Desde 2011, a Escola de Campeãs, no Espírito Santo, se tornou referência na ginástica rítmica. Sua idealizadora e treinadora, Monika Queiroz já descobria talentos na modalidade bem antes disso, mas pôde criar um projeto à sua cara e à sua maneira, continuando com a missão de revelar campeãs. Nove anos depois, a ex-técnica da seleção brasileira tem metas concretos de expandir a Escola de Campeãs, mas a pandemia de coronavírus adiou os planos.
“A gente tem quatro unidades no Espírito Santo e tenho o projeto de implantar no Rio e em São Paulo, que são grandes centros. E penso até em expandir para fora do Brasil, quem sabe. Essa ideia até já poderia estar vingando, mas a pandemia de coronavírus fez a gente guardar por enquanto. Mas vai acontecer. E quem sabe não vai ser uma ideia virtual?”, contou em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
Se por um lado a pandemia de coronavírus adiou os planos, ela também deu uma nova ideia à Monika Queiroz. Com as medidas de isolamento social, os treinos da Escola de Campeãs tem sido 100% virtuais. E a treinadora até que gostou do novo formato.
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“Eu sou uma pessoa que tento ver o que a vida pode nos proporcionar. Quem imaginaria que a gente estaria vivendo isso tudo? Hoje tem que se adaptar como dá. A médio e longo prazo, porque a gente tem que ver também o que de ganho isso pode nos dar. Eu acho que isso vai virar um estilo de vida. Tudo vai mudar. E apesar de os dias em casa estarem sendo mais cansativos, tem sido bacana essa experiência”, relatou.
A ginástica rítmica no Brasil
Desde que Monika entrou na faculdade de Educação Física na Universidade Federal do Espírito Santo em 1980, muita coisa mudou no cenário da ginástica rítmica. A modalidade cresceu consideravelmente e não só no estado, mas no país. Em Santo Domingo, por exemplo, Tayanne Mantovanelli conquistou a primeira medalha individual do Brasil na modalidade em Jogos Pan-Americanos de 2003. Em 2007, a seleção de conjunto levou a medalha de ouro no Pan do Rio e foi à Pequim-2008. E assim por diante.
Todas as conquistas tiveram um fator em comum: o toque mágico de Monika, que foi técnica de Mantovanelli e era a treinadora da seleção no Pan e na Olimpíada. Personagem central desta história, portanto, Monika reconhece o crescimento da modalidade, mas acredita que ele poderia ser maior. E isso passa pelo trabalho de base.
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“O Brasil é uma potência na ginástica rítmica. Em números e em qualidade. Os Jogos Pan-Americanos de 2007 foram muito importantes e logo depois veio a contemplação da sede olímpica ao Rio de Janeiro. Isso ajudou muito em investimentos, visibilidade, apoio. Mas ainda poderia crescer muito mais. O legado da Olimpíada foi maravilhoso, mas poderia ter sido ainda melhor. E acho que isso passa pelo trabalho de base, que precisa ser quantitativo e qualitativo”.
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No que depender de Monika Queiroz, isso tem tudo para acontecer. Especialmente, porque a descobridora de talentos e campeãs, aos 56 anos, não pensa em deixar a ginástica rítmica tão cedo.
“Eu não gosto de dizer que vou parar com tantos anos. Eu quero continuar saudável. Sou uma pessoa energizada, tenho muita isso de energia positiva. Mas no momento em que achar que isso já não está mais me dando prazer ou que esteja me prejudicando na questão da saúde, eu vou passar o bastão. Mas nesse momento, eu não tenho plano nenhum de parar”, concluiu.