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Tóquio 2020

Paulo André e Núbia Soares querem fazer história em Tóquio

Paulo André já está classificado nos 100 m e quer surpreender, enquanto Núbia confia que vai conseguir o índice no salto triplo

Paulo André - Núbia Soares - Tóquio 2020
Paulo André e Núbia Soares são esperança de medalha para o Brasil

No dia 1º de agosto de 2021, o salto triplo e os 100 metros rasos estarão estreando no atletismo da Olimpíada de Tóquio-2020. E o Brasil deverá ter dois jovens representantes que já não são mais promessas e sim realidade. Na pista, Paulo André já garantiu sua vaga e promete grandes emoções, enquanto no campo, Núbia Soares ainda não tem o índice, mas está próxima de conquistá-lo para disputar os Jogos Olímpicos pela segunda vez. 

Os dois sonham em fazer história. Até hoje, o Brasil nunca faturou uma medalha olímpica nos 100 m rasos e no salto triplo feminino. Paulo André está próximo de correr abaixo dos 10s e pode surpreender no Japão, beliscando um inédito pódio, enquanto Núbia Soares, com um técnico multicampeão, deve conseguir o índice e quem sabe uma final igualmente inédita no salto triplo. 

E para marcar a contagem regressiva, o Olimpíada Todo Dia conversou com os atletas e preparou um guia com tudo que você precisa saber sobre o salto triplo e os 100 metros rasos em Tóquio-2020. Confira!

O embalo de P.A.

Aos 21 anos, Paulo André já é um dos principais nomes do atletismo atualmente. Tanto pelo carisma fora das pistas, quanto pelo desempenho dentro delas. E foi exatamente este último que fez ele conquistar o índice para os 100 metros rasos em Tóquio-2020. Foi ano passado, no Meeting de São João, em Portugal, quando ele faturou a medalha de ouro ao fazer o tempo de 10s04, sendo que o índice exigido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) é 10s05. 

“A sensação foi única e eu diria que de alívio. Porque quanto antes você conquistar o índice, melhor para treinar com a cabeça com menos um objetivo. Então alívio de ter conquistado um índice difícil, uma marca muito dura”, disse Paulo André ao OTD

Paulo André - 100 m Tóquio
Paulo André tem 21 anos (Instagram/iampauloandre)

E ele não parou por aí. Foi prata nos 100 metros rasos em Lima-2019 e ainda fez história do Mundial de Doha. Com tempo de 10s11, Paulo André recolocou o Brasil em uma semifinal de Mundial após 24 anos, repetindo o feito de Robson Caetano em 1995. E os bons resultados servem de combustível para P.A., que ainda quer mais. 

“É sempre bom manter uma regularidade. Isso prova que você está no caminho certo. E eu venho em uma crescente muito boa. Minha equipe, meu técnico falam que eu estou aprendendo a correr a prova de 100 m… Então primeiro eu preciso aprender a correr 10s, depois 9s90, e dar continuidade no aprendizado. A prova dos 100 m é complexa por causa disso. Claro que os bons resultados servem de combustível, mas eu treino para melhorar cada vez mais”. 

Buscando o auge 

Nenhum velocista da América do Sul esteve tão perto de baixar os 10s nos 100m rasos como Paulo André está, desde Robson Caetano, que conseguiu exatos 10s em 1988. No ano passado, ele chegou a fazer 9s90 no Troféu Brasil, mas a marca não foi validada por causa do vento favorável de 3.2 m/s, bem acima do limite de 2 m/s. Mas para o atleta de 21 anos, baixar dos 10s já é realidade. 

“No Troféu Brasil, mesmo sem vento, teve um estudo que mostrou que eu teria baixado dos 10s de qualquer jeito. Não foi homologado, mas eu particularmente considero. Então baixar dos 10s deixou de ser um sonho.  9s90 não é o que eu quero, quero 9s70, bater o recorde do Bolt. Claro, passo a passo, mas eu acredito. Tem que acreditar. E é para isso que eu acordo todo dia”, disse em live recente com o OTD.

Paulo André - 100 m
Paulo André quer repetir essa cena nos 100 m em Tóquio 2020 (Instagram/iampauloandre)

 E ele acredita. É assim que ele vai para os 100 m em Tóquio-2020: com pé no chão, mas expectativa alta.

“Por mais que seja a primeira Olimpíada, eu tenho chance de chegar no meu auge. E as expectativas são grandes. Eu sei que estou trabalhando e que tenho potencial para chegar em uma grande final. É um sonho distante, mas não impossível. E para ser sincero, eu treino para ser medalha de ouro na Olimpíada, mas claro que com os pés no chão. Então o objetivo é ir passo a passo… E final é final, é quem tem mais psicológico, mais coração. E o brasileiro é guerreiro. Claro que tem que estar muito bem treinado e vou me dedicar bastante para chegar lá e quem sabe beliscar uma medalha para o Brasil”. 

 Saltando para a história

Núbia Soares - salto triplo
Núbia Soares quer quebrar tabu no salto triplo em Tóquio 2020 (Instagram/nubiasoarees)

O salto triplo masculino faz parte do programa olímpico desde a primeira edição de Olimpíada da Era Moderna em Atenas-1896. A modalidade feminina, no entanto, só foi disputada pela primeira vez em Atlanta-1996 e o Brasil nunca conseguiu chegar a uma final. O melhor resultado até hoje é o de Keila Costa, que ficou em 20º lugar em Londres-2012.

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Mas Núbia Soares quer quebrar esse tabu. Estreando em Olimpíadas na Rio-2016, a atleta de Lagoa da Prata (MG) terminou a prova na 23ª colocação, com a marca de 13,85 m. Um resultado considerável para quem estava há pouco tempo no esporte. 

Antes do salto triplo, ela passou por várias outras modalidades e quase seguiu no handebol, se seu time não tivesse acabado. Foi para o atletismo aos 15 anos e em seis meses estava na primeira competição internacional. E em quatro anos disputou a primeira Olimpíada. 

“Como eu já participei de uma Olimpíada, talvez seja mais fácil de lidar com as pressões. Você vai mais tranquila e confiante. Então acredito que vou chegar bem mais preparada”, disse Núbia ao Olimpíada Todo Dia.

Confiante pelo índice

Núbia Soares - salto triplo tóquio
Núbia Soares tenta participar de sua segunda Olimpíada (Wagner Carmo/CBAt)

Agora, Núbia Soares quer disputar a segunda Olimpíada e, para isso, precisa saltar 14,32 m. Ela já ultrapassou a marca anteriormente, quando foi campeã no Sul-Americano de 2017 com 14,42 m e chegou perto no ano passado, alcançando 14,28 m. E até hoje, seu melhor salto foi 14,69 m.

“Eu já tenho a marca e a tendência é sempre evoluir em cima desse salto. Mantendo agora os treinamentos, tudo direitinho, eu acredito que vai ser tranquilo”, disse em live com o OTD.

Além disso, ela conta com mais um trunfo não só para conquistar o índice, como também buscar um resultado histórico no salto triplo em Tóquio-2020. Ela é treinada pelo cubano Ivan Pedroso, campeão olímpico em Sydney-2000 na prova do salto em distância e que tem nove títulos mundiais na carreira.

“Treinar com um técnico multicampeão pode fazer a diferença, porque ele sabe muito, sabe como me conduzir até lá. E não gosto de falar sobre adversárias, porque em uma Olimpíada tudo pode acontecer. Então é chegar e fazer o que tem que ser feito”, concluiu.

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