O Brasil desistiu nesta segunda-feira (8) de seguir na disputa para conquistar a sede da Copa do Mundo feminina de 2023. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou no final da tarde uma nota oficial confirmando sua saída no pleito. A eleição será entre Colômbia, Japão e uma candidatura conjunta entre Austrália e Nova Zelândia.
A decisão sairá no dia 25 deste mês, em uma reunião por videoconferência do Conselho da Fifa (Federação Internacional de Futebol).
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NOINSTAGRAM E NO FACEBOOK
Segundo a nota da CBF, a Fifa, ao analisar os documentos da candidatura brasileira, não encontrou garantias do Governo Federal e documentos de terceiras partes (públicas e privadas), envolvidas na realização do evento.
Cenário de incerteza
Ainda segundo a CBF, o cenário de incerteza que a economia do país passa, em razão da pandemia do coronavírus, também contribuiu para a decisão da retirada da candidatura. “Diante do momento excepcional vivido pelo país e pelo mundo, a CBF compreende a posição de cautela do Governo brasileiro, e de outros parceiros públicos e privados, que os impediu de formalizar os compromissos no prazo ou na forma exigidos”, diz um trecho da nota oficial da CBF.
+ Brasil saberá no fim de junho se sediará Copa do Mundo feminina
A candidatura do Brasil previa as partidas sendo disputadas em oito estádios e oito cidades: Mineirão (Belo Horizonte), Mané Garrincha (Brasília), Arena da Amazônia (Manaus), Beira-Rio (Porto Alegre), Arena Pernambuco (Recife), Maracanã (Rio de Janeiro), Arena Fonte Nova (Salvador) e Arena Corinthians (São Paulo).
Veja a nota oficial da CBF
Após minuciosa avaliação, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu retirar a candidatura do Brasil à sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Uma combinação de fatores levou a esta decisão, tomada com grande responsabilidade.
Análise da FIFA sobre a documentação da candidatura brasileira considerou que não foram apresentadas as garantias do Governo Federal e documentos de terceiras partes, públicas e privadas, envolvidas na realização do evento.
A CBF compreende a necessidade da FIFA de obter tais garantias e sabe que elas fazem parte do protocolo padrão da entidade internacional, sendo elemento fundamental para conferir a segurança necessária para efetiva realização de eventos deste porte.
O Governo Federal, por sua vez, elaborou para a FIFA uma carta de apoio institucional na qual garantiu que o país está absolutamente apto a receber o evento do ponto de vista estrutural, como já o fez em situações anteriores. No entanto, ressaltou que, por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da Covid-19, não seria recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas pela FIFA.
Diante do momento excepcional vivido pelo país e pelo mundo, a CBF compreende a posição de cautela do Governo brasileiro, e de outros parceiros públicos e privados, que os impediu de formalizar os compromissos no prazo ou na forma exigidos.
Soma-se a isso a nossa percepção, construída durante o processo, de que o acúmulo de eventos esportivos de grande porte realizados em curto intervalo de tempo no Brasil – Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo FIFA 2014, Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, CONMEBOL Copa América 2019 e Copa do Mundo FIFA Sub-17 2019 – poderia não favorecer a candidatura na votação do próximo dia 25 de junho, apesar de serem provas incontestáveis de capacidade de entrega.
Sendo assim, a CBF decidiu retirar a candidatura brasileira e apoiar a Colômbia na disputa para a sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Desta forma, a CONMEBOL se apresenta com uma candidatura única, aumentando as chances sul-americanas na votação, além de reforçar a unidade que marca a atual gestão da entidade.
A CBF agradece a todas e todos que participaram da candidatura brasileira e reafirma seu compromisso com o desenvolvimento do futebol feminino no país. Um compromisso que vem sendo demonstrado tanto no fortalecimento das competições entre clubes, quanto das Seleções Nacionais. Seguimos com o objetivo de realizar uma edição da Copa do Mundo Feminina FIFA em gramados brasileiros e a trabalhar para que isso aconteça assim que possível.