Pedro Gonçalves garante a vaga no K1 na última prova, pela canoa Felipe Borges ficou em primeiro lugar e Ana Sátila consolida as vagas na Seletiva Nacional de Canoagem Slalom
Clima quente até os últimos minutos de provas em Três Coroas/RS durante o Campeonato Brasileiro e Seletiva Nacional de Canoagem Slalom. Os três dias de competições contaram com a participação de 81 atletas de sete associações. O nível dos atletas foi elevado e os resultados se mantiveram em aberto até o último momento entre os homens da categoria Sênior. Ana Sátila mantém o favoritismo e conquista o primeiro lugar, tanto na canoa, como no caiaque feminino e o Instituto Meninos do Lago é a associação com mais pontos no Campeonato.
A prova mais quente do dia foi a do K1 Masculino Sênior. No primeiro dia de classificatórias, quinta-feira (02), o pirajuense Pedro Gonçalves foi o melhor, mas na sexta-feira (03) ele foi superado pelo gaúcho Guilherme Mapelli, já neste sábado (04), para embolar ainda mais os resultados, Fábio Rodrigues do Instituto Meninos do Lago venceu as classificatórias. Em uma descida limpa Rodrigues completou o percurso em 90.46 segundos, Pepe ficou 60 centésimos atrás. No resultado geral Pepê ficou na liderança com a somatória dos três dias, atingindo 95 pontos, seguido por Mapelli com 91 e finalizando com Rodrigues com 89.
Para Fábio Rodrigues as condições das remadas hoje estavam ideais. “Achei a pista muito legal, melhor que nos outros dias, ela estava bem fluída”, ele complementa falando do seu retorno entre os primeiros colocados. “Estou muito feliz porque eu tinha parado de remar um tempo por causa de uma lesão que sofri no ombro. Achava que não ia conseguir voltar, agora quero fazer o meu melhor daqui pra frente”, afirma Fábio.
Mapelli que ontem garantiu o primeiro lugar do K1 Masculino, hoje ficou em quarto com 2.63 segundos atrás do barco de Fábio Rodrigues, o barco mais rápido do dia. Ele analisa as dificuldades em enfrentar o percurso: “A pista estava um pouco mais técnica, tendo bastante penalidade por erros de análise de pista. Isso favorece os atletas mais experientes e conhecer o rio onde se vai competir é sempre uma vantagem”, comenta.
Na categoria dos juniores, Guilherme Rodrigues ficou em primeiro lugar. Apesar de hoje não ter ido muito bem na água, ele garantiu a colocação devido aos resultados obtidos no primeiro e segundo dia de classificatórias, quando obteve a melhor colocação na sua categoria. “Esse foi um bom ano, consegui ter uma experiência boa nas Copas do Mundo, Mundial Júnior e fazendo as viagens internacionais com os melhores do mundo. Eu espero estar cada vez melhor”, fala Guilherme. O índice do atleta também é o melhor entre os resultados da categoria sub-23.
A disputa entre as canoas também foi intensa, mas Felipe Borges do IMEL conseguiu superar Charles Corrêa da APEN e foi o barco mais rápido do dia, acabando em segundo lugar geral. Já Leonardo Curcel (IMEL) garantiu a terceira posição pelo C1 Masculino Sênior. “Eu fiquei em primeiro lugar, agora eu tenho obrigação de treinar bastante para fazer um bom ciclo nas Copas do Mundo e no Mundial que será aqui no Brasil, espero poder representar bem o Brasil lá fora”, diz Borges que atingiu 100 pontos no geral, já Corrêa ficou com 95 e Curcel 82.
Com duas descidas em primeiro lugar, Gustavo Selbach Júnior sai como o melhor barco do C1 Masculino Júnior, o atleta de Três Coroas – RS atingiu 100 pontos hoje, o melhor índice entre os classificados na sub-23.
Liderança com folga no Feminino
Com o primeiro lugar garantido, tanto no C1, quanto no K1 Feminino Sênior, Ana Sátila poderia optar em não remar hoje, mas a atleta do Instituto Meninos do Lago não perde uma oportunidade de estar na água. Para ela a competição no Rio Paranhana neste ano foi forte. “É a Seletiva mais difícil que eu já participei, está com o nível técnico e físico muito alto, acho que está exigindo muito do atleta”, fala. Sátila já pensa em 2018, “vou dar o meu melhor, o que eu posso dizer agora é que minha dedicação e a minha disciplina para o esporte irão continuar” afirma.
Omira Estácia fez o melhor tempo no K1 Feminino Júnior e aproveitou o último dia de provas mesmo com chuva na pista. “Prefiro descer no sol. Eu não gosto desse clima chuvoso, a sensação é pior, tem que aquecer mais, mas realmente o nível da água quando está mais alto é melhor, como foi hoje”, diz.
Os resultados gerais da Seletiva Nacional com aprovação oficial deverão sair em uma circular emitida pela Confederação Brasileira de Canoagem nos próximos dias, assim que o Comitê de Canoagem Slalom oficializar os resultados.
K1 Extremo Cross e resultado das associações
Charles Corrêa levou o ouro no K1 Extremo Cross Masculino, o atleta fez sua descida em 56.79 segundos. Já Beatriz da Motta levou a melhor entre as mulheres e também ficou com a medalha dourada.
Novamente o Instituto Meninos do Lago, de Foz do Iguaçu – PR, conquista o maior número de pontos por associação nesta edição do evento, ao todo foram 1584 pontos. Em segundo lugar ficou a APEN, de Piraju – SP, com 817 pontos e na terceira colocação a ASTECA, de Três Coroas – RS, obtendo 450 pontos. O IMEL mantém o título de campeã por associações desde 2012, a última associação a vencer o título antes do IMEL foi a APEN, em 2011.
Saldo positivo do evento
Em três dias de classificatórias a pequena cidade de Três Coroas, na Serra Gaúcha ficou movimentada. O evento tradicional na Canoagem Slalom teve bons resultados e agradou os organizadores. “Esse evento é o nosso terceiro em Três Coroas, a gente acha essa pista muito legal, talvez seja a pista mais integrada com a natureza, e a transformação que a gente faz para o evento é muito pequena. É uma pista com a natureza muito exuberante e isso dá uma atmosfera muito natural e interessante ao evento”, comenta Vinicius Cunha, representante do BNDES, patrocinador oficial da Canoagem Brasileira.
Cunha comenta ainda sobre a competência técnica do evento, “A gente teve o Campeonato disputado no primeiro dia e os outros dois dias foram de seletivas. Ficamos muito satisfeitos com o nível técnico da seletiva, estamos vendo uma melhora na performance ano após ano. Conversei com algumas pessoas da área técnica da Confederação e todos dizendo que os tempos estão diminuindo e que os atletas estão cada vez mais qualificados e esse é o objetivo do BNDES. Quando o banco entrou na Canoagem há 6 anos, em dezembro de 2011, queríamos ter a imagem, o retorno institucional da marca e também o desenvolvimento, que é o DNA do banco. Isso implica tentar desenvolver e dar um salto de qualidade na Canoagem. É uma experiência muito grata para a gente, a bola não caiu após os Jogos Olímpicos. Percebemos que o pessoal está vindo muito mais forte e motivado. A Canoagem Slalom nunca teve um resultado tão bom como dos Jogos Olímpicos de 2016”, afirma.