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Caratê

Brose explica adaptações à nova categoria e ao coronavírus

Bicampeão mundial Douglas Brose mudou seus treinos para poder lutar 15 kg acima e tentar ir a Tóquio, além de se adaptar à pandemia

Douglas Brose - Foto: Divulgação/Renato Aoki
Foto: Divulgação/Renato Aoki

“O sonho continua de pé”. A fala é do bicampeão mundial de caratê, Douglas Brose. Assim como a maioria dos atletas ao redor do planeta em meio à pandemia de coronavírus, o catarinense vive um momento de adaptação. Na verdade, adaptações. 

Há pouco mais de um mês, Brose inaugurava o seu “plano B”. Sem a possibilidade de ir às Olimpíadas em sua categoria habitual, ele decidiu lutar 15 kg acima de seu peso, tudo pelo sonho olímpico. E claro que, para tanto, o maior carateca do Brasil precisou adaptar seus treinos físico e técnico. E agora, precisa também conciliar a rotina com as mudanças impostas pelo coronavírus.

+Entenda: Brose muda de categoria e vai ao Pré-Olímpico Mundial

Por Tóquio 2020

Em 2020, o caratê estará oficialmente no programa dos Jogos Olímpicos pela primeira vez na história. E Brose não quer ficar fora disso de jeito nenhum. “O sonho de competir uma Olimpíada é maior que tudo. Eu quero estar lá de qualquer maneira. Não deu para estar em categoria, vou tentar outra”, destacou em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, logo após conquistar a vaga no Pré-Olímpico Mundial na categoria -75k kg.

Até então, o catarinense ainda acreditava na possibilidade de ir a Tóquio na categoria até 67 kg, o que caiu por terra na competição seguinte, na etapa de Dubai da Premier League, quando ele foi eliminado ainda na estreia. Com isso, veio a definição: ele iria mesmo lutar 15 kg acima. 

Foi então traçada uma nova estratégia. Brose precisaria ganhar peso, mas também se adaptar às características técnicas da nova categoria. E é assim, trabalhando nestas duas frentes, que ele segue sua preparação.

“A ideia nunca foi ganhar muito peso, só chegar no limite mínimo da categoria e não passar muito disso. Então os meus treinos de preparação física e de força mudaram um pouco para ter um ganho de massa muscular”, explicou o dono de quatro medalhas em mundiais.

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“Já nos treinos técnicos, estamos trabalhando dois pontos: a distância e a força, que são as duas coisas que mais mudam de uma categoria para outra. Os atletas são maiores, mais fortes, e a distância é maior entre os competidores. De resto, continua tudo igual. São só adaptações, com uma atenção especial para esses detalhes”, completou. 

O adversário invisível

O Pré-Olímpico Mundial de caratê está marcado para o dia 8 de maio, em Paris, na França, e a princípio está mantido. As outras competições até lá chanceladas pela Federação Internacional foram canceladas, mas ainda não há um pronunciamento oficial sobre o torneio classificatório para Tóquio. Se especula, porém, que a competição seja adiada.

Essa indefinição afeta, inevitavelmente, os atletas. E Brose tentar enxergar os dois lados da moeda. “Tem o lado bom e o lado ruim. O bom é que eu ganho mais tempo, mais treinos, e talvez isso possa fazer diferença na minha preparação. Mas em compensação eu não vou ter muitos eventos testes, que estavam programados. Então eu provavelmente terei de ir direto para o Pré-Olímpico”, avaliou.

E além disso, há o fator da doença em si e do cuidado em não contrair o vírus COVID-19. Por isso, Brose contou que reduziu sua equipe, mantendo apenas um parceiro fixo de treinos, e disse estar de policiando mais durante os treinamentos. “Eu sei que é contra a indicação, mas eu não posso parar e me isolar completamente”.

Em meio à essa montanha russa de mudanças e emoções, uma coisa é certa: Brose não deixa de acreditar. E vai lutar a o fim pelo seu sonho.

“É muito difícil trabalhar com tudo isso, porque a gente não sabe o que vai acontecer daqui um mês, dois meses. Pode ser que não tenha mais nada, como também pode ter um pico da doença aqui no Brasil e outros países. Mas o sonho continua de pé! Tenho batalhado todos os dias para isso e tentado me manter o mais focado possível para chegar nesse sonho que eu tenho desde criança”, concluiu.

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