Após diversas medidas governamentais e com os casos pelo novo coronavírus caindo drasticamente, foi dado o arremesso inicial da temporada da Liga Sul-Coreana de beisebol, a Korea Baseball Organization (KOB). Entretanto, as arquibancadas estiveram vazias e assim devem permanecer por um tempo.
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As 10 equipes já entraram em campo com jogos sendo realizados na última terça-feira (5) e nesta quarta (6). Os fãs serão impedidos de atender aos jogos até que a Liga Sul-Coreana esteja convencida de que o risco de infecção foi minimizado, segundo divulgou a Associated Press.
Com fileiras e mais fileiras de cadeiras vazias o que sobressai é o barulho do jogo. Cada arremesso que chega na luva do catcher é um estrondo. Uma rebatida ecoa no estádio vazio como nunca. A chamada de strike ou de bola dos árbitros é claramente distinguível. Os gritos e aplausos dos jogadores no banco de reservas parecem ser de torcedores.
Medidas adotadas
Como uma das primeiras grandes competições esportivas profissionais do mundo a voltar à ação em meio à pandemia, a Korea Baseball Organization (KBO) empregou várias medidas preventivas destinadas a criar ambientes de jogo seguros.
Jogadores e treinadores passarão por exames de febre antes de entrarem nos estádios. Árbitros e treinadores de primeira e terceira base devem usar máscaras durante os jogos. É proibido aos jogadores assinarem autógrafos ou cumprimentarem os companheiros com as mãos.
Além disso, o tabaco de mascar, tão tradicional no beisebol americano, foi proibido para evitar cuspes nos bancos de reserva. A Liga Sul-Coreana possui diversos jogadores americanos que trouxeram este costume para o país asiático.
E se algum membro de uma equipe tiver um resultado positivo para o coronavírus em qualquer ponto da temporada, a liga será suspensa por pelo menos três semanas.
Torcida diferente
As equipes tentaram criar uma atmosfera festiva nos estádios vazios. Em um jogo na capital Seoul, o LG Twins enfeitou os assentos com enormes faixas dos slogans de torcida.
Os Wyverns fizeram os mesmo em Incheon, mostrando rostos de fãs usando os bonés e máscaras do time.
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Em Daegu, a cidade mais atingida pelo vírus, o Samsung Lions usou seu enorme placar para reproduzir mensagens. Jogadores, celebridades e fãs apareceram agradecendo a médicos e equipes médicas que lutaram contra o surto de coronavírus.
Uma partida foi até transmitida para os Estados Unidos através da ESPN, já que o beisebol da MLB, principal liga americana, está longe de começar.
Não foi do nada
Até a Liga Sul-Coreana inciar a temporada, um longo caminho foi trilhado, dentro e fora de campo. No início de março a Coreia do Sul estava relatando cerca de 500 novas infecções por coronavírus por dia, forçando o Liga Sul-Coreana de beisebol a adiar sua temporada.
O governo adotou controles fronteiriços mais rigorosos, testou e isolou portadores de vírus, rastreando seus contatos usando registros médicos, bancários e de imigração e informações de localização fornecidas por empresas policiais e de telecomunicações.
Com todo esse esforço, a Coréia do Sul registrou apenas três novos casos na última terça-feira (5), seu menor saldo diário desde que as infecções aumentaram no final de fevereiro. Esse cenário permitiu a volta do beisebol em meio à pandemia.