Na noite deste sábado (03), Ingrid Oliveira participou da grande final da plataforma 10m e terminou com a oitava colocação geral. Antes, na fase classificatória, garantiu 302,55 pontos para avançar. Depois de agravar a lesão no punho no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, ela chegou aos Jogos Pan-Americanos sem as melhores condições para disputar a prova. Em seguida, reconheceu o esforço para competir em Lima e desabafou: “eu sei que é muita cobrança em cima de mim.”
O resultado, claro, não foi o desejado. Mesmo sem garantir um lugar no pódio, Ingrid contou sobre a dificuldade para executar treinamentos por conta do problema físico. Além disso, lamentou as poucas sessões que teve no período entre o Mundial e o Pan. “Óbvio que eu sempre me cobro demais, mas eu não estava treinando por conta da lesão. Eu estou feliz de estar aqui (no Peru) competindo. Claramente o resultado não era o que eu esperava. Mas eu estou feliz de estar aqui, por ter me superado, por ter competido mesmo com dor. Não era o que eu gostaria, mas eu estou feliz.”
“É nítido que eu gostaria de ter competido no Mundial, provavelmente eu estaria na semifinal. Na Coreia do Sul, como eu estava treinando há um mês, eu estava melhor preparada querendo ou não. Aqui, eu tive apenas três treinos. Eu estou fazendo um de cada salto durante o treino. Um de cada é muito abaixo do ideal que um atleta normal faz. Eu, sem a lesão, faço três ou quatro de cada. Cinco quando está muito puxado. Eu fiz três saltos para competir. Lá, eu já tinha treinado durante um mês. Não todos os dias os 10m, até porque pioraria muito a minha lesão, mas os saltos estavam entrando”, contou.
Talvez o nome de principal destaque na equipe brasileira de saltos ornamentais, Ingrid Oliveira sabe da responsabilidade de representar o país em competições relevantes. Sabe também que tem qualidade para encarar qualquer desafio que apareça pela frente. “Me deixa bastante triste (ter potencial e não conquistar medalhas). Todo mundo sabe que eu tenho chances, que eu tenho condições. Eu também sei. Eu sei que é muita cobrança em cima de mim, eu também me cobro demais. É sempre assim. Elas também sabem que eu tenho potencial e, por conta, dessa lesao eu não pude dar o meu 100%. Ai, que ódio. O principal ponto positivo a levar em conta com certeza foi a força que eu tive dentro de mim”, revelou emocionada.
Logo após a conversa, Ingrid detalhou a lesão e como será o procedimento de recuperação. Espera disputar a Copa do Mundo da modalidade no início da próxima temporada, que dará 18 vagas para a Olimpíada de Tóquio 2020. “O médico que eu estava conversando não era especialista de mão. Quando eu cheguei aqui no Pan, tive um especialista de mão. Até tem um médico acompanhando as provas para entender melhor o esporte, ver o que acontece. Eu já falei o que eu acho que acontece para a mão deslocar. Ele está vendo o laudo, já olhou as ressonâncias desde a primeira. Desde o que eu tinha antes, que era uma lesão que não sarou totalmente por conta do pulso. Isso criou uma nova lesão no Mundial.”
Eles (os médicos do começo do tratamento) erraram o meu diagnóstico no início, ainda estão vendo o que é realmente. Eu tenho que voltar e me recuperar da lesão. Recuperar a lesão, voltar e treinar. A última tentativa para ir aos Jogos Olímpicos é em fevereiro ou março. São 18 vagas, é mais fácil de entrar”, finalizou.
A prova
Para confirmar o oitavo lugar, Ingrid Oliveira anotou um total de 257,90 pontos. Andressa Mendes também realizou a série de cinco saltos e fechou uma posição abaixo da compatriota (233,20).
O time masculino marcou presença na finalíssima do trampolim 3m sincronizado, mas não alcançou o pódio. Luís Felipe Moura e Kawan Figueiredo finalizaram com 335,49 pontos, com o oitavo melhor desempenho da tabela geral de classificação.