O ginasta Arthur Zanetti participa, até o dia 5 de fevereiro, do primeiro camping de 2020 da seleção brasileira de ginástica artística masculina, na arena do Time Brasil, no Rio de Janeiro. O Brasil tem vaga por equipe com a ginástica masculina conquistada pela segunda vez na história e todo o treinamento está direcionado para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho.
“O objetivo é fazer uma avaliação geral de todos os atletas, saber como estão indo os juvenis, que já começam a acompanhar os adultos neste fim de ciclo olímpico. A comissão técnica já começou a trabalhar com os juvenis. E claro também vamos traçar algumas estratégias para as Olimpíadas – para que cada atleta já saiba o que precisa fazer para estar dentro da equipe olímpica e também no Japão”, afirmou Arthur Zanetti, campeão olímpico em Londres/2012 e vice-campeão nos Jogos do Rio-2016, medalhas conquistadas nas argolas.
“Para mim é bom porque vai deixar tudo resolvido, para eu saber no que tenho de trabalhar até julho, se invisto ou não em um aparelho como o salto, por exemplo. Temos de pensar num trabalho objetivo, focado e sempre pensando no resultado”, acrescentou.
As etapas de Copa do Mundo de Baku, no Azerbaijão, de 12 a 15 de março, e Doha, no Catar, de 18 a 21, também devem estar no caminho de Arthur Zanetti até os Jogos Olímpicos. “O objetivo nessas competições é fazer a preparação para as Olimpíadas e ver como está o mundo. Tem três etapas de Copa do Mundo ainda valendo vaga olímpica, que são as da Austrália, Doha e Baku, e nossos principais adversários vão estar lá. Vai ser bom pra gente observar como eles estão, ver o que vai encarar e, claro, se preparar.”
Cada país poderá levar quatro ginastas para a disputa por equipes na Olimpíada – a qualificação do Brasil foi alcançada no Mundial de Stuttgart, Alemanha, em 2019. Mas o Brasil ainda tem uma possibilidade de obter uma vaga no individual geral, no Pan-Americano de Ginástica Artística, em maio, nos Estados Unidos.
O técnico Marcos Goto, que trabalha com Arthur há 21 anos, e é o treinador-chefe da seleção disse que o objetivo deste primeiro camping é “olhar como os atletas estão fisicamente e para as competições. Alguns tem o Pan ainda visando a classificatória olímpica – uma vaga no individual geral está em jogo – e temos a preparação também para os adultos”. O treinador acrescenta que os juvenis acabaram de vir de uma competição nos Estados Unidos e tem a Berlim Cup, em abril. “Vamos observar os atletas, fazer alguns testes da parte funcional, de fisioterapia e conversar com os técnicos sobre o objetivo de cada um para as competições futuras.”
Marcos ainda não sabe se Arthur Zanetti vai focar apenas nas argolas ou treinar também para o salto e o solo, aparelhos que faz para ajudar a equipe. “Isso tem de ser resolvido com o grupo. Vamos determinar a data em que a gente vai fechar o grupo que vai para a Olimpíada e decidir se vamos priorizar a competição por equipe ou individual”, acrescentou Marcos Goto.
Juntamente com a preparação olímpica da seleção caminha um programa de renovação, de preparar a nova geração da ginástica masculina. “Os juvenis podem aprender como funciona a seleção, dar valor a isso e saber que quando entram no grupo precisam pensar diferente e buscar um nível técnico melhor. O Diogo Brajão é um dos que pode ascender. O objetivo principal é trazer para junto e no futuro quando eles mudarem de categoria já passarem em condições de disputar uma vaga na seleção com os próprios adultos”, resume Marcos Goto.