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Pan 2019

Com filho recém-nascido, Caio Bonfim dedica prata à esposa

Filho do atleta nasceu nos últimos dias de junho, durante a preparação para o Pan de Lima; foco no Mundial a partir de agora

Caio Bonfim, da seleção brasileira de marcha atlética
Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Neste domingo (04), Caio Bonfim conquistou a medalha de prata na prova dos 20km da marcha atlética masculina nos Jogos Pan-Americanos de Lima. É o segundo pódio na carreira (bronze em Toronto 2015). Logo após cruzar a linha de chegada na segunda colocação, o brasiliense conversou com os jornalistas sobre o resultado, mas principalmente sobre as dificuldades de ser pai e atleta. Agora, ele se prepara para a sequência da temporada, que ainda contará com a disputa do Campeonato Mundial de Atletismo entre setembro e outubro.

Miguel, o filho, nasceu na reta final de junho, pouco antes da competição mais importante das Américas. A motivação para participar do torneio aumenta. No entanto, há também a dúvida, já que as prioridades podem mudar a partir deste momento. “O Miguel é o cara mais inteligente que tem. Ele estava para nascer no dia 6 de agosto, mas ele nasceu no dia 26 de junho. ‘Pai, não vou deixar você fazer essa prova sozinho’. Ele veio. Nasceu prematuro com 34 semanas, ficou alguns dias na UTI para ganhar peso. Dez dias depois eu estava em Cuenca, no Equador, fazendo a preparação para os Jogos Pan-Americanos. Não é fácil ser atleta. Você abre mão de tudo. Ver o seu filho crescer, abrir o olho, mamar, trocar fralda, tomar banho e aprender coisas novas por vídeo-chamada é muito difícil.”

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A doce espera do nosso Miguel.

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“Eu dedico tudo isso à minha esposa, que faz aniversário amanhã, por ela ter aberto mão de tudo. As pessoas não sabem disso. Se é uma esposa que não permite, acabava aqui a minha medalha. Ela abriu mão de tudo. Tudo. Ela sabe o que é ser mãe-solteira. Eu não estive presente para que eu tivesse essa medalha aqui hoje. Dedico à mãe do Miguel, minha esposa Juliana. Eu já dediquei medalha para o meu pai e minha mãe, mas essa eu marchei pensando muito nela (Juliana). Por tudo que ela fez para eu estar aqui”, complementou Caio Bonfim.

Além do apoio familiar, a contribuição promovida pelas entidades que gerem o esporte nacional também é fundamental para o crescimento das modalidades. Para Caio, marcar presença nos Jogos Pan-Americanos serviu como preparação no Mundial de Doha, no Catar. “O meu país investe em mim, tem investido. Eu tenho prazer em representar o meu país. Atleta tem que gostar de competir. A gente se prepara. Eu marcho, em média, 30km por dia. Dá para me recuperar dos 50km para o Mundial. Foi essa escolha. É preciso estar aqui (em Lima) para esse feeling e essa pegada da prova. Para o sucesso da marcha atlética, era até necessário eu estar aqui”, finalizou.

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