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Emily Lima culpa Marco Aurélio Cunha por sua saída da Seleção

Primeira mulher a dirigir a Seleção Brasileira de futebol feminina, Emily Lima foi demitida na manhã desta sexta-feira depois de ficar dez meses no cargo. A treinadora teve um início arrasador com sete vitórias seguidas, mas, desde julho, vem sofrendo com maus resultados. Dos últimos seis jogos, o Brasil só ganhou um e ainda perdeu os últimos quatro. Três dessas derrotas foram para a Austrália, uma delas por sonoros 6 a 1. A saída da técnica foi definida após uma reunião entre ela e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

Em entrevista ao site Espn.com.br, Emily Lima culpou o coordenador técnico Marco Aurélio Cunha pelo fracasso de seu trabalho. “Eu já imaginava que isso fosse acontecer. Não foi pelos resultados em si, mas pela falta de respaldo da coordenação técnica. Não tive esse respaldo do Marco Aurélio (Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF). Já entrei com ele contra mim. Então, foi complicado. Busquei resultados do Vadão (ex-treinador)…foram vários negativos…3 a 0…4 a 0… mas no caso dele isso nunca importou”, desabafou Emily Lima.

“Mas é vida que segue. Saio de cabeça erguida. Saio sabendo que toda a comissão técnica trabalhou e fez um trabalho diferente. Mas isso era errado para o nosso coordenador. O Marco Aurélio me falou várias vezes que eu trabalho demais e que trabalhar demais é errado”, completou.

O Espn.com.br ouviu também Marco Aurélio Cunha, que ainda não tinha sido informado oficialmente da demissão de Emily Lima, mas negou não ter dado o respaldo necessário à treinadora. “Cada um entende como quiser (sobre trabalhar demais). Primeiro, desconheço a demissão. Segundo, dei todo respaldo possível. Às vezes o trabalho tem que ser mais calculado, grau de exigência mais calculado, e quem tem 39 anos de futebol tenta auxiliar”, afirmou Marco Aurélio Cunha, que, no entanto, não se surpreendeu com a decisão tomada por Marco Polo Del Nero. “Eu não acho nada, quem acha é o presidente da CBF. Ele trocou o técnico da seleção principal, trocou o Vadão e agora é com ela. Pra você ver como as coisas são feitas de forma presidencialista.

 

O nome de Oswaldo Alvarez, o Vadão, que dirigiu a Seleção Brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro parece ser o que tem mais força neste momento. Marco Aurélio Cunha não confirma, mas garante que não acredita que outra mulher seja escolhida para assumir o cargo novamente. “Não sei se existe lobby por técnico homem, mas acho bem difícil outra mulher assumir o cargo”, finalizou.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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