Experiente goleira do handebol brasileiro, Chana Masson é uma das poucas atletas brasileiras que atuam em Moscou, capital da Rússia, mas em breve, ganhará companhia: a ponteira Natália Zílio, que na sexta (29) foi oficializada como jogadora do Dínamo de Moscou para próxima temporada. O Olimpíada Todo Dia fez uma ponte e levou à goleira perguntas que a campeã olímpica tem sobre o futuro país em que residirá.
Vida na Rússia segundo Chana Masson
Uma das grandes potências esportivas mundiais – a segunda com mais medalhas olímpicas se considerarmos as conquistas da extinta União Soviética – a Rússia é um país que possui uma cultura totalmente diferente do Brasil em diversos aspectos.
Há semelhanças, entretanto. A paixão pelos esportes é bastante forte nas duas culturas. Há, porém, poucos atleta brasileiros de modalidades olímpicas vivendo no maior país do mundo em extensão territorial. Uma delas é Chana Masson, uma das maiores jogadoras de handebol da história do Brasil e que atualmente atua pelo CSKA Moscou, na capital do Rússia.
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O Olimpíada Todo Dia entrevistou a goleira que defendeu o Brasil em quatro edições consecutivas dos Jogos Olímpicos sobre como é a vida de atleta na Rússia, como os brasileiros são vistos por lá e sobre os muitos esteriótipos negativos que são criados sobre os russos. Além disso, levamos à goleira perguntas que a ponteira da seleção feminina de vôlei tem sobre a cidade e o país onde atuará.
Idioma complicado
Natália Zílio – Qual a maior dificuldade que você encontrou ao chegar na Rússia?
Chana Masson – A maior dificuldade com certeza foi o idioma. Minha primeira impressão de Moscou foi boa. É uma cidade com muitas opções de cultura e lazer. Mas a adaptação por causa do idioma não é fácil, no dia-a-dia, só com um tradutor [risos]. Mas no clube é bem tranquilo porque meu técnico é dinamarquês, então nos conhecemos; e a comunicação é sempre em inglês ou com tradutor.
Olimpíada Todo Dia – Você já jogou em outras ligas europeias, como espanhola, dinamarquesa, norueguesa… qual a diferença da Rússia para as demais?
A liga é bem forte; a única diferença é o idioma mesmo, além da maneira como as atletas se comportam. Aqui elas não falam nada; aceitam o que o técnico e o clube dizem e fazem sempre tudo, mesmo no sacrifício. Mas tudo é muito profissional.
Valorização do atleta e do esporte
OTD – Como foi sua recepção? O russo é um povo muito fechado com brasileiros e outro estrangeiros? Como eles são em relação aos esportes?
CM – Na minha opinião depende de como você é; se você é aberta, simpática e humilde eles também são. Eles gostam muito de brasileiro. No esporte ainda mais. Os russos gostam de todos os esportes.
Eles valorizam muito os atletas; principalmente os ídolos antigos e os que conquistam títulos. Eles demonstram muito respeito. Se você se esforça e luta, eles te respeitam muito.
Первый легионер в новом сезоне! Добро пожаловать, Наталия! O primeiro legionário na nova temporada! Bem-vinda, Natalia!
— Волейбольный клуб «Динамо» (Москва) (@vldinamo) May 29, 2020
Московское «Динамо» подписало контракт с доигровщицей Наталией Перейрой на сезон 2020/21.#vldinamo #Сезон_2021 #Трансферы #Добро_пожаловать #Bem_vinda pic.twitter.com/EO9iAF6Kys
Pontos turísticos e comunidade brasileira
Natália Zílio – Qual o ponto turístico que eu não posso deixar de visitar em Moscou?
CM – Não pode deixar de conhecer a Praça Vermelha! É impressionante!
NZ – Qual sua comida típica favorita? E qual o seu restaurante favorito em Moscou? Vou querer conhecer hahaha
CM – Eu adoro cozinhar então quase não como fora. A comida Russa não é muito boa [risos]. Mas em Moscou você encontra tudo o que quiser. Todos os restaurantes do mundo. E de ótima qualidade. Eu ainda não fui, mas me falarem que o restaurante do [chef] James Oliver, que fica no shopping na Praça Vermelha, é muito bom. Quero muito conhecer.
OTD – A comunidade brasileira se ajuda muito por aí? Há muitas atletas brasileiras jogando em Moscou?
CM – Não conheço nenhum brasileiro aqui. Em Moscou não tem atletas brasileiros. Mas existe muita opção de lazer e grupos de pessoas que querem se integrar e conhecer nossa cultura. Pra mim fica mais difícil porque tenho uma filha pequena, então é só casa e treino [risos].
NZ – Pode me indicar um lugar que não seja tão turístico que eu possa conhecer? Uma feira local, por exemplo?
CM – O que eu gosto muito aqui são os outlets. São maravilhosos [risos] ! Tem muitas feiras também, a maioria longe do centro ….. mas ainda não tive a oportunidade de visitar…
OTD – A Natália está se mudando pra Moscou na próxima temporada. Tem alguma dica para dar a ela na adaptação?
CM – Gostaria de ajudar a Natália! Se ela quiser pode me escrever aqui e eu passo meu contato pra ela. Pra gente se encontrar e se ajudar. Será um prazer. 🙏