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“Prêmio mostra que é possível conquistar o mundo com as mãos”

Em entrevista exclusiva ao OTD, Duda Amorim celebra premiação de melhor da Europa em 2019 e espera inspirar novas brasileiras a seguirem seus passos no velho continente.

Duda Amorim: Prêmio mostra que é possível conquistar o mundo com as mãos

A atleta de handebol não nascida na Europa de maior sucesso no velho continente da história. Essa frase resume a carreira da catarinense Eduarda “Duda” Amorim, eleita recentemente pela Federação Europeia de Handebol (EHF) como a melhor atleta do ano de 2019.

Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, a jogadora pentacampeã europeia e decacampeã do campeonato húngaro com o Gyori, time pelo qual atua desde 2009, contou qual foi o sentimento que teve ao receber mais um importante prêmio em sua carreira.

“Me sinto muito feliz! Sempre bom ser reconhecida. Obrigada a todos que votaram e também as minhas companheiras de equipe. Sem elas não poderia ter atingido esse prêmio,” comentou Duda.

A premiação foi extremamente justa. Em 2019, a brasileira ajudou o Gyori a conquistar o quinto título da Champions League – o terceiro de maneira consecutiva – , maior torneio de handebol da Europa e do mundo. Duda marcou 56 gols na competição. Sete deles foram anotados na final diante do Rostov, da Rússia, em partida de grande destaque da jogadora. Após o término da temporada, Duda foi eleita como a melhor jogadora defensiva de 2018/19, prêmio que já havia recebido outras duas vezes, em 2016 e 2017.

Esta é mais uma conquista para a condecorada carreira da brasileira. Em 14 anos jogando na Europa, Duda acumula quase 30 títulos nacionais e continentais. Na Champions League, por sinal, Duda é como se fosse uma rainha nascida fora do continente europeu. Além de pentacampeã, a jogadora é a nona maior artilheira da história da competição (611 gols), a quinta que mais marcou gols em Final Fours (45 tentos), já foi três vezes eleita como a melhor defensora do torneio e já entrou para a seleção do campeonato como a melhor meia (Em 2014). Duda explicou um pouco sobre essa química única que tem com a competição:

“É um campeonato em que me sinto confiante, que me ajudou a crescer e fazer minha carreira. Um campeonato que eu consigo praticamente atingir todos meus objetivos pessoais e em equipe. Por isso me motivo tanto pra ganhá-lo”, comentou.

O título serve de motivação para 2020, “ano especial” na carreira da jogadora, segundo ela. Se conquistar o hexacampeonato da Champions, Duda se igualará a austríaca Aura Fridikas e montenegrina Bojana Popovic como a quarta maior vencedora da história da competição. Além disso, ajuda a motivar a busca pela inédita conquista de uma medalha olímpica nas Olimpíadas de Tóquio. Mas, segundo a atleta, o prêmio é uma inspiração que não se restringe somente a ela:

“Acredito que esse tipo de premiação serve como motivação e inspiração pra outras atletas, e que com muito trabalho e ambição se chega no topo do mundo, mesmo saindo de um país que não tem tanta tradição no handebol. Mostra que é possível conquistar o mundo ‘com as mãos’,” declarou Duda.

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A meia do Gyori acha que o prêmio ajudará novas atletas brasileiras a buscar o sonho de jogar na Europa e conquistar grandes frutos com um grande clube, como ela vem fazendo, além de engrandecer o esporte no Brasil. Duda tem, inclusive, um palpite de que atleta pode vir a ser sua sucessora na função de “rainha da Europa nascida fora do velho continente”:

“Eu sou exemplo e mostrei que é possível ser uma das melhores do mundo. Eu espero que cada vez mais brasileiras tenham grandes sucesso, pois isso vai ajudar o handebol brasileiro. Se tivesse que nomear uma seria a Bruna de Paula. Gosto muito do handebol dela e torço pra que ela gerencie bem e tire o máximo da carreira dela”, finalizou.

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