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Pan 2019

Incontestáveis, Carol Horta e Angela chegam à semifinal

No masculino, Thiago e Oscar caíram para mexicanos. Carol Horta e Angela enfrentam dupla dos EUA na disputa por um lugar na decisão

Angela, do vôlei de praia, nos Jogos Pan-Americanos
Wander Roberto/COB

Com uma campanha impecável até agora, Carol Horta e Angela chegaram nas semifinais do torneio de vôlei de praia feminino dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Neste domingo (28), elas bateram as colombianas Ayala e Ríos por 2 a 0, com 21/17 e 21/13, em partida válida pelas quartas de final.

No masculino, Thiago e Oscar caíram por 2 a 0 para Ontiveros e Virgen, do México. Os brasileiros perderam o primeiro set pot 27 a 25 e o segundo por 22 a 20 e vão para a disputa do quinto lugar.

Carol Horta e Angela venceram os quatro jogos por 2 a 0 até agora no torneio de vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos. Na briga pela grande decisão, jogarão contra a dupla dos Estados Unidos Pardon e Cook. Do outro lado estão nada menos do que Cuba, com Delís e Martínez, e Argentina, com Gallay e Pereyra.

Carol Horta, do vôlei de praia, nos Jogos Pan-Americanos

Carol Horta (Wander Roberto/COB)

“Os times que estão chegando já rodam mais. Argentina e Cuba disputam o circuito mundial. Mas cada jogo é um jogo, cada adversário é um adversário e tudo pode acontecer. Depende de nós, da nossa postura, de como a gente vai entrar para jogar e dar o nosso melhor sempre”, avaliou Carol Horta, sobre o caminho para o pódio.

Muito vibrantes e com toda a torcida a favor, Angela e Carol se impuseram logo no início dos dois sets. No primeiro, abriram frente no 5 a 2 e depois mantiveram o nível até o final, segurando as tentativas de reação das rivais. Fecharam em 21 a 17. No segundo não esperaram nada. Fizeram logo 3 a 0 e, superiores, não deixaram o nível cair. Abriram mais um pouco no 16 a 10 e mantiveram a vantagem até o final.

“Para mim é uma honra estar representando o Brasil, eu  me sinto lisonjeada por estar aqui representando a minha nação”, falou Angela, envolta na bandeira brasileira. “É uma competição incrível e eu estou curtindo cada momento, porque são momentos tão rápidos que eu quero estar vibrando a cada ponto com a Carol, com a torcida”.

Angela, do vôlei de praia, nos Jogos Pan-Americanos

Angela e torcida, um caso de amor (Wander Roberto/COB)

A bandeira Angela pegou ao lado do banco onde as jogadoras descansam nas paradas do jogo. Colocou nas costas e foi vibrar com a torcida. Do outro lado do alambrado, brasileiros desceram os degraus e vieram vibrar juntos. Dois deles vieram de Minas Gerais especialmente para assistir ao vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos.

“É muita emoção. Estamos aqui para privilegiar os representantes de nossa nação. É uma energia muito boa”, disse Ana Paula Campos Rodrigues. “Elas chegam aqui e têm a sensação de que não estão sozinhas dentro do jogo. A gente está aqui junto com elas, torcendo por elas, vibrando com elas”, completa. Mateus Mendes acrescenta. “Acho sempre importante a gente estar aqui sempre incentivando”.

https://youtu.be/03FnvVPhE5U

Incontestáveis mexicanos

No masculino o jogo foi uma batalha. Dentro e fora da quadra. A torcida mexicana secava cada saque brasileiro berrando “México”. A brasileira devolvia urrando o nome dos nossos sacadores. Brasil, Brasil, de um lado. México, México, do outro. A tensão, sempre dentro da desportividade, chegou até aos jornalistas ali presentes.

Na quadra os mexicanos realmente foram melhores. Oscar, mesmo ainda com o “sangue muito quente para fazer uma avaliação sensata”, não perdeu o bom senso e admitiu que Virgen e Ontiveros mereceram a vitória.

Oscar, do vôlei de praia, nos Jogos Pan-Americanos

Oscar (Wander Roberto/COB)

Apesar da derrota, havia um sentimento de orgulho. “Posso falar que a gente deixou tudo dentro da quadra, a gente brigou até o final, fizemos de tudo mesmo. Faltou um pouquinho, um detalhe, aquela tranquilidade para fechar o set porque oportunidades a gente teve e realmente eles foram melhores nesta situação”.

De fato. Thiago e Oscar tiveram dois set points na primeira parcial. Mas os mexicanos não esmoreceram, conseguiram buscar o empate em 20 e tomaram o set point para eles no 23 a 22. Mataram a parcial no 27 a 25.

A tensão cresceu no segundo set, ainda mais com quatro bolas bem contestadas, duas por cada equipe. Thiago chegou a ir conversar com o árbitro e visivelmente ficou incomodado com as marcações. Na segunda contra eles, até pararam o jogo para voltar ao foco.

Após a derrota, porém, quando questionado, nem de longe creditou o resultado à arbitragem. “Não, não. O árbitro soube levar o jogo da melhor maneira possível. Ele foi muito feliz em todas as marcações. A gente tenta puxar para o nosso lado sempre. Não vi nenhuma coisa comprometedora”, disse.

Ou seja, o detalhe que decidiu o duelo não veio de fora. Veio de cima. Foi o bloqueio de Ontiveros. “Fez a diferença mesmo. Eles conseguiram uns três ou quatro pontos de bloqueio que foram cruciais para a vitória”, disse Oscar.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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