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CPB protocola denúncia de preconceito contra humoristas

Segundo a entidade, ao fazer piadas ofensivas envolvendo deficientes e paralímpicos dupla de comediantes foi enquadrada no crime de capacitismo

nota de repúdio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) contra humorista

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) apresentou uma denúncia ao Ministério Público Estadual contra os comediantes Abner Henrique e Dihh Lopes por falas preconceituosos contra as pessoas com deficiência.

Em vídeos republicados nas redes sociais, a dupla aparece em um show de humor fazendo piadas discriminatórias e ofensivas contra amputados, autistas, acometidos por síndrome de Down e crianças com câncer.

Segunda a denúncia do CPB, realizada nessa segunda-feira (13), a dupla incorreu no crime chamado de capacitismo, no qual um indivíduo age de forma preconceituosa e discriminatória contra a pessoa com deficiência.

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O crime, incluso na Lei Brasileira da Inclusão (lei 13.146/2015), conhecida popularmente como Estatuto da Pessoa com Deficiência, “prevê pena de um a três anos de reclusão e multa, podendo a reclusão ter o seu período aumentado dependendo das condições em que o crime foi praticado.”

“O conteúdo apresentado pela dupla e compartilhado nas redes sociais não só nos encoleriza, mas nos entristece dado que um comportamento discriminatório, absolutamente inconcebível, ainda conta com aplausos e risadas do público que teve o desprivilégio de assistir àquele verdadeiro show de horrores promovido por esta famigerada dupla”, declarou o presidente do CPB, Mizael Conrado, em nota que teve o apoio de diversas confederações esportivas brasileiras, incluindo o Comitê Olimpíco Brasileiro (COB).

Críticas

Muitos atletas e personalidades da comunidade paralímpica já haviam demonstrado indiginação e revolta nas redes sociais pelas piadas da dupla.

“A luta contra o preconceito está aqui️. É uma pena ver comediantes irem tão fundo na falta de bom senso e mau gosto com as piadas. E por trás do título de “piadas” tomam a liberdade de esquecerem os limites. Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo possuem alguma deficiência e lutam contra isso todos dias. E não tem graça nenhuma brincar com doenças como câncer, síndrome de down e autismo”, escreveu o nadador Daniel Dias em suas redes sociais.

O brasileiro Andrew Parsons, atual presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), também veio à público demonstrar seu repúdio.

“Não se pode permitir que, sob a desculpa de que no humor vale tudo, reforçar preconceitos e estigmas sejam confundidos com piada. Mais de um bilhão de pessoas (15% da população mundial) com deficiência no mundo lutam contra isso todos os dias. Discriminação não tem graça, nunca teve e nunca terá. Estou enojado com a atitude desses pseudo-comediantes”, protestou o dirigente.

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