Os Jogos Olímpicos, no formato que conhecemos, foram disputados pela primeira vez em 1896 na cidade de Atenas, na Grécia. Mas a origem da Olimpíada vem da Antiguidade, época em que a competição significava um período de trégua num mundo recheado de guerras e conflitos.
Só podiam participar dos Jogos Olímpicos cidadãos nascidos em alguma das cidades-estado que formavam a Grécia Antiga. Eram proibidos de competir os estrangeiros, chamados de bárbaros, os escravos e as mulheres.
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Assim como acontece nos dias de hoje, os Jogos eram disputados de quatro em quatro anos, período a que se dá o nome de Olimpíada. A competição sempre foi marcada pela celebração de uma trégua entre as cidades-estado gregas, que viviam em conflito. Mas diferente dos tempos atuais, apenas o campeão era premiado.
PAZ ENTRE AS CIDADES-ESTADO
Dois meses antes de cada edição, uma espécie de Senado Olímpico decretava a trégua, que era comunicada por mensageiros escolhidos entre os cidadãos de Élis, reino responsável pela organização dos Jogos. A partir deste momento, atletas, juízes, artistas e familiares podiam viajar em segurança e tinha direito a um mês de preparação para as competições.
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Diferente dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, os da Antiguidade aconteciam sempre na mesma cidade: Olímpia, que era considerada sagrada. O local, inicialmente, tinha templos dedicados a Hera e, mais tarde, também a Zeus, a maior divindade da Grécia Antiga.
HOMENAGEM A ZEUS
O templo dedicado a Zeus era o maior de Olímpia e era adornado por uma estátua com a imagem dele esculpida em ouro e marfim durante oito anos por Fídias e considerada uma das sete maravilhas da Antiguidade.
No templo de Zeus eram premiados os vencedores dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, que competiam no hipódromo e no estádio em provas de corrida, arremesso, lançamento, salto, lutas, pentatlo e a cavalo.
Normalmente se diz que os Jogos Olímpicos da Antiguidade começaram a ser disputados em 776 a.C., mas existem registros de competições realizadas antes desta data.
Segundo historiadores, os primeiros Jogos, cujos registros indicam ter sido homenagens funerárias, tiveram 16 edições e foram interrompidos quando os dórios invadiram a Grécia e dominaram a região por um longo período.
SÁBIO ORÁCULO
A segunda fase durou 26 edições e tudo começou com a intenção de acabar com os conflitos da região. Conta-se que retormar os Jogos Olímpicos foi um conselho do oráculo Delfos a Ifitos, rei de Élis, para terminar com as guerras que dividiam a Grécia.
Depois de receber o conselho, Ifitos assinou um acordo com Cleóstenes de Pisa e Licurgo de Esparta para que a trégua sagrada a cada quatro anos voltasse para que os Jogos Olímpicos pudessem ser disputados. Os termos desse acordo foram gravados num disco de cobre: “Olímpia é um lugar sagrado. Quem ousa entrar nele com armas será considerado sacrílego”.
RECORDE DE 293 EDIÇÕES SEGUIDAS
Depois de mais uma interrupção, os Jogos Olímpicos voltaram em 776 a.C. e dali em diante foram disputadas 293 edições. É a fase em que conhecemos hoje como os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga.
A tradição começou a ser quebrada a partir do momento em que a região foi dominada pelo Império Romano, em 149 a.C.. Passou a haver um conflito de culturas. Para os gregos, competir era lutar pela glória pessoal, enquanto para os romanos era um espetáculo para o público. Assim, aos poucos, os espetáculos foram se tornando mais populares do que as competições esportivas.
O golpe final aconteceu em 393 d.C., quando o imperador Teodósio, que dizimou mais de 10 mil gregos, se converteu ao cristianismo e pediu a destruição dos mitos pagãos. Assim, os Jogos Olímpicos, assim como qualquer competição esportiva, foram proibidos.