Elas que lutem! O momento e o topo do ranking mundial é da brasileira Bia Ferreira. E para tirar o sono das adversárias, a melhor do mundo avisa que veio para ficar e que vai defender o seu posto com garras e dentes. Ou melhor, com luvas de boxe e protetor bucal.
“Quando atualizou o ranking, pô, eu fiquei muito contente. A gente sempre almeja ficar entre as melhores. E quando eu descobri que estava ali, na primeira posição, realizando um sonho, só me deu mais ânimo, mais força para continuar. Espero defender esse lugar, espero ficar bastante tempo nesse lugar.”
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O primeiro lugar do ranking mundial na categoria até 60 kg coroou um ano de 2019 espetacular da brasileira. Implacável, Bia Ferreira foi campeã mundial, campeã pan-americana e campeã do Strandja, tradicional evento de boxe realizado na Bulgária.
“É dedicação e muito trabalho. Muita vontade para defender meu esporte e meu país. O objetivo é sempre estar entre as melhores e mostrar que eu sou capaz, que eu posso.” E como pode. O céu é o limite para Bia Ferreira. Ou melhor, o ouro olímpico é o limite.
“Só foi mais uma meta foi realizada, mas ainda o foco continua, e o sonho também. Quero participar de Tóquio, quero ser medalhista olímpica, e ser a primeira seria algo muito especial.”
O processo
Não foi do dia para a noite que Bia Ferreira alcançou o topo. Depois de sair derrotada e sem medalha no Mundial de 2018, a boxeadora traçou a meta para se recuperar na categoria.
“Desde o momento que eu saí do Mundial de 2018, ainda lá mesmo eu comecei a treinar, com foco, treinei muito. Em 2019, eu fui tendo a certeza com os campeonatos que fui conquistando, sendo campeã, e assim fui ficando confiante.”
Só que como a própria Bia Ferreira diz – o boxe é uma caixinha de surpresa -, e nada foi dado, tudo foi conquistado em cima dos ringues. “Sabia que seria possível brigar do quarto ao primeiro lugar, pela minha trajetória. Cheguei no mundial e estava muito tranquila. Se fosse para não ser, tudo bem, porque falta de treino não seria o motivo. Estava muito bem fisicamente e psicologicamente.”
Sem desanimar
Apesar de ser reconhecida como a melhor boxeadora da categoria até 60 kg, 2020 tem sido uma temporada bem diferente de 2019. “O ano começou meio turbulento, não consegui participar e defender o título no Sranjda, tive infecção alimentar. Segui treinando, mas não consegui lutar.”
Logo depois veio a pandemia, que interrompeu o Pré-Olímpico das Américas, torneio que valia vaga para Tóquio-2020. “Estava bem focada e preparada, mas imprevistos acontecem. Estávamos ligados no 220 e isso brecou a gente.”
Mas não espere desânimo por parte da campeã mundial. “Quando tudo isso passar, vamos ter amadurecido muito. Iremo lidar melhor com as coisas, tirar lições e pensar positivo. Temos mais tempo para treinar e evoluir. Eu nem lembrava desse ocorrido no começo do ano e estarei pronta para o que vier.”
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Boxe acima de tudo
Sem esconder a felicidade e o orgulho em liderar o ranking mundial, Bia Ferreira mantém os pés firmes no chão. “Tenho boas adversárias, que estão entre as melhores também. A diferença no ranking não é muita, sempre saem bons combates, temos belas rivalidades.”
A brasileira sabe que não existe boxe sem adversárias, e que uma acaba puxando a outra. “O bom é que não tem luta ruim, isso é bom, levanta a adrenalina do esporte. O boxe feminino tem alto nível e está sendo bem representado.”
E Bia Ferreira também está no mais alto nível e é uma digna representante de seu esporte. “Eu me dedico muito ao meu trabalho, tenho muita vontade para defender o boxe e meu país.”
Vai ser ruim de tirá-la do topo do mundo. As adversárias que lutem!