A 10ª edição da Brasil Ride, a principal ultramaratona de mountain bike das Américas, foi decidida na manhã deste sábado (26), em Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (BA). Os campeões foram Tiago Ferreira (POR) e Hans Becking (HOL), no masculino, e Viviane Favery e Tânia Clair Pickler no feminino.
A sétima e última etapa da competição teve percurso de 46 km em Arraial d’Ajuda, com largada uma hora antes da Maratona dos Descobrimentos, onde 1.800 ciclistas juntaram-se aos 570 participantes da stage race de sete dias.
A etapa decisiva teve os tchecos Jaroslav Kulhavy e Matous Ulman, da Specialized Racing, como mais rápidos do dia, em 1h43min45. Seus compatriotas, Kristian Hynek e Martin Stosek, da Vitalo Future Cycling PWD by Canon foram segundos colocados, em 1h44min41, logo à frente de Henrique Fumic e Manuel Fumic (ALE), da Cannondale Factory Racing. Na classificação geral, Tiago Ferreira e Hans Becking garantiram o título com pouco mais de 7 minutos de folga pra Avancini e Fumic, com Kulhavy e Ulman completando o top 3.
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Enquanto Tiago Ferreira garantiu o bicampeonato, Hans Becking igualou-se a Jiri Novak (CZE) e Henrique Avancini como maiores campeões da Brasil Ride ao somar três títulos.
“Super contentes por conseguir essa vitória que já trabalhávamos por ela há muito tempo. Finalmente ganhei outra vez e o Hans levou o terceiro título. Uma semana bastante positiva, sem quebras e fomos bastante regulares. Neste sábado tínhamos apenas que chegar com as bicicletas o mais inteira possível para ganhar a prova. Até o meio da etapa conseguimos passar as dificuldades de maneira tranquila e no final decidimos não pedalar tão rápido, mas apenas desfrutar os quilômetros finais e curtir o trabalho feito esta semana”, celebrou Tiago.
“Estou super feliz por estar ao lado do Jiri e do Avancini nesta lista de tricampeões. Foi uma semana incrível. O Avancini e o Fumic tornaram a corrida muito disputada para nós. Lutamos fortemente pela primeira colocação no geral e conseguimos. Foi realmente difícil. Representa muito para mim terminar a temporada com esse título. Nossa equipe fez um ótimo trabalho, inclusive nosso segundo time com o Andreas e o José, além de nosso manager Andrea. Em uma prova dura como essa você não define estratégia, apenas leva dia após dia. Nesta sétima etapa a ideia foi não correr nenhum risco”, analisou Hans Becking.
Vice-campeão da Brasil Ride ao lado de Manuel Fumic, Henrique Avancini fez um balanço positivo de sua atuação. “Minha temporada inteira foi muito boa, de altíssimo nível. Em várias modalidades de fevereiro a outubro venci provas importantes e fiquei sempre próximo da vitória, não importa contra quem eu estivesse competindo. Mais uma vez entreguei uma boa performance na Brasil Ride. Fui ativo, ataquei em busca da vitória e trabalhei bem com meu companheiro, uma vez que estamos em uma corrida de dupla. Saio de uma certa forma mais motivado para 2020, após os ‘quase’ que tive como vice da Brasil Ride e da Cape Epic, segundo colocado do ranking mundial e terceiro no geral da Copa do Mundo. Isso tudo me deixa com mais sangue no olho para o próximo ano”, opinou.
Elite feminina – Com uma vantagem de 24 minutos para as vice-líderes, Viviane Favery e Tânia Clair Piclker também precisavam de uma etapa sem problemas para garantir o título. E, assim foi. Ficaram em segundo no dia, atrás de Letícia Cândido e Hercília Najara, da Audax Corinthians / Tripp Aventura, para comemorar a vitória geral. O pódio da etapa foi ocupado por Jaqueline Mourão e Danilas Ferreira, da Sense Factory Racing / Tropix Brasil, dupla que garantiu o título das Américas e o vice-campeonato da Brasil Rise. Letícia e Hercília fecharam o top 3 geral.
“Não viemos como favoritas, mas confiamos nas nossas estratégias. Naquilo que tínhamos para dar. Fechamos o ano com uma pontuação importante nos rankings olímpico e mundial. Foi um ano de muito trabalho e até então não tinha nenhum título conquistado. Fechar o ano com essa conquista da Brasil Ride é muito importante. Nunca desistimos e foi muito batalhado pra chegar até aqui. Agora, vamos comemorar”, disse Vivi Favery. “Para mim foi a vitória mais importante da minha carreira”, vibrou Vivi.
Sua companheira, Tania Clair, também estava feliz. “O fator mais importante foi a nossa constância na prova, não querer arriscar, mas ao mesmo tempo tomar decisões muito importantes nas horas certas. A gente planejou muito e o equilíbrio da dupla foi decisivo para a gente conseguir fazer essa Brasil Ride dos sonhos”, comemorou Tânia. “Este ano foi diferente, porque pela primeira vez consegui me dedicar ao mountain bike o tempo todo. Antes tinha que conciliar, mas agora foi uma doação enorme. Fiquei um ano fora do cross country e tomei um susto quando voltei, porque foi um salto gigantesco do MTB feminino. Tá lindo de ver o quanto a mulherada está forte e o esporte está crescendo no Brasil”, finalizou.