Os brasileiros Elisabeth Gomes, a Beth Gomes, e Cícero Valdiran fizeram mais do que ganhar a medalha de ouro no lançamento do disco e do dardo do Mundial de Atletismo Paralímpico de Dubai. Ambos bateram os recordes mundiais nas respectivas classes, a F52 e F57.
Rodrigo Parreira e Marivana Nóbrega também foram ao pódio nesta quinta-feira (14), penúltimo dia de competições no Dubai Club for People of Determination. Ele conquistou a prata no salto em distância da classe T36 e ela ficou com o bronze no arremesso de peso F35.
Glória aos 54 anos
A prova de Beth Gomes agrupou atletas das classes F51, F52 e F53 e foi no último lançamento que veio o recorde: 16m89, superando os 16m67 que ela mesma havia estabelecido no Parapan de Lima no final de agosto. A brasileira, de 54 anos, se emocionou muito após se dar conta do que havia feito.
Bom dia, BRASIL.
— Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB 🇧🇷 (@cpboficial) November 14, 2019
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O sol já está a pino em Dubai, onde o #MundialDeAtletismo chega ao seu penúltimo dia.
E o Brasil segue com fortes emoções. pic.twitter.com/4VY4oMIDTg
“A emoção é muito grande. Eu estava muito ansiosa, nem consegui dormir direito. Eu vim preparada, com foco que tudo daria certo, e hoje eu sou a melhor do mundo. Agora vou trabalhar para chegar bem em Tóquio 2020”, disse Beth Gomes.
O ouro do Mundial de Atletismo Paralímpico já estava garantido com os 16m63 da segunda tentativa, já que sua maior concorrente, Iana Lebiedieva, fechou em 16m26 o melhor lançamento. Vale ressaltar que a ucraniana, da F53, bateu o recorde mundial da classe superando sua própria marca em 1m33.
“Depois que a ucraniana bateu o recorde, coloquei na minha cabeça que iria ultrapassar aquela marca e foquei no campo. No último lançamento, meu disco voou mais longe”, relatou Beth Gomes.
O bronze também foi para a Ucrânia, com Zoia Ovsii, da F51, que alcançou 13m52, também recorde mundial para a classe.
A perder de vista
Cícero Valdiran também fez o que ninguém havia feito até então na classe F57. Lançou o dardo a 49m26 na quinta tentativa para ficar com o ouro e bater o recorde mundial de Amanolah Papi.
O iraiano estava na prova e ficou com a medalha de prata marcando 47m80. O bronze foi para a Síria, com Mohamad Mohamad (46m01).
O brasileiro já havia chegado perto da marca de Papi no segundo lançamento, quando marcou 48m59, a apenas um centímetro do recorde até então.
“A prova foi tensa. A partir do momento que eu aqueci, já senti que dava para fazer uma boa marca. No quinto lançamento, veio o recorde, mas só fiquei tranquilo depois que o último atleta terminou porque ele era o recordista mundial. Trabalhei muito duro para estar aqui e ser campeão mundial é sensacional”, comentou Cicero Valdiran.
A prova teve a participação de Claudiney Batista, o único da classe F56 dentre os onze competidores. Ele, que já havia feito história na terça-feira (12) no lançamento do disco, ficou na sétima colocação agora no dardo com 39m80 tomando do holandês Pieters Gruijters o recorde do campeonato, que era de 38m70. O brasileiro já era dono do recorde mundial, com 42m74.
Marivana Nóbrega e Rodrigo Parreira
No salto em distância T36, Rodrigo Parreira precisou fazer o maior salto de sua temporada para superar o ucraniano Oleksandr Lytvynenko e ficar com a prata. O ouro, como esperado, foi para o grande nome da prova, Evgenii Torsunove, recordista mundial e do campeonato já há mais de três anos.
Rodrigo Parreira foi a 5m58 logo no primeiro salto, superando os 5m50 que havia conseguido na classificatória, sua maior marca na temporada até então. Lytvynenko foi bronze com 5m55. Torsunove sobrou com 5m73.
Já no arremesso de peso classe F35 Marivana Nóbrega conquistou o bronze com 9m44 obtidos na quinta de seis tentativas. À sua frente ficaram apenas as duas favoritas.
A ucraniana Mariia Pomazan, recordista do Mundial de Atletismo Paralímpico, chegou a 12m94 e bateu os 10m94 da chinesa recordista mundial Wang Jun.
“Posso dizer que me considero uma atleta experiente, mas o nervosismo bate. Eu tinha a consciência que se eu fizesse o meu melhor, eu sairia de Dubai com uma medalha, independentemente da cor, respeitando sempre as adversárias”, disse Marivana Nobrega, que repete os resultados do Mundial de Doha 2015 e dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016.
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Façanha no Mundial de Atletismo Paralímpico
Com os resultados de Cícero Valdiran, Beth Gomes e Marivana Nóbrega, o Brasil alcança a façanha de medalhar em todas as provas disputadas no campo nesta edição do Mundial. Foram seis ouros e cinco bronzes, o que corresponde a 43% dos pódios brasileiros em Dubai.
Além disso, o time nacional isolou-se na segunda colocação do quadro de medalhas com 14 ouros, oito pratas e 14 bronzes. A China segue soberana com 23 ouros dos 52 pódios.
Ucrânia e Grã-Bretanha disputam prova a prova a terceira posição. Por enquanto, os cossacos levam a vantagem de um ouro em relação aos britânicos (10 a 9), mas ambos empatam nas demais láureas: seis pratas e seis bronzes.
Vem mais?
Nesta sexta (15) será a vez de Fábio Bordignon nos 100m T35. Ele conquistou a vaga na final nesta quinta ao vencer sua bateria eliminatória.
Ainda nesta quinta Júlio César Agripino ficou na sexta colocação da final dos 5000m T11 e Verônia Hipólito fechou a eliminatória dos 200m T37 com o 12º melhor tempo e não avançou para a final.