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Badminton

Morando no clube, Ygor Coelho mantém os treinos na quarentena

Ygor Coelho usa quadra de seu time na Dinamarca para manter treinos e se distrair durante o isolamento

Ygor Coelho badminton coronavírus BWF
Ygor Coelho vive na Dinamarca desde 2018 ( Foto: Divulgação/BWF)

Se alguns atletas precisam se adaptar para treinar durante o isolamento provocado pela pandemia do coronavírus, outros têm a sorte de ter o centro de treinamento como casa. É o caso de Ygor Coelho, atleta do badminton, que mora em Højbjerg, na Dinamarca, e vive dentro do ginásio de seu time Højbjerg/ViaBiler.

“Deixam o ginásio aberto pra gente jogar e se divertir porque não tem realmente nada pra fazer aqui, nem família a gente tem aqui”, contou o atleta com exclusividade ao Olimpíada Todo Dia.“Só pode treinar quem está aqui dentro. O treinador não pode entrar, os atletas do clube não podem vir”, completou o jogador que mora com três colegas, sendo dois brasileiros.

Para treinar, Ygor tem a quadra, mas usa as próprias petecas, já que os equipamentos da equipe estão trancados. Um bom exercício improvisado, mas, claro, longe do ideal.

“Não tenho como fazer musculação adequada. Eu tenho como manter minha parte de cima forte, mas a parte de baixo, os membros inferiores, eu não consigo malhar”, explicou.

Além do badminton, Ygor e os colegas conseguem arranjar algumas distrações para enfrentar o isolamento por conta do coronavírus. “Hoje eu consigo ver televisão brasileira, vejo série e jogo mini-basquete que temos aqui. Graças a Deus eu comprei a cesta antes do coronavírus chegar”, brincou.

Rotina afetada

Apesar da situação na Dinamarca ser melhor do que em muitos outros países europeus, grande parcela da população local está no grupo de risco da doença COVID-19 e a preocupação é crescente. São mais de 1,2 mil contaminados e quatro mortes confirmadas no país.

Por isso, as pessoas estão de quarentena dentro de casa e saem apenas para ir ao supermercado ou à farmácia. Escolas, comércios e prédios públicos foram fechados e eventos culturais e esportivos, suspensos. O governo decidiu também fechar as fronteiras do país para conter a doença.

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“Aqui os dinamarqueses não entram e não saem. A não ser em casos extremos, se alguém morrer e a família precisar viajar, por exemplo. E os dinamarqueses que estão em outros países estão lotando voos para voltar”, contou Ygor Coelho. “É quarentena, todo mundo em casa. Tem algumas pessoas correndo por perto, mas você não vê carro na rua, não está normal. Inclusive a coisa está tão séria, tão séria, que a rainha da Dinamarca falou na TV e ela só fala em ano novo ou datas especiais”, destacou.

Com a cidade parada, até encontrar produtos no supermercado se tornou uma missão complicada para o brasileiro do badminton.

“Quando eu fui de manhã, o supermercado estava muito cheio. As vezes que eu fui de noite, estava faltando coisas, como leite, carne, alguns legumes. Se ainda tinha, já estava quase acabando. As vezes as pessoas vão no mercado e compram tudo, aí demora pra vir o carregamento.”

O medo de uma possível contaminação por coronavírus quando tem que sair do clube também é real. Mas não dá para ficar sem fazer compras.

“Eu tenho que ir porque temos que comprar coisa pra comer. Se eu compro demais, estraga. Mas vamos no mercado e quando voltamos já lavamos as mãos. E também não vamos todos juntos, cada um reveza”, contou o atleta.

Incertezas

Em meio a tantas dúvidas sobre a continuação do calendário de competições e da preparação olímpica para os Jogos de Tóquio, Ygor Coelho tenta aceitar a situação e se manter otimista.

“A gente não sabe ainda o que vai acontecer na classificação olímpica do badminton, eles ainda vão decidir. A recomendação é para todos os atletas fazerem o máximo para treinar e continuar ativo porque os Jogos Olímpicos ainda vão continuar. É meu sonho desde 2016 ir para a próxima Olimpíada e tentar uma medalha. Poxa, hoje em dia está tão perto e acontece esse tipo de coisa. Assim, dá um desânimo, mas a esperança é os Jogos Olímpicos acontecerem. Então isso dá um gás a mais.”

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