8 5
Siga o OTD

Tóquio 2020

Pepê Gonçalves exalta momento da canoagem brasileira

Garantido nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Pepê Gonçalves destacou a evolução da canoagem brasileira e revelou que segue treinando normalmente em meio à pandemia do coronavírus

Pepê Gonçalves exaltou o momento da canoagem brasileira, mantém os treinos e já está classificado aos Jogos Olímpicos de Tóquio
Pepê Gonçalves ganhou dois ouros nos Jogos Pan-Americanos (Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

Nos últimos anos, a canoagem brasileira vem enfileirando resultados expressivos, como a participação nos Jogos Pan-Americanos de Lima, onde liderou o quadro geral de medalhas da modalidade. Dono de dois ouros nas águas peruanas, Pepê Gonçalves vislumbra os Jogos Olímpicos de Tóquio e exaltou o momento do Brasil no esporte.

Em entrevista feita em uma live no Instagram do Olimpíada Todo Dia, Pepê Gonçalves lembrou da tradição que os europeus têm na canoagem slalom, mas ressaltou que o Brasil ganhou maturidade e já está no mesmo nível dos rivais do Velho Continente.

“Me comparando com o último medalhista olímpico, eu já saio atrás porque ele teve o primeiro contato com o caiaque com dois anos de idade, enquanto eu tive com 12 anos. Essa maturidade de competições a gente demorou mais para alcançar, até mesmo por uma questão cultural. Mas tiramos a diferença”, disse.

“Com essa sequência de competições e o ganho de maturidade, tudo fica mais nítido. Eu faço um esporte que é dominado pelos europeus, que as competições são na Europa, que os equipamentos são feitos na Europa. A gente primeiro precisou tirar toda essa diferença para depois competir de igual para igual. E hoje eu vejo a gente de igual para igual em tudo, inclusive na preparação”, completou.

Medalha em Tóquio no horizonte

Diante desse cenário, Pepê Gonçalves foi questionado por um internauta se o Brasil pode brigar por uma medalha na canoagem slalom dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Além do paulista medalha de bronze no último Mundial e sexto lugar na Rio 2016, Ana Sátila está classificada e tem conseguido ótimos resultados, entre eles a prata na última etapa da Copa do Mundo.

“A gente está treinando para isso, acho muito palpável. Estamos mostrando isso nas competições, nos treinamentos. Nós estamos treinando todos os dias para isso, não menos que isso. Tenho certeza de que se for o nosso dia e se papai do céu nos iluminar acredito que vai vir sim. O slalom nunca esteve tão bem como hoje, imagina daqui um ano”, disse Pepê.

Treinamento em meio à pandemia do coronavírus

Enquanto vários atletas estão precisando improvisar os treinos em meio ao confinamento decorrente da pandemia do coronavírus, Pepê Gonçalves segue treinando normalmente. O paulista mora e faz suas atividades da modalidade em Piraju, cidade que não contém casos confirmados da Covid-19.

“Atleta de canoagem slalom no Brasil precisa se adaptar a todo momento. No ciclo olímpico passado, por exemplo, a gente sofreu com falta de água onde treinávamos, não tinha corredeira. Nossa vida sempre foi feita de adaptações dentro do esporte. Para a gente acabou não sendo tão difícil essa fase”, afirmou.

+ SIGA O OTD NO FACEBOOKINSTAGRAMTWITTER E YOUTUBE

“Além disso, tenho a sorte de estar em Piraju. Aqui chego ao rio cinco minutos andando a pé, sem contato com ninguém, respeitando a quarentena. Tenho amigos que emprestaram aparelhos de academia e uma parceria com uma empresa que mandaram barras e pesos para os treinos físicos aqui em casa. De uma certa forma, eu não estou sentindo tanto o peso da quarentena”, concluiu.

Alívio com a classificação

Duas semanas antes da confirmação do adiamento, Pepê Gonçalves havia sacramentado sua classificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio. No Mundial da Espanha, em 2019, ele já havia assegurado a vaga ao Brasil, mas precisava vencer a seletiva nacional para se garantir como representante do país. E fez isso da melhor maneira possível, tirando um peso das costas.

“Para mim foi um alívio, porque seletiva olímpica nacional é muito tensa. Eu sou 10 vezes seguidas campeão brasileiro e da seletiva nacional, mas cada seletiva é uma tensão totalmente diferente. Tem o risco de ficar doente, de quebrar equipamento, de acontecer algo. Você trabalha todos aqueles anos para a seletiva, mas algo pode acontecer. Fiquei muito aliviado”, disse.

“Essa seletiva serviu para ver como eu estou, porque a pista do Rio é muito similar com a de Tóquio. Fiz uma prova sensacional, uma das melhores provas minhas até hoje, no sentido de regularidade e agressividade. Essa seletiva foi muito importante para mim”, completou.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

Mais em Tóquio 2020