A maioria dos atletas tem como grande sonho disputar uma edição dos Jogos Olímpicos. Anderson Varejão esteve na seleção brasileira masculina de basquete durante o período que a classificação olímpica não aconteceu, entre Atlanta-1996 e Pequim-2008. Depois de ir para Londres-2012, o pivô tem o desejo de estar no Japão, mas faz um alerta. “Antes de pensar em Tóquio, o Brasil precisa pensar em vencer o Pré-Olímpico”.
Diferente do que acontecia para as outras edições dos Jogos Olímpicos, o processo de classificação no basquete mudou. Ao invés de torneios pré-olímpicos continentais e posteriormente um mundial., para Tóquio a competição usada foi a Copa do Mundo de 2019.
Nela, sete vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio foram conquistadas. Além do Japão, que está garantido por ser país sede, garantiram participação na Olimpíada a Nigéria, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Irã, Espanha e França.
Por conta do desempenho que fez na Copa do Mundo, em que foi eliminado na segunda fase, o Brasil tentará se classificar para a Olimpíada através do pré-olímpico mundial. Como restam quatro vagas para os Jogos Olímpicos, 24 seleções foram distribuídas em quatro grupos e apenas o campeão de cada chave vai para Tóquio.
“Antes de pensar em Tóquio, o Brasil precisa pensar em vencer o Pré-Olímpico. E não é uma missão simples, temos seleções muito fortes, que merecem respeito, na nossa chave”, comentou Anderson Varejão.
A seleção brasileira está no grupo com a Croácia (sede da competição), Alemanha, Rússia, Tunísia e México. As seis equipes foram divididos em duas chaves com três seleções, com os brasileiros enfrentando os croatas e os tunisianos. Os dois primeiros colocados de cada trio avança para a semifinal e os vencedores decidem a vaga olímpica.
As batalhas contra o corpo
Da origem humilde em Colatina, no Espírito Santo, passando pelo sucesso em Franca, título da Euroliga no Barcelona, status de ídolo em Cleveland, anel de campeão da NBA e Flamengo, Varejão foi intenso por onde passou.
Diferente do que se pensa da maioria dos jogadores, que marcam muitos pontos, Anderson Varejão sempre teve como símbolo do seu jogo a parte defensiva e a dedicação em quadra. Contudo, em algumas ocasiões, esse estilo de jogo fez com que as lesões estivessem presente em sua carreira.
Durante os mais de 20 anos em que se dedica ao basquete, não foram poucas as vezes que Anderson Varejão teve que parar sua temporada para se recuperar de lesões. Ao todo foram cinco cirurgias para corrigir alguns problemas que teve em quadra.
Apesar disso, Varejão nunca mudou seu estilo de jogar. Seja nas quadras do Espírito Santo, São Paulo, Espanha, Estados Unidos ou Rio de Janeiro, o pivô sempre manteve a forma de atuar.
“(As lesões) não mudaram em nada na minha vontade e na minha maneira de jogar. Consegui me recuperar bem de todos os problemas que tive. Alguns atletas acabam retornando com limitações, com problemas físicos, muitos nem voltam a jogar e eu tive sempre o melhor acompanhamento, profissionais ao meu redor de altíssimo nível que me deram a chance de voltar ainda melhor. A experiência te ensina atalhos, os melhores caminhos, e as lesões fazem parte do dia a dia do esporte. É ruim, é sofrido, mas é do jogo. Tenho orgulho de tudo o que fiz em quadra até hoje e de ver que não me entreguei à dor, suportei, superei e voltei”.
E o futuro?
Parado desde o fim da Copa do Mundo de basquete por escolher priorizar a família, Anderson Varejão não pensa no futuro. Perto de completar 38 anos, o pivô sabe que está nos anos finais de sua carreira e pensa em jogar mais um ano.
Tendo recebido propostas de três continentes para essa temporada e com passagens marcantes por equipes em lugares importantes para o basquete mundial, Anderson Varejão não sabe onde estará nessa possível última temporada.
“Todos (os times) foram importantes e me marcaram muito. Tenho carinho demais pelas equipes que defendi, porque foi intenso e foram experiências que me fizeram crescer como jogador. Todos os times foram importantes, cada um de uma maneira diferente, porque foram momentos diferentes da minha trajetória. Fui muito feliz em todas as equipes pelas quais eu passei, cada um em uma época, cada um me marcou de uma forma especial. Não penso nessa questão neste momento”, finalizou Anderson Varejão.