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Pan 2019

Ouro no Pan, Alison Brendom sofreu grave acidente na infância

Campeão em Lima, Alison Brendom sofreu acidente com dez meses de idade e tem queimaduras na cabeça e no rosto

Para quem vê de longe, Alison Brendom parece ser mais velho. Em Lima, ele faturou a medalha de ouro nos 400m com barreiras, algo que não acontecia desde 1999. Claro que os resultados obtidos nas competições recentes também dão a pinta de atleta veterano, mas não é só isso. A calvície não é hereditária. O cabelo já não cresce mais em determinadas regiões da cabeça justamente pelo grave acidente que sofreu ainda na infância. As queimaduras vieram antes do primeiro ano de vida.

“Quando eu tinha 10 meses de idade, eu sofri um acidente. Eu morava com a minha avó nessa época. Estava aprendendo a andar, colocava as mãos nas paredes. Em um dia, numa tarde normal, eu fui para a cozinha. Na casa da minha avó, a pia era de frente para o fogão. Quando você está de frente para um, está de costas para o outro. A minha vó estava na pia passando farinha no peixe e deixando o óleo esquentar no fogão. Eu vim, bati a mão na panela e o óleo quente virou. Eu fiquei internado alguns meses, minha avó também. Ela bateu a mão na panela para não cair em cima de mim. Nós dois ficamos internados. Eu melhorei. E hoje, eu sou o Alison”, contou.

Aos 19 anos, o paulista colecionou resultados importantes nos últimos torneios que disputou. Mesmo no juvenil, não tem medo de enfrentar os rivais da categoria adulta. Nesta temporada, já conquistou o título da Universíade e do Campeonato Pan-Americano Sub-20. A rápida evolução gera expectativa para a participação no Mundial de Doha, a partir do final de setembro. As marcas das cicatrizes e as marcas obtidas no esporte acompanham o início de carreira. “Me perguntaram recentemente se eu tinha noção que eu ia participar de uma final de Jogos Pan-Americanos adulto sendo juvenil. Eu reparei na pergunta e pensei ‘não tinha pensado nisso’. Por ser novo, estar competindo com os adultos e ainda conseguindo ganhar a medalha de ouro é algo muito gratificante. É muito bom saber disso.”

“São poucos segundos, mas passa um filme pela sua cabeça. Você lembra dos treinos que você fez e sentiu dor, você lembra como foi o começo no atletismo, você lembra do incentivo e da sua família, dos amigos, de todos os que de alguma forma te incentivam. Passa muita coisa na cabeça”, completou.

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