Pouquíssimos atletas tiveram motivo para comemorar o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Capitã da seleção brasileira de conjunto da ginástica rítmica, Déborah Medrado é uma das poucas que se encaixam nesse caso. Isso porque ela optou por fazer uma cirurgia.
Por conta do formato anatômico, a atleta sofria com fortes dores nos pés, que são bastante exigidos na modalidade. Para minimizar o problema, a capixaba acabou optando por realizar a cirurgia em março deste ano.
“Eu acabei operando os dois pés. Não foi por conta de uma lesão específica. O formato do meu pé não era apropriado para a ginástica rítmica, meu segundo metatarso era um pouco maior que os outros e quando a gente fica oito horas na ponta pé, todo o meu peso ficava em cima desse ossinho. Isso me dava muitas dores e me dificultava no período de treinos”, descreveu Déborah Medrado durante a sua participação em live do OTD nesta quarta (9).
Confira a live completa com Déborah Medrado
A opção pela cirurgia naquele momento era uma decisão bastante delicada, já que simbolizava também abrir mão de sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio, por conta da proximidade de datas.
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“Foi uma decisão bem difícil pra mim. Naquele momento eu estava colocando a Olimpíada, que era uma prioridade na minha vida, de lado. Eu sentia muita dor até mesmo pra andar. Foi muito difícil aquele momento, não só para a Déborah ginasta, mas também para a pessoa. Já estava aceitando que ficaria de fora dessa vez por um bem maior”, avaliou DéborahF Medrado.
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No entanto, a situação acabou mudando drasticamente em pouco tempo. Por conta da pandemia do coronavírus que assola o planeta desde o final do mês de março, os Jogos Olímpicos acabaram sendo adiados, e o sonho da participação olímpica de Déborah Medrado acabou sendo reativado.
“Quando operei em março comecei a colocar na cabeça os Jogos de 2024. Mas agora já mudei a chavinha de novo e o sonho para o ano que vem está vivíssimo”, declarou a atleta.
Seletiva para os Jogos
Para buscar a sua classificação olímpica, o Brasil precisará disputar Campeonato Pan-Americano de ginástica rítmica, que será realizado nos primeiros meses do próximo ano.
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Visando a competição, a seleção viajou para Portugal e participa da Missão Europa, onde realiza um longo período de treinos. Em processo de recuperação, Déborah Medrado não foi ao velho continente, mas revela estar participando do treino ao lado das companheiras de maneira remota.
“A gente não está tanto tempo separadas porque tenho conseguido treinar com elas virtualmente desde que elas chegaram em Portugal. A Camila (técnica) colocava o celular e eu conseguia participar. Claro que vai ser um pouco difícil quando a gente se reencontrar realmente, mas já é o meu terceiro ano no conjunto e acho que conseguirei superar este desafio rapidamente”, completou.
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A volta dos treinos presenciais de Déborah Medrado com as companheiras de seleção está próximo. A delegação brasileira de ginástica rítmica deve retornar ao Brasil no próximo final de semana.
A expectativa é de que as atletas permaneçam por um período em Aracajú, onde a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) mantém a sede da seleção e onde, após a cirurgia, está Medrado, que conquistou uma medalha de ouro e dois bronzes nos Jogos Pan-Americano de Lima, no ano passado.