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Basquete

Em quarentena, Betinho treina com os pais e relembra feitos

O jogador comentou sobre o momento atual do mundo e falou sobre a carreira

Betinho, do Pinheiros, no NBB
Betinho tenta não se descuidar da forma física junto da família, em Limeira (Divulgação)

Durante o período de pandemia do Coronavírus, o NBB tem realizado lives com os atletas. Nesta segunda-feira (6), o escolhido foi Betinho, ala do Pinheiros.

Para começar, o atleta comentou um pouco de como está sendo esse período, diferente na vida de um jogador profissional, que mesmo com os torneios paralisados não podem parar de treinar em casa.

“Primeiro que estamos passando por uma coisa nova, né. O mundo todo está se adequando a isso. Com a gente não é diferente, temos que nos adaptar para conseguir tirar as coisas boas disso tudo. Nós, atletas, estamos passando o tempo com a família, que não é muito comum durante a temporada. Estou seguindo as orientações do preparador físico do Pinheiros, para se manter na ativa e não perder muito o ritmo nesse período”, afirmou o camisa 26.

Ajuda da família na quarentena

O jogador aproveitou para passar esse período de paralisação ao lado de sua família, em Limeira, no interior de São Paulo. E esse contato com a família tem ajudado bastante até em seus treinamentos, sempre contando com o apoio deles.

“Sou privilegiado de ter a família que tenho, eles sempre estão fazendo tudo comigo. Minha mãe sempre que me vê fazendo exercícios fica junto comigo, meu pai me ajuda muito nos arremessos aqui na tabela de casa. Só a minha irmã, que por trabalhar na área da saúde, está tendo que trabalhar normalmente”, disse Betinho.

O basquete sempre esteve presente em sua vida, isso porque sua mãe era treinadora e seu pai jogador. Com essas inspirações dentro de casa, seus primeiros contatos com a bola laranja vieram cedo e de forma natural.

“Comecei a jogar basquete com 8 ou 9 anos, mas ainda era na brincadeira com amigos, começando a ganhar responsabilidade. Foi muito natural, meu pai era jogador, então eu acompanhava os jogos, e minha mãe dava aulas de basquete também, então as coisas foram fluindo naturalmente”, contou o jogador.

Ajuda dos experientes

Seu primeiro time como profissional foi justamente o de Limeira, cidade em que cresceu e ainda possui forte relação familiar. Com apenas 18 anos no primeiro NBB, Betinho contou com a ajuda de grandes nomes nessa transição da base para o profissional.

“Meu começo aqui em Limeira foi muito bom. joguei com caras experientes que souberam me passar coisas muito produtivas, como Shamell, Renato Lamas, Guilherme Teichmann, Bruno Fiorotto, Nezinho. Eu tinha 18 anos no primeiro ano do NBB, ainda estava no processo de transição da base para o adulto, então eles me ajudaram muito nessa caminhada”, revelou.

Na sequência, um novo desafio que mudou o rumo de sua carreira: o Paulistano.

“Depois, com o fim do time em Limeira, fui para o Paulistano, time mais jovem, com ambições gigantescas. Primeiro ano lá disputamos final do Paulista, quase ficamos no G-4 do NBB. No meu segundo ano mudou totalmente, virei protagonista do time. O mais velho do time era o Felipe Ribeiro, o restante do elenco tinha a média de 22 anos, então foi uma experiência muito legal”, disse Betinho.

As inspirações e os jogos inesquecíveis

Todo jogador tem aquela inspiração para lá de especial. E com Betinho não é diferente. Quando questionado sobre suas influências dentro de quadra, surgiram nomes de peso, do basquete brasileiro e da NBA.

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“Aqui no Brasil sempre olhei muito o Marcelinho Machado, até pela característica de pontuação que ele tinha e eu tenho também. Ele foi o maior pontuador que eu vi jogando no Brasil. Na NBA gosto muito do estilo de jogo do Damian Lillard, ele dificilmente toma decisões erradas na partida, consegue criar seu próprio arremesso, sempre com a bola na mão, do jeito que gosto de atuar. Gosto do Curry também, mas mais como fã, o estilo de jogo não tem nada a ver (risos)”, revelou.

Destaque ofensivo

Na atual temporada do NBB, Betinho vinha se destacando bastante dentro de quadra, principalmente com as atuações ofensivas. Dois jogos foram ainda mais especiais: a vitória sobre o Corinthians com um game winner espetacular e os 46 pontos no triunfo sobre o Mogi das Cruzes. Se liga no que ele contou sobre cada um desses jogos!

“Esse jogo foi num sábado, uns dias antes o Shamell tinha feito 32 pontos contra o São José, até lá meu recorde era 33 e ele estava chegando. Eu tinha pensado: preciso aumentar essa marca senão vão me passar (risos). Foi dito e feito. A primeira bola que arremessei no jogo caiu, já pensei: é hoje. Já senti que tinha algo diferente, claro que não imaginava que seria tão espetacular como foi. Mas vou guardar na memória para sempre e assisto aquele jogo até hoje”.

“Fico até arrepiado. Tive duas dessa na minha carreira, essa foi a terceira vez que aconteceu e lembro de todas. A jogada nem era para mim, a princípio. O passe era pro Bennet na zona morta, mas caso a bola não chegasse nele eu tinha combinado com o Marcus (Toledo) de receber e me devolver. A jogada começou e não deu certo o passe, então toquei pro Toledo e fui pegar a bola. Eles trocaram a marcação mais uma vez, não tive muito tempo de fazer muita coisa, o que sobrou foi girar e procurar um espaço para arremessar. E deu certo (risos). Foi um jogo histórico para mim”.

Din, Din, Din, mais 3 pontos do “Betin”

Se dentro de quadra as coisas estão caminhando bem, fora dela também. Em sua segunda temporada no Pinheiros, Betinho já caiu nas graças dos torcedores da equipe. Ele possui até uma música especial quando converte um arremesso de 3 pontos: “Din, Din, Din, mais três pontos do Betinho”

A música em questão é uma paródia de “Din, Din, Din”, da cantora pop Ludmilla com as participações de MC Pupio e MC Doguinha. Ele falou um pouco sobre essa homenagem que o deixa muito feliz toda vez que os torcedores cantam.

“Eu acho fantástico. A gente nunca imagina que o nosso trabalho vai repercutir tanto. Hoje eu tenho uma música pra mim, nunca esperava isso. Tudo começou com o Vinicius, do Pinheiros Mil Grau. Ele cantou pela primeira em um jogo em Osasco e eu acertei umas duas, três bolas seguidas. Depois a torcida gostou e começou a cantar em todos os jogos. Eu gosto bastante, fico muito feliz toda vez que acerto e eles cantam”, disse Betinho.

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