bagagem: três ouros, 100m, 200m e 400m rasos da classe T38 e uma prata no salto em distância T20/37/38. Mesmo já conhecendo a competição, ela retornou aos treinos faz três meses, depois de um ano e meio parada por conta da cirurgia, e garante que Lima 2019 tem gostinho de estreia. Gostinho especial Assista ao vídeo!

“Muito, muito, muito. Eu digo que essa competição tenha um gosto bem diferente do primeiro Parapan. Esse parece que está sendo o meu primeiro Parapan. Toda a ansiedade antes de sair a lista. A animação e o choro quando saiu. Agora eu estou aqui no hasteamento da bandeira, logo, logo eu vou estar competindo. Meu pai, minha mãe e meu irmão estão chegando sexta (23), junto com a delegação brasileira também. Então tem um gosto muito diferente. E que, acima de qualquer coisa que aconteça naquela pista, que aconteça nos estádios, que aconteça na natação, que acima de qualquer coisa, acima de qualquer medalha, eu espero que todo mundo aqui se divirta muito,” contou em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.

O sabor especial se torna ainda maior já que a família não conseguia se unir há tempos para uma competição: “Nossa, vai ser legal demais, demais. Eu não tinha conseguido juntar eles nem no Brasileiro. O Brasileiro, às vezes, ia meu pai e meu irmão. Minha mãe e meu irmão. Às vezes, minha mãe e meu pai. Mas a última vez que a gente esteve todo mundo junto foi 2013 ou 2014. Então está sendo realmente muito especial para mim. Estou muito animada e acredito que eles estão mais animados do que eu. Já estão falando que vão conhecer Macchu Picchu, vão para outros lugares. Eu tenho que focar na competição, mas eles não.”

Pena que vida de atleta não permite muita farra para turistar. O jeito será se divertir correndo mesmo: “Na verdade não (vou passear). Vou competir 26, 27, 28. 29 vou ver o que eu consigo fazer e daí depois a gente já vai embora no mesmo dia. Mas eu já estou me divertindo demais aqui. Quando você está perto de pessoas especiais você se anima muito. E eu tenho, ainda bem, muitos amigos aqui que são partes da minha família. Não só do atletismo. A Susana Schnarndorf, da natação, o Petrúcio Ferreira, do atletismo, que também são do Time Nissan, do mesmo patrocinador que eu. Tem o Yohansson do Nascimento, o Fabrício Barros… Um monte de gente que está comigo, que são meus amigos, que são parte da minha família e que eu torço muito por eles, eu sei que eles estão torcendo muito por mim também.”

Verônica Hipólito na Paralimpíada Rio 2016 – Foto: CPB/Divulgação

O tempo em Lima já começa a correr. Hoje, Cerimônia de Abertura e amanhã o Atletismo começa. Muito se fala sobre as reclassificações dos atletas, Verônica passou pela dela: “Eu continuei na T37, o que eu fico muito feliz com isso e elas falaram que vão me observar na competição, mas sempre por protocolo. Eu sei o que eu sou, rs, e eu vou dar o meu melhor lá. Vou dar o meu máximo.”

“A pista me pareceu muito rápida, eu não consegui treinar tanto assim nela, porque eu tive que fazer a classificação. Pra quem não sabe, no Paralímpico a gente tem uma tensão a mais, que são as classificações e aí eu perdi um dia de classificação. No outro dia eu estava muito dolorida, nessa quinta (22) a gente treinou o revezamento, treinou bem rapidinho o revezamento e agora eu vou tratar, me focar pra eu conseguir dar o meu melhor.”

E tem mais um fator especial. Faz três meses que Verônica Hipólito voltou para a pista. De lá pra cá tem treinado no escuro, sem saber o tempo, o que aumenta a expectativa para as provas.

“Eu estou muito curiosa, porque de uns tempos para cá o meu treinador parou de me dizer tempo. Não me deixa correr com a galera. Eu corro sempre sozinha. Eu dei um tiro de 100m a 80% na classificação e as classificadoras falaram: ‘seu tempo foi muito bom’. E eu estou curiosa, de verdade, acredito que dentro do que eu pude treinar, eu treinei, dei o meu melhor. Tive muitos obstáculos no meio do caminho, mas eu estou no atletismo, a gente aprende a passar a barreira, rs,” conclui.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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