Ser mãe de atleta não é uma tarefa nada fácil. Ser mãe de atleta que vive a mais de sete mil quilômetros de distância, torcendo pela filha através da internet e tendo que se contentar em vê-la no máximo duas vezes por ano, então, torna-se algo mais complicado ainda. É por isso que Elisabete Lopes, mãe da atleta da ginástica de trampolim Camilla Lopes Gomes, vem passando nos últimos seis anos. Isso começou desde que a filha se mudou para morar e treinar em Nova Jersey, nos Estados Unidos.
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“Ela já tinha ficado fora em Portugal algumas vezes. Mas quando ela foi para os Estados Unidos, foi definitivo. Aí foi aquele susto. Confesso que fiquei mal, fiquei doente… Mas ao mesmo tempo, feliz por ela estar conquistando o mundo que ela sempre quis,” contou Elisabete em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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A mudança não foi nada fácil para quem esteve sempre ao lado da filha em todos os momentos da vida e da carreira como ginasta. O início de Camilla no esporte, aliás, só aconteceu por conta de Elisabete. Trabalhando com seu ex-marido e pai de Camilla à época, a hoje representante farmacêutica teve que se virar para achar um esporte para a filha praticar.
“Eu fazia academia. E ela queria fazer academia comigo com apenas sete anos de idade! E aí eu fui correndo atrás de lugares que a incentivasse a fazer qualquer outra coisa. Fui ao Tijuca Tênis Clube e descobri que tinha ginástica de trampolim. E aí ela se destacou e começou.” relembra Elisabete.
Reencontro especial nos EUA
Mesmo morrendo de saudades por ter a filha a muitos quilômetros do Rio de Janeiro, Elisabete conta que se segurou bem no início, antes de se acostumar a situação de vez. A filha, por sinal, voltou ao Brasil antes da mãe visita-la nos Estados Unidos.
“Ela foi para lá em março de 2014. E aí a gente se viu em 2015. Ela veio ao Brasil. O sentimento do reencontro foi maravilhoso. É uma saudade muito gostosa.
Desde então, Elisabete e Camilla Gomes se reencontram ao menos duas vezes por ano, quando uma das duas está em férias. A primeira ida de Elisabete aos Estados Unidos para rever a filha ocorreu por um motivo muito especial: o casamento de Camilla.
“Eu nunca pensei que na primeira vez que eu fosse aos Estados Unidos para vê-la casando Foi assim, um susto [risos]. Mas foi muito legal,” comenta Elisabete.
A carioca contou que não teve ciúmes da filha e aprovou o americano Steven Gluckstein, ginasta de trampolim como Camilla, como genro. “Antes do casamento dela, eu só o conhecia por vídeo né? Algumas conversas. E aí eu fui lá e conheci a família toda. Ele é um ótimo genro. Um bom americano [risos]
Próximo reencontro terá sabor diferente
A tecnologia é uma grande aliada na grande distância que separa Camilla de Elisabete. As duas se falam quase que diariamente por mensagens e ao menos uma vez por semana. O dia das mães desse domingo (10), inclusive, será mais agradável para a simpática e extrovertida carioca por conta das vídeo-chamadas.
Aplicativos e redes sociais ajudam, mas obviamente não resolvem o problema da saudade, ainda maior nesses tempos de pandemia. Elisabete não poderá rever Camilla tão cedo devido ao coronavírus. A carioca entretanto, tem a certeza de que, o próximo encontro, seja ele quando for, será ainda mais especial.
“Vai ser um reencontro com outro sabor, sem dúvidas. Acho que hoje, a maioria das pessoas estão dando valores maiores a coisas que a gente já dava ou não. Acho que o mundo nascerá de novo depois de tudo que a gente está passando,” finalizou.