Com uma campanha impecável até agora, Carol Horta e Angela chegaram nas semifinais do torneio de vôlei de praia feminino dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Neste domingo (28), elas bateram as colombianas Ayala e Ríos por 2 a 0, com 21/17 e 21/13, em partida válida pelas quartas de final.
No masculino, Thiago e Oscar caíram por 2 a 0 para Ontiveros e Virgen, do México. Os brasileiros perderam o primeiro set pot 27 a 25 e o segundo por 22 a 20 e vão para a disputa do quinto lugar.
Carol Horta e Angela venceram os quatro jogos por 2 a 0 até agora no torneio de vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos. Na briga pela grande decisão, jogarão contra a dupla dos Estados Unidos Pardon e Cook. Do outro lado estão nada menos do que Cuba, com Delís e Martínez, e Argentina, com Gallay e Pereyra.
“Os times que estão chegando já rodam mais. Argentina e Cuba disputam o circuito mundial. Mas cada jogo é um jogo, cada adversário é um adversário e tudo pode acontecer. Depende de nós, da nossa postura, de como a gente vai entrar para jogar e dar o nosso melhor sempre”, avaliou Carol Horta, sobre o caminho para o pódio.
Muito vibrantes e com toda a torcida a favor, Angela e Carol se impuseram logo no início dos dois sets. No primeiro, abriram frente no 5 a 2 e depois mantiveram o nível até o final, segurando as tentativas de reação das rivais. Fecharam em 21 a 17. No segundo não esperaram nada. Fizeram logo 3 a 0 e, superiores, não deixaram o nível cair. Abriram mais um pouco no 16 a 10 e mantiveram a vantagem até o final.
“Para mim é uma honra estar representando o Brasil, eu me sinto lisonjeada por estar aqui representando a minha nação”, falou Angela, envolta na bandeira brasileira. “É uma competição incrível e eu estou curtindo cada momento, porque são momentos tão rápidos que eu quero estar vibrando a cada ponto com a Carol, com a torcida”.
A bandeira Angela pegou ao lado do banco onde as jogadoras descansam nas paradas do jogo. Colocou nas costas e foi vibrar com a torcida. Do outro lado do alambrado, brasileiros desceram os degraus e vieram vibrar juntos. Dois deles vieram de Minas Gerais especialmente para assistir ao vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos.
“É muita emoção. Estamos aqui para privilegiar os representantes de nossa nação. É uma energia muito boa”, disse Ana Paula Campos Rodrigues. “Elas chegam aqui e têm a sensação de que não estão sozinhas dentro do jogo. A gente está aqui junto com elas, torcendo por elas, vibrando com elas”, completa. Mateus Mendes acrescenta. “Acho sempre importante a gente estar aqui sempre incentivando”.
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Incontestáveis mexicanos
No masculino o jogo foi uma batalha. Dentro e fora da quadra. A torcida mexicana secava cada saque brasileiro berrando “México”. A brasileira devolvia urrando o nome dos nossos sacadores. Brasil, Brasil, de um lado. México, México, do outro. A tensão, sempre dentro da desportividade, chegou até aos jornalistas ali presentes.
Na quadra os mexicanos realmente foram melhores. Oscar, mesmo ainda com o “sangue muito quente para fazer uma avaliação sensata”, não perdeu o bom senso e admitiu que Virgen e Ontiveros mereceram a vitória.
Apesar da derrota, havia um sentimento de orgulho. “Posso falar que a gente deixou tudo dentro da quadra, a gente brigou até o final, fizemos de tudo mesmo. Faltou um pouquinho, um detalhe, aquela tranquilidade para fechar o set porque oportunidades a gente teve e realmente eles foram melhores nesta situação”.
De fato. Thiago e Oscar tiveram dois set points na primeira parcial. Mas os mexicanos não esmoreceram, conseguiram buscar o empate em 20 e tomaram o set point para eles no 23 a 22. Mataram a parcial no 27 a 25.
A tensão cresceu no segundo set, ainda mais com quatro bolas bem contestadas, duas por cada equipe. Thiago chegou a ir conversar com o árbitro e visivelmente ficou incomodado com as marcações. Na segunda contra eles, até pararam o jogo para voltar ao foco.
Após a derrota, porém, quando questionado, nem de longe creditou o resultado à arbitragem. “Não, não. O árbitro soube levar o jogo da melhor maneira possível. Ele foi muito feliz em todas as marcações. A gente tenta puxar para o nosso lado sempre. Não vi nenhuma coisa comprometedora”, disse.
Ou seja, o detalhe que decidiu o duelo não veio de fora. Veio de cima. Foi o bloqueio de Ontiveros. “Fez a diferença mesmo. Eles conseguiram uns três ou quatro pontos de bloqueio que foram cruciais para a vitória”, disse Oscar.