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Parapan 2019

Com só 15 anos, Clarinha é a caçula do atletismo brasileiro

Preparada para o que vier, Maria Clara Augusto, a Clarinha, é a mais jovem integrante do atletismo brasileiro no Parapan de Lima 2019

Foto: Helano Stuckert/rededoesporte.gov.br

15 anos, atleta da seleção brasileira de atletismo e um Parapan a ser disputado. Maria Clara Augusto da Silva, a Clarinha, é a mais nova da delegação que está em Lima. A atleta conversou com o Olimpíada Todo Dia na capital peruana e, apesar dos traços e o jeito adolescente de falar, Clarinha não se intimidou com o cerco dos jornalistas, muito menos perdeu a delicadeza e o brilho no olhar de quem está descobrindo o universo das grandes competições.

“Olha, eu fui tão bem recebida, o pessoal daqui é muito legal, eu nunca tinha feito parte da seleção de adultos, já tinha participado da de jovens, consegui bons resultados e medalhas, eu achei muito massa. Mas estar aqui, um evento tão grande, tudo é muito maravilhoso. É um sempre bom representar o Brasil”.

Mas ela não veio ao Parapan de Lima para passear. Muito focada e atenta aos comandos de seu treinador, Clarinha pensa grande e já tem conquistas importantes na curta carreira, como uma prata no Mundial de Jovens de Atletismo, que foi realizado em Nottwil, na Suíça, na prova dos 200 metros, da classe T47. E Clarinha tem uma fome enorme de competir, tanto que também compete no salto em distância, dando uns “pinotes”, como ela mesmo fala.

“Antes era muito fixada no atletismo, queria fazer tudo, para trazer bons resultados e conquistar o máximo. Mas o meu atual treinador me ensinou a sempre ter calma. Tudo acontece na sua hora e que o Parapan não é para ficar louca atrás de uma medalha, de um resultado excepcional. É a minha primeira grande experiência e eu só tenho 15 anos. É muito mais uma briga com o meu próprio tempo e não contra as adversárias”, disse a nordestina de Senador Elói de Souza, interior do Rio Grande do Norte.

Foto: Helano Stuckert/rededoesporte.gov.br

Contudo, ela já não mora mais na cidade onde nasceu. Sua ascensão meteórica a fez mudar para a capital, onde treina atletismo com o treinador Felipe Veloso. Como ainda é muito nova, Clarinha arrastou a família para Natal. “Meu pais e meus irmão foram comigo para capital, embarcaram nessa loucura. Nunca passou na nossa cabeça em ir morar na capital. Meus avós e primos estão no interior, e quando tenho tempo, eu corro para lá. Visitar também os amigos. É sempre bom ter a família por perto, eles sempre ajudam a carregar minhas baterias, são essenciais.”

Como uma boa brasileira que é, Clarinha gostava mesmo é de gastar suas energias com o esporte mais consumido e praticado no cenário nacional. “Ah, o futebol. Até um tempo atrás era, quando eu não fazia atletismo, a minha paixão. Não podia ver uma bola no meio da rua que eu já queria jogar futebol. O atletismo me ajudou bastante, tanto no pessoal, psicológico e no financeiro, mas o futebol sempre fez parte da minha história, porque foi através dele que eu conheci o atletismo. aliás, foi o meu antigo treinador de futebol que me incentivou bastantes para fazer atletismo. Então eu só tenho a agradecer a ele e ao futebol.”

E como ela está totalmente dedicada ao atletismo, as responsabilidades aumentaram, dentro de fora do esporte. Clarinha não foi convocada à toa e já sabe que serve de inspiração para pessoas que ela nem conhece. “Ah, sem dúvida, sei que tem gente que usa o meu exemplo para entrar no esporte, principalmente os atletas mais jovens do que eu, sinto muita gratificação de incentivar as outras pessoas, assim como que me espelho nos mais velhos. É uma troca bem massa”, completa a jovem.

E mesmo sem nem ter estreado, Maria Clara já está brilhando em Lima, com muita simpatia, fome de vitória e uma paixão pelo esporte que encanta.

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