Melhor atleta do Brasil no último Mundial de ginástica rítmica e medalhista no último Jogos Pan-Americanos, essa é Barbara Domingos. Um dos maiores nomes da modalidade na atualidade, a atleta conversou em live com a Confederação Brasileira de ginástica em live no Instagram e comentou sobre a carreira, inspirações e seus resultados.
A culpa é dos primos e de Daiane dos Santos. Essa são as razões de Barbara Domingos ter conhecido a ginástica. Assistindo tv, a brasileira viu Daiane se apresentando e o amor aconteceu.
“Comecei com cinco anos na Ginástica Artística. Tudo começou por causa dos meus primos. Na época estava passando a Daiane dos Santos e eu falei para minha mãe que seria a nova Daiane dos Santos”.
Mas se o início foi na ginástica artística, como Barbara é hoje um dos maiores nomes da rítmica? Porque, como diz o dito popular, “faltava feijão”. Mesmo querendo ser a “nova Daiane dos Santos”, Barbara Domingos tinha um problema: faltava força para que alguns movimentos obrigatórios da modalidade fossem feitos da maneira que se precisava. Isso, aliado a um certo treino que foi a atleta assistiu e uma indicação dos técnicos mudaram os rumos de tudo.
“Foi meio doido. No começo eu pensava que a Ginástica Rítmica era um complemento da Artística. Lembro que a seleção da rítmica estavam treinando perto de onde eu estava e fiquei vendo, um dia só assistindo o treinamento delas, e me encantei. Como faltava um pouco de força para mim, os técnicos me tiraram da artística e já me indicaram a rítmica”.
A chegada de Barbara Domingos na ginástica Rítmica aconteceu quando ela tinha seis anos e uma parceria se formou. A ginasta conheceu Marcia Naves, técnica da modalidade, que mudou a vida da jovem. A falta de força se transformou na desenvoltura necessária para que o sucesso viesse.
“Eu treino com ela desde que eu tinha seis anos. A nossa história é muito bonita, claro que existiram altos e baixos, mas eu sou o que eu sou por causa dela”.
2019: o ano mágico
Barbara Domingos viveu em 2019 o melhor ano de sua curta carreira profissional. A ginasta se confirmou como um dos grandes nomes da Ginástica Rítmica do país, os resultados apareceram e um de seus sonhos foi realizado.
Em 2019, Babi participou dos Jogos Pan-Americanos de Lima e, pela primeira vez na carreira, esteve nas “Olimpíadas das Américas”. “Eu achei que nunca ia poder viver isso (de participar de uma competição desse porte). Lembro de ter chegado e falar com as meninas que estávamos em um Jogos Pan-Americanos”, comenta a atleta relembrando com os olhos visivelmente emocionados.
E Barbara Domingos não só participou. Nas fitas, um de seus aparelhos preferidos, a brasileira conseguiu uma apresentação perfeita. Apesar de ser a última atleta da rotação a se apresentar, Barbara disse ter conseguido manter o foco e, depois de ter terminado a fase de classificação na segunda posição, o tão sonhado pódio veio.
Um pouco depois de sua participação em Lima, Barbara Domingos conseguiu mais um feito. Um pouco mais longe do Brasil, mais precisamente em Baku no Azerbaijão, Babi fez história.
Com algumas das maiores notas que conseguiu tirar em toda a sua carreira, a brasileira conseguiu somar 57,200 pontos e conquistou a melhor colocação da história do país em Campeonatos Mundiais de ginástica Rítmica. Os dos momentos de 2019 estão marcados na vida da atleta.
“O momento que eu recebi a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima e quando eu soube da colocação no Mundial, que eu fui 31ª, são os dois melhores momentos da minha carreira até agora”.
Barbara Domingos é inspiração
O mundo gira e as coisas mudam. Se no início dos anos 2000 a jovem Barbara Domingos conheceu o mundo das ginástica pela tv e se inspirou em Daiane dos Santos, hoje a atleta é a inspiração.
“Uma fã falou que estava pensando em desistir e se inspirava em mim para seguir no esporte. Ela comentou que, apesar de não ser das melhores do mundo, ela se espelhava em mim por tudo que eu represento, em dedicação, em querer, treinar, tudo “.
Quando para e pensa em tudo que vive hoje na ginástica Rítmica, Barbara Domingos só consegue pensar em um sentido. “Eu sinto muita gratidão. Saber que uma pessoa entrou na ginástica por minha causa, ser inspiração para algumas meninas que são nosso futuro é muito gratificante. Acredito que crio uma esperança nessas meninas de um dia estarem na seleção, como fizeram comigo”.
