A ginasta Flavia Saraiva obteve neste sábado (5) a primeira vaga individual olímpica para o Brasil na Ginástica Artística feminina. No Campeonato Mundial de Stuttgart, na Alemanha, Flavia classificou-se com a 10ª melhor nota no Individual Geral (11ª na classificação nominal) e desta forma assegurou sua classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Além disso, avançou para três finais individuais da competição: além do Individual Geral, ela brigará por medalhas no solo e na trave.
Já a equipe, que participou do qualificatório neste sábado, teve que competir desfalcada por causa da lesão de Jade Barbosa ocorrida logo após sua série no salto, no início da competição. Ao final, terminou em 14º lugar (nota 157,596) e não obteve a classificação para Tóquio.
“A gente não esperava isso. Tínhamos uma equipe incrível, eu acho uma equipe dos sonhos, madura. Competimos aqui com essa equipe no início do ano, foi um resultado incrível. Realmente, não aconteceu a classificação por equipe, mas nós temos vagas individuais. Temos que trabalhar muito duro pra isso. Não é porque hoje não aconteceu, que temos que largar todo o trabalho. O Comitê Olímpico e a Confederação fazem um trabalho excepcional, temos atletas muito talentosos, que hoje tem o devido investimento”, disse Jade Barbosa.
“Fizemos o nosso melhor. Fomos atrapalhados pelas lesões de Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira, Carolyne Pedro e agora da Jade Barbosa. Ainda existem classificatórias individuais pela frente. Nesse momento, seguimos na competição com a Flávia no feminino e uma vaga garantida em Tóquio-2020, além de termos toda a competição da Seleção masculina pela frente ”, disse Henrique Motta, coordenador geral da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) e chefe da delegação na Alemanha.
Flavia obteve a nota 54,932 no Individual Geral, onde disputará a final na próxima quinta-feira (10). Na trave, ela avançou para a disputa de medalhas na quinta colocação (13,700) e no solo avançou com a sexta melhor nota após os descartes (7º no geral), com 13,833.
Após a prova, ainda sem saber que já tinha alcançado a vaga olímpica individual, Flavia Saraiva comentou sobre sua sequência neste Mundial. “Vou lutar pelas minhas finais, treinei durante 12 anos da minha vida e sei que contarei com a torcida da equipe nas finais. Estaremos unidas até o final”, disse a ginasta brasileira.
Ainda existem dois caminhos para qualificação olímpica individual. Um é pelo ranking final das Copas do Mundo do Individual Geral do ano que vem (três vagas) e pelo Campeonato Pan-Americano da modalidade (duas vagas no individual geral). “Como a gente é uma equipe não vamos desistir. Cada uma vai lutar ainda pela sua vaga individual. Então a gente nunca vai desistir de nada, porque não é nossa última Olimpíada, não é nossa último ano da vida. Então vamos continuar lutando, porque 2024 já está aí também”, comentou Flavia Saraiva.
Jade passará por exames
Após finalizar seu salto logo no início da competição, Jade Barbosa deixou a área de competição com muitas dores no joelho. Ela tentou se recuperar para a prova das assimétricas, mas não teve condições de seguir na prova.
“Na hora que eu aterrizei na chegada do salto eu já senti o joelho. Sai tentando identificar se era ou não. O atleta sempre fica naquela de que da pra fazer. Mas acabei que naquela hora eu tinha que ser inteligente, não adiantava eu subir na paralela sem ter a certeza que eu poderia dar o meu melhor. Então se eu não posso dar o meu melhor tenho que passar a vaga para quem possa fazer com 100% de certeza. E eu já fiz muito pelo Brasil, né? Hoje, realmente, foi um dia que não aconteceu, mas naquela hora eu tive que ser madura pra identificar o que eu poderia ou não fazer. E a gente achou melhor que a Letícia subisse na paralela para aquecer, porque eu tava sentindo que não ia conseguir fazer a saída. E não tem como fazer a série sem a saída”, comentou a atleta em entrevista ao canal Sportv.
O médico da equipe brasileira, Rodrigo Sasson, explicou a situação da atleta. “A prioridade é sempre a integridade física dos atletas. A Jade teve uma entorse do joelho na chegada do salto. Relatou muita dor. Fizemos algumas avaliações, mas não tem como dar nenhum diagnóstico. Temos que avaliar as estruturas do joelho e vamos complementar com uma ressonância magnética. Na hora, tentamos colocá-la para a paralela, mas quando fizemos algumas avaliações, fazendo algum grau de impacto e agachamentos, ela não conseguiu. Foi daí a decisão para que ela não prosseguisse, pela integridade física da atleta”, afirmou.