Coluna publicada na edição desta quinta-feira (3/11) do LANCE!
Se já não bastassem todos os problemas que está enfrentando com a investigação do Ministério Público de São Paulo, que via liminar obteve seu afastamento da presidência da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes começa a ser questionado até mesmo onde se considerava salvo: nas esferas mais altas da modalidade.
Acusado de desvio de recursos públicos e fraudes em prestações de contas de convênios junto ao Ministério do Esporte, Coaracy, há quase três décadas no comando da CBDA, passou a ser questionado pela direção da Fina (Federação Internacional de Natação), segundo revelou ontem o site “Inside the Games”, que acompanha o noticiário dos esportes olímpicos em todo o mundo. O brasileiro é um dos integrantes da diretoria da Fina e as acusações apontadas pelo MP-SP despertaram “curiosidade” dentro da entidade.
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“A Fina foi informada por publicações da mídia a respeito da situação de Coaracy Nunes. Imediatamente solicitamos informações para a CBDA e até que o procedimento da Justiça brasileira seja concluído, não iremos mais fazer comentários sobre este caso”, disse um porta-voz da entidade. A Fina não informou ainda se irá abrir algum processo disciplinar contra o dirigente brasileiro, de 78 anos e que desde 1988 está à frente da CBDA.
Enquanto tenta derrubar a liminar e voltar ao poder, Coaracy ainda tem que administrar o crescimento da chapa de oposição, oficialmente lançada por Miguel Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista (FAP). Entre suas propostas, ele defende uma maior valorização das federações estaduais e regionalizar a administração dos esportes aquáticos no Brasil, em busca de aumentar para quase 120 mil atletas na base nos próximos quatro anos. A eleição está prevista para acontecer no primeiro trimestre de 2017.
Contestado pela Fina, sofrendo críticas fortes (algumas públicas) de nadadores e vendo o fortalecimento da oposição como nunca ocorrera antes, Coaracy Nunes assiste a cada dia aumentar seu inferno astral. Pelo visto, sem data para acabar.